quarta-feira, 14 de março de 2012

4º Domingo da Quaresma 18/3/2012

DEUE É FIEL À ALIANÇA.
JESUS É A MAIOR REVELAÇÃO DO AMOR DE DEUS AOS HOMENS.
A história dos homens, cercada de dores e sofrimentos, ganância, mentira e orgulho, tem como razão de ser e a infidelidade e o pecado que provocam sofrimento e morte dos oprimidos, pobres e desamparados. Os hospitais públicos são o retrato dessa realidade e miséria a que está sujeita a dignidade humana. “Fraternidade e saúde Pública” é o grito dos oprimidos. “Que a saúde se difunda sobre a terra!”- clama o Eclesiástico. ► Ouçamos a voz de Deus que é misericordioso na Sua fidelidade aos homens, unindo-nos em favor da vida e da liberdade a todos, sem discriminação, para que os pobres tenham um atendimento digno em relação à saúde.
Primeira Leitura: 2Crônicas 36,14-16.19-23
A liturgia é um convite à alegria da Páscoa, sem tristeza, pois o amor de Deus por nós é a maior doação. Os textos proclamam e garantem a iniciativa do Pai em oferecer a todos nós a salvação. Moisés apresenta a serpente no deserto numa alusão à morte e ressurreição de Jesus Cristo: os hebreus se penitenciam de suas infidelidades; Jesus, o novo Adão, como ressurreição e a vida, veio resgatar os homens de suas iniqüidades e restaurar o novo céu e a nova terra.
A indignação e a misericórdia do Senhor manifestam-se no exílio e na libertação do povo.
O livro narra a história de Israel desde a criação até o exílio. O texto mostra a queda de Jerusalém, o exílio e o retorno à terra prometida com a reconstrução de um templo em Jerusalém. Deus, apesar da infidelidade à aliança, restaura a vida e a liberdade de seu Povo, libertando-o do exílio da Babilônia. Na derrota e no exílio o povo entendeu que a desgraça era sinal do afastamento de Deus, por isso olhavam para a serpente levantada por Moisés como sinal de cura e libertação, então seu coração se voltou para Deus. O texto é uma alerta ao homem que prescinde de Deus e caminha no seu orgulho de auto-suficiência, mas Deus é Pai e está sempre a espera dos filhos desgarrados.
A destruição de Jerusalém e a deportação do Povo para a Babilônia são conseqüências dos pecados do povo: “Os chefes de Judá, os sacerdotes e o Povo multiplicaram as suas infidelidades”, ignoravam e desdenhavam os “recados” dos profetas, provocando a ira do Senhor que abateu sobre seu Povo. A terra de Deus, maltratada pela injustiça e pecado, deve descansar durante setenta anos (o exílio), até que seja renovada e volte a ser de novo a casa do Povo de Deus, foi a sentença. ►Quando o Povo é infiel a sua fé, conhece a morte e a desgraça. No final Deus oferece-lhe vida e a felicidade.  
A catequese nos apresenta a teoria da retribuição com suas limitações, como demonstra o Evangelho que apresenta um Deus que, abominando o pecado, ama o homem e está sempre disposto a oferecer-lhe a vida e a salvação. O Cronista, no entanto, lembra que o homem, quando prescinde de Deus e segue o caminho do egoísmo e amor próprio, vai construir um mundo de dor e morte. A experiência nos prova que o homem sem Deus é um homem sem o verdadeiro horizonte da felicidade e do amor que une família, comunidades e irmãos. É como dizer que um relógio pode existir sem o relojoeiro..
Salmo Responsorial: O salmo é um lamento que recorda a queda de Jerusalém e o exílio na Babilônia.
 Segunda Leitura: Efésios 2,4-10 Mortos por causa dos nossos pecados, salvos pela graça.
Ele enviou seu Filho único ao mundo, por amor aos homens: “Deus é rico em misericórdia”. Cristo, a luz do mundo, transforma as trevas do ser humano e o ilumina segundo a vontade do Pai, levando-o à autêntica conversão e reconhecimento de Seu amor. No texto São Paulo mostra que o homem só não consegue se libertar do mal que o cerca e que o ser humano não fabrica sua própria salvação. ”É pela graça que sois salvos!” Que ninguém se vanglorie pelo bem que faz e nem despreze os que ainda não abriram seu coração. A salvação é obra gratuita de Deus, rico em misericórdia e bondade. Egoísmo, auto-suficiência são sinais de trevas e ausência da luz Divina.
Éfeso, a grande paixão de Paulo, onde criou comunidades de fé e engajada na doutrina do Mestre, reuniu pessoas autênticas no seguimento de sua missão. Ele escreve da prisão (anos 60) um texto de grande riqueza temática onde apresenta uma síntese da Teologia Paulina: uma reflexão sobre o papel de Cristo na salvação do homem. Deus, em resposta à ação pecadora do homem, mergulhado no egoísmo e na maldade, é misericordioso com amor e graça, de forma incondicional: dá sem nada esperar. Unido a Cristo, o cristão já ressuscitou e foi glorificado. Embora vivendo na terra, sujeito à finitude e limitações da vida, o homem é um cidadão do céu. A vida do cristão, marcada por sofrimento, mas vivendo a fé, a esperança e a caridade, está com “um pé na eternidade”.
Evangelho: João 3,14-21 Deus enviou o seu Filho, para que o mundo seja salvo por Ele.
Após o diálogo com Nicodemos, o Cristo crucificado e exaltado é apresentado como o fundamento da fé e da vida cristã. Levantado, ele retorna à glória do Pai, depois de realizar com fidelidade Sua vontade. Participar da obra redentora de Cristo é viver a fé e dar a vida na construção do Reino de Deus. O texto é uma sentença: “Deus amou tanto o mundo que lhe deu seu próprio Filho e Este não veio para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Quem, porém, não crê já está condenado”.
Ele é a luz e quem optar pelo egoísmo e os prazeres do mundo adere às trevas, à morte, destruindo a vida. Fé é passar das trevas para a Luz onde cada momento de vida é tempo de salvação ou de condenação. O homem se salva ou se condena, abraçando ou recusando a cruz: uma escolha diante da luz de Cristo e percorrer com Ele o caminha da Salvação. Jesus veio para salvar os homens e reavivar a esperança de um mundo novo. Seu convite nos desperta para a comunhão com o Pai e o compromisso com seu projeto de vida plena. É ser chamado a contemplar o Cristo elevado na cruz e receber dEle a salvação. É experimentar a misericórdia que, do alto da cruz, nos encoraja a vencer as trevas, escolhendo e caminho da verdade, do amor, da doação e da bondade. Que a graça do Pai, no Espírito Santo, nas celebrações eucarísticas, renove-nos e nos torne capazes do amor divino, feito de entrega constante em favor da vida, do injustiçado pela doença e sem assistência.
Na conversa com Jesus, Nicodemos reconhece Sua autoridade por Suas obras. Jesus, porém acrescenta que o essencial é reconhecer nEle o enviado do Pai mas que, para isso, deve nascer de Deus, pela água e pelo Espírito e, finalmente, que o projeto de salvação do mundo é uma iniciativa do Pai, através do Filho, que se concretizará na Cruz. Jesus deseja confirmar a Nicodemos que o Messias deve ser levantado ao alto, como Moisés levantou a serpente no deserto, suscitando o povo hebreu a reconhecer sua infidelidade. Jesus manifesta seu amor e indica aos homens o caminho que eles devem percorrer para alcançar a salvação, a vida plena.
►Crer no Filho do homem, levantado na cruz, é abraçar a sua proposta de vida como lição de amor, amor sem medidas, fazendo como Ele, o dom da vida aos irmãos e alcançar a salvação, a vida eterna.  Acusamos Deus pelas guerras, injustiças, arbitrariedades que trazem sofrimento, desespero e morte. Sofrimento e morte não vêm de Deus, mas o resultado de erros humanos: Deus ama os homens e lhes oferece a vida.
A SALVAÇÃO OU A CONDENAÇÃO NÃO É PRÊMIO OU CASTIGO QUE DEUS DÁ AO HOMEM PELO SEU BOM OU MAU COMPORTAMENTO, MAS O RESULTADO DA LIVRE ESCOLHA DE CADA UM FACE À PROPOSTA DE DEUS.

NÃO SOMOS POBRES CRIATURAS DERROTADAS, FRACASSADAS, SEM HORIZONTSE, MAS FILHOS AMADOS A QUEM DEUS OFERECE A VIDA PLENA, A SALVAÇÃO: DEUS NOS AMA COM UM AMOR TOTAL, INCONDICIONAL, DESMEDIDO.
Pelo e-mail, wlimar@yahoo.com.br
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