A PALAVRA VIVA E EFICAZ DO SENHOR
Fé e oração são irmãs gêmeas – Sem fé é impossível agradar a Deus.
O Deus invisível, levado por seu grande amor, fala aos homens como a amigos – nossa resposta adequada é a fé. Por ela o homem submete sua inteligência e vontade a Deus.
A fé é uma graça que não vem da carne e do sangue, mas do Pai que está no céu, como dom gratuito, e age através do Espírito Santo, exigindo do homem amor e confiança. A Fé é, também, um ato humano porque confiar em Deus não contraria sua liberdade, mas coopera com a graça Divina e procura compreender e abrir os “olhos do coração”. A essência da fé está em exercê-la livremente e Deus chama os homens para servi-lo em espírito e verdade, mas com liberdade. Cristo, como caminho, verdade e vida, nos exorta a fé e à conversão persistente, como a da viúva.
A Liturgia da Palavra de hoje nos convida a manter com Deus uma comunhão íntima, só assim será possível crer e aceitar o projeto do Criador, compreender e acreditar no seu amor.
O Evangelho nos mostra que Deus não está ausente nem fica insensível diante do sofrimento do seu Povo. Quem tem fé deve descobrir que Deus ama todos os homens e essa descoberta só é possível na oração e no diálogo perseverante e suplicante.
A primeira leitura dá a entender que Deus intervém no mundo e salva o seu Povo através da ação humana. O homem, no entanto, só vence a batalhas da existência se contar com ajuda e força Divina, através da oração e do diálogo com Deus.
A primeira leitura dá a entender que Deus intervém no mundo e salva o seu Povo através da ação humana. O homem, no entanto, só vence a batalhas da existência se contar com ajuda e força Divina, através da oração e do diálogo com Deus.
A segunda leitura, sem se referir diretamente ao tema da relação do homem com Deus, apresenta outra fonte privilegiada de encontro entre Deus e o homem: a Escritura Sagrada – que é o caminho da vida plena na santificação dos homens.
PRIMEIRA LEITURA (Ex 17,8-13)
A história narra a caminhada dos hebreus pelo deserto (antes de entrar na Terra Prometida) e o confronto violento com os amalecitas e um grupo de habitantes do deserto. Para entender o texto proposto e levar uma mensagem, convém recordar que a tradição sobre a libertação tem como principal objetivo fazer uma catequese sobre o Deus libertador, que salvou o seu Povo da opressão e da morte, além do que, é necessário lembrar que é preciso invocar o Deus com perseverança e insistência. Para vencer as duras batalhas que a vida nos apresenta, se faz necessária a ajuda e a força de Deus e essa ajuda e essa força brota de um diálogo contínuo e sempre presente do homem com seu Criador.
Como mensagem para nossa vida, devemos ter em mente não um Deus injusto e parcial que ajuda o povo a chacinar o inimigo e, sim, a de um ensinamento de que seu povo, com fé, visualizasse a presença de Deus na história de sua libertação. Deus não cruzou os braços diante do sofrimento de seu povo, ficando sempre em seu lado para conduzi-lo a seu destino.
Somos convidados, hoje, a percorrer nosso caminho e descobrir o Deus libertador e misericordioso, como única fonte de salvação que, atuando sempre em nossa história, condena tudo aquilo que oprime e destrói, agindo no coração e na vida daqueles que lutam por uma vida justa, livre e mais humana.
Trata-se de uma exortação a verdadeira doutrina com base na Tradição e nas Escrituras, procurando distinguir a verdadeira da falsa (doutrina). A Palavra transmitida é inspirada por Deus e nela está a sabedoria que leva à salvação. Ela deve ser ensinada com persuasão, corrigida e informada com toda a mansidão, evidenciando que a Escritura é a fonte para a formação e educação cristã, para tornar o homem melhor.
Dizer que a Escritura é inspirada por Deus sinaliza que ela contém as palavras que Deus quer nos dirigir, a fim de nos indicar o caminho para a vida plena, significando que a Escritura deve assumir um lugar de destaque na vida pessoal e na vida das comunidades cristãs. Isso nos deve levar a uma melhor compreensão das práticas rituais e litúrgicas, da Palavra de Deus e devoções particulares. As comunidades devem suscitar o aprendizado constante da Bíblia para melhor conhecer o mundo e a cultura bíblica, a fim de se ambientar com os gêneros literários e o ambiente em que o autor escreveu.
A leitura que Paulo nos propõe chama a atenção dos que estão ao serviço da Palavra: eles devem anunciá-la com detalhes e com a objetividade da Palavra, com uma preparação adequada e atraente para chegar suavemente no coração dos ouvintes.
EVANGELHO (Lc 18,1-8)
Trata-se de um texto sem paralelo nos evangelistas. Lucas escreve numa época em que a comunidade cristã sofre as grandes perseguições com prejuízo a comunidade cristã, deixando os cristãos inquietos, desanimados a ponto de pensar na segunda vinda de Cristo com intervenção definitiva de Deus na história.
A mensagem do texto consta de uma parábola e da sua aplicação meramente humana. Uma viúva pobre e injustiçada, vítima da prepotência de pessoas ricas e poderosas e, por isso, exigia que fosse feita justiça, mas o juiz que, não temia Deus nem os homens, negava-lhe qualquer atitude. Ela, no entanto, persistente convenceu o juiz que, para livrar-se definitivamente de suas lamúrias, fez justiça.
Para entender a parábola: temos um juiz insensível, mas capaz de atender a injustiçada viúva, não porque era justo e, sim, por insistência dela, com mais razão Deus, que é misericordioso e defensor dos oprimidos, estará sempre atento às súplicas de seu povo e de seus filhos.
Que é que tudo isto tem a ver com a oração? Porque esta é uma parábola sobre a necessidade da oração constante?
A mensagem tem como objetivo, levar o homem à prática constante da oração, fazendo com que jamais deixe de dialogar e de se dirigir a Ele, porque é nesse clima que Deus transforma nosso coração para confiar e nEle crer.
Aí surge aquela pergunta: Porque Deus permite que tantas pessoas vivam em condições tão degradantes e miseráveis? Porque tanta arbitrariedade e injustiças onde os gananciosos oprimem e degradam inocentes e nada lhes acontece? Por que Deus não intervém?
Lucas está convicto de que Deus não está indiferente aos apelos de seu povo e que um dia virá, em sua glória, a fim de construir um novo céu e uma nova terra. Mas Ele tem seus planos e seu tempo sem forçar as coisas porque respeita a liberdade do homem. Nós não conseguimos entender e só nos resta respeitar a lógica de Deus, confiando e colocando-nos em suas mãos.
Neste contexto, só nos resta uma profunda relação de amor e comunhão, de intimidade e de diálogo com Deus. A oração persistente e contínua é o caminho para encontrarmos esse amor misericordioso de Deus. Ele sabe quando atender nossos pedidos. Sejamos, portanto, criteriosos em nossos pedidos porque
Deus não é um negociante.
Wlimar C de Campos