quarta-feira, 5 de dezembro de 2012


Todas as pessoas verão a salvação de Deus (Lc 3,6)
O SENHOR ESTÁ CHEGANDO, COMO O NOSSO REDENTOR!
           A Coroa do Advento pode ter velas verde, roxa, rósea e branca, em lugar
de destaque nos 4 domingos do Advento
(podem ser todas da mesma cor)
A palavra Advento, de origem pagã, significa chegada/vinda. Com o sentido de nascimento: o Senhor veio como Redentor e Irmão e nos prepara para a segunda vinda, o juízo final, como Juiz Soberano.  Ele é o Deus presente que devemos vivê-LO no dia-a-dia e vigiar para que não passe despercebido. âA liturgia nos convida a preparar o caminho do Senhor e ser mensageiros dessa esperança: Ele vem à frente do seu povo a fim de reconduzi-lo, livre, à terra prometida. Como o Bom Pastor, cuida dos fracos e pequenos e alegra-se em perdoar e renovar todas as coisas.
Fé, justiça, esperança e Salvação constituem os bens da aliança e amizade de Deus com seus eleitos.
“Esta é a Voz daquele que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor e endireitai as suas veredas”. No enredo desta exclamação figuram seus mensageiros: João, o Batista, e Jesus, o Cristo. Seus algozes: Herodes Antipas, o responsável pela morte de João, além de participar da condenação de Jesus, na Semana Santa, Anás e o seu genro Caifás, representantes da casta sacerdotal, hostis a Jesus. Para o meio desta corja Deus manda João, como o arauto do novo tempo de graça e salvação. Mas a eles não cabe a palavra final. A mensagem de João é o prenúncio de mudanças radicais dos que a acolhem e enfrentam os reveses da vida além dos sofrimentos por causa do Senhor. A ninguém é excluída a mensagem e oferta da salvação: Deus acredita em nós. “E todo homem verá a salvação de Deus”!
O Advento é tempo oportuno de revisão de vida, descobrir quais curvas, montanhas e pedras teremos que tirar para que o Senhor possa habitar no nosso coração.
Primeira Leitura: Baruc 5,1-9 Deus mostrará o teu esplendor
O caminho da conversão é como um verdadeiro êxodo da terra da escravidão para a terra da felicidade e da liberdade. Durante esta trajetória, o Senhor nos propõe despir-nos dos vícios e pecados que impedem de abraçar a proposta libertadora de Deus e viver com alegria este tempo, confiado nEle que não desiste de nós, apesar de nossas inconstâncias.
O texto recorda a história do povo de Deus que, cativo na Babilônia, retorna com festa triunfal para a terra prometida. Por isso, a Jerusalém, iluminada pela luz Divina, é chamada por Deus de a terra de “Paz na Justiça e Glória na Piedade”, revelando uma nova comunidade marcada pela justiça, paz e vivência fraterna. Deus é misericordioso e justo. Sua bondade é maior que todas as crises e tragédias humanas.
O texto de Baruc, que foi secretário de Jeremias durante o exílio na Babilônia, é uma exortação e consolação a Jerusalém. Ele convida os habitantes a celebrar uma liturgia penitencial e se reconciliar com Jahwéh, pedindo perdão. O profeta compara a Jerusalém infiel a alguém enlutado, desanimado, aflito e sem esperança, mas que Deus deseja devolver-lhe o estimula e a vontade de viver, lembrando o retorno do exílio para a liberdade e vida nova. Tal ação demonstra o grande amor de Deus, sempre presente para perdoar o filho rebelde e reatar com ele (o povo Judeu) uma história de libertação e de salvação. O Advento, por conseqüência, é um tempo favorável para o êxodo da “terra da escravidão para a terra da liberdade”. Neste tempo somos convidados a percorrer o caminho da conversão que Deus, em Sua bondade e ternura, nos oferece, preparando nosso regresso à cidade nova da alegria e da liberdade.
A comunidade cristã, por suas ações de justiça e piedade, deve tornar-se um oásis fraterno, de comunhão, partilha e de paz
Salmo Responsorial: O salmista celebra a alegria e a gratidão pela volta dos exilados, suscitando esperança presente. Maravilhas fez conosco o Senhor: exultemos de alegria
Segunda Leitura: Filipenses,1,4-6.8-11 Ficareis puros e sem defeito para o dia de Cristo.
Paulo pede que o amor dos Filipenses (e de todos nós) cresça sempre mais, de forma integral. Ele glorifica o Senhor por ver sua fiel comunidade que é solidária com sua causa e sofrimento. Em sua oração, ele se preocupa com o bem de todos e pede a solidariedade com os sofredores. Conclui que o estar preparado e convertido, é estar no caminho certo para a vinda do Senhor. Assim é o apelo de Deus, hoje, para nós. O texto é uma ação de graças a Deus para que o amor de Cristo se espalhe e cresça no coração de todos através do testemunho da caridade, sem divisões e conflitos.
Paulo mostra seu carinho pela comunidade que ele criou, gerando uma afeição mútua. Ele, na prisão, sente a solidariedade que o anima, por isso, grato, reza e pede a Deus para que sejam fiéis e constantes na fé e na evangelização. Sabe que caridade e missão são bases para que os Filipenses possam aguardar puros e irrepreensíveis, o dia da vinda de Cristo. Assim deve ser nosso caminho e nossa preparação, por que a essência da Igreja é missionária: “Ide e anunciai!”, diz Jesus. Jesus deve nascer para todos e a Igreja deve ser exemplo de vida e ação concreta, sem egoísmo ou “guerra de sacristia” por interesses pessoais e mesquinhos, para que haja espaço o Jesus que nasce para os humildes de coração.
Pensemos como um grupo de irmãos, com limites e defeitos, ser uma comunidade a caminho que deseja acolher o Senhor que vem e nos conduz à plenitude do amor.
Evangelho: Lucas 3,1-6 Todas as pessoas verão a salvação de Deus.
João Batista é chamado a preparar o caminho do Senhor num momento histórico. Seu nome lembra o profeta Jeremias. Como precursor do Messias e profeta de Deus, João começa seu ministério no deserto e inaugura o novo êxodo, anunciando o cumprimento das promessas em Jesus, figura central do Advento. Ele nos convida a mudar de vida, fiéis ao projeto de Deus, dando-nos o exemplo de vida austera, pobreza radical e experiência de Deus no deserto. Seus gestos é uma crítica a nossa vida pessoal e o jeito de ser da sociedade se organizar. Sua voz continua clamando no deserto de nossa realidade, convidando-nos à Conversão. Nesta realidade, Deus nos chama a viver Seu projeto e “vestir o manto da justiça e da misericórdia” e deixar a marca de nossa passagem.
Seguir com radicalidade o projeto de Deus a serviço da vida pressupõe conversão e mudança de mentalidade e de atitudes.
No contexto, o evangelho é a sequência da Infância e o núncio da Boa Nova de Jesus. Lucas, antes de descrever a ação libertadora de Jesus, como bom investigador, descreve tudo desde a origem, incluindo as figuras política da época para situar o acontecimento, citando o projeto de Deus para os homens como algo concreto num momento histórico.
 A seguir apresenta João Batista que veio preparar a chegada do Messias de Deus, como “uma voz que grita no deserto” com o convite de preparar o caminho do Senhor. Ele prega na zona do Rio Jordão, região populosa, proclamando um batismo de conversão, para a remissão dos pecados, para acolher a “Salvação de Deus”. Para Marcos, João é o arauto que proclama a boa nova e Jesus é a Boa Nova: a Salvação.
Na comunidade dos batizados está a verdadeira dimensão profética da missão e, Como João, somos todos profetas a preparar a acolhida do Messias.
“PARA NÓS, CRISTÃOS, VIVER NÃO É OUTRA COISA QUE VIGIAR. E VIGIAR É ABRIR-SE À VIDA”. Sto. Agostinho
1º Domingo do Advento nos pede AIGILÂNCIA
2º Domingo nos pede o Batismo da CONVERSÃO