quarta-feira, 7 de março de 2012

3º Domingo da Quaresma 11/3/2012

O MANDAMENTO DO SENHOR É FONTE DE VIDA E SALVAÇÃO..
CONVERTEI-VOS!
Este período quaresmal deseja sensibiliza-nos a sentir a dura realidade das pessoas sem acesso à assistência da Saúde Pública, por suas necessidades e dignidade. Por isso, somos convidados a lutar contra essa estrutura de morte com ações que visem um olhar de igualdade fraterna pela nossa conversão e dos responsáveis. Com o coração sincero sejamos solidários com nossos irmãos que sofrem na jornada, longe do mercado de trabalho e até da Igreja e seus irmãos de fé. A liturgia nos situa no templo de Deus como lugar de encontro com Deus e com os irmãos. As igrejas, na história, foram o orgulho do povo cristão. Nelas encontramos as mais belas obras arquitetônicas, de música e de arte.
Jesus se apresenta como o purificador do templo e nos deixa um recado de que o recinto é sagrado, espiritual e místico, ao expulsar seus profanadores. Ele nos deixa, também, uma dimensão nova do templo espiritual que é o corpo humano: somos a imagem e semelhança de Deus. Consagrados pelo Batismo, que nos fez santos, tornamo-nos templos do Espírito Santo, como morada Divina. Zelar por este templo é mantê-lo saudável material e espiritualmente para torná-lo habitáculo do Altíssimo. ►A beleza deste templo nos leva à santidade por Cristo, em Cristo e com Cristo, lembrando que “quanto mais humanos formos, mais divinos seremos”.
Primeira Leitura: Êxodo 20,1-17 - A Lei foi dada por Moisés
Deus, através de Moisés, oferece os Dez Mandamentos como condição da Aliança que fez com seu Povo, estabelecendo que a fidelidade seja a segurança de uma relação amorosa com Ele como libertador da escravidão do Egito. As Leis de Moisés são normas fáceis e singelas que regulam nossa caminhada pela vida. São indicações que direcionam as dimensões fundamentais da nossa existência: nossa relação com Deus e com nossos irmãos. Seguir as normas é caminhar para uma vida segura, de liberdade e de paz para a felicidade/santidade. ►O amor é a alma dos Mandamentos.
O texto se refere à Aliança entre Jahwéh e Israel no Sinai, local onde Deus se revelou a Moisés. Os Mandamentos são o coração da Aliança e definem o caminho de Israel e suas obrigações como Povo de Deus. O decálogo cria as relações do povo Judeu com Deus e seu próximo. Jahwéh é o único Deus de seu Povo, o centro de sua existência: “não farás imagem esculpida e não terás outro deus, senão a mim”.
Os 6 últimos mandamentos são as relações comunitárias: o respeito pelo próximo, sua vida, direitos e bens. Diretrizes ligadas à liberdade, justiça, respeito pela pessoa e sua dignidade. As Leis se reportam às relações de dependência e respeito na família e na comunidade: “honra teus pais, não matarás, não cometerás adultérios...”.
Na relação do homem com Deus, o decálogo ressalta a centralidade de Deus no coração e na vida do seu Povo. Muitos deuses nos seduzem (dinheiro, poder, fama, egoísmo) e nos fazem a prescindir de Deus, tirando-nos do caminho da liberdade e da fidelidade. Quaresma é tempo de conversão e de amor ao irmão, redescobrindo o verdadeiro papel de Deus em nossa existência. O que atenta contra a vida, a dignidade e direitos do outro, geram morte e sofrimento, subvertendo o amor de Deus  ►Vamos nos questionar e sentir que “deuses” nos seduzem, condicionando nossa vida, nossas tomadas de posição e opções, e qual o espaço de Deus em nossa vida e o amor ao irmão.
Salmo Responsorial: Os ensinamentos do Senhor são mais valiosos que o ouro e mais doces que o mel e contêm a sabedoria que proporciona alegria.
Segunda Leitura: 1Coríntios 1,22-25
Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os homens, mas sabedoria de Deus para os chamados.
A paixão e a cruz de Cristo confundem os sábios e manifestam a força de salvação de Deus para os homens de fé. Nessa dimensão está a pregação de Paulo: o Cristo crucificado e sugere uma conversão na lógica de Deus. A Igreja é chamada a anunciar, como dom da vida, a palavra cruz, sinal supremo do amor de Deus. O chamado de Deus mostra o crucificado como o salvador, fazendo o cristão crer, o que vai além de nossa sabedoria e que o mundo chama de loucura porque a lógica do Evangelho não pode ser colocada na mesma lógica do mundo.  Como templos do Senhor, nosso sinal deve ser o da Cruz. Na mesma lógica, não podemos pretender que Deus se adapte a nossos interesses pessoais. É preciso descobrir que a salvação está na cruz, no amor total e no dom da vida pelo serviço humilde ao irmão.  
Evangelho: João 2,13-25 Destruí este templo e em três dias o levantarei!
Jesus se apresenta como o novo Templo e por um culto autêntico: “Destruí este templo”, um mistério só entendido na ressurreição: o templo é Seu próprio corpo, por isso nossa celebração (cantos e orações) deve ser significativa para Deus. O que agrada a Deus é o amor solidário, a partilha do pão, a acolhida fraterna que se elevam aos céus e nos transformam em templos de Deus. A comunidade, templo vivo de Deus, reúne-se com Ele, por Ele e nEle, tornando-se templos de pedras vivas e morada do Espírito.
A cena acontece no majestoso Templo de Jerusalém (de 19 a.C a 27 d.C. por Herodes) nos dias que antecedem à Páscoa quando grande multidão de dirigia ao Templo, propício aos comerciantes. O sistema foi muito criticado por Isaias pela forma dos sacrifícios oferecidos, considerando estéreis e vazios, pois o verdadeiro implicava purificação e moralização e eliminação do comércio no templo do Senhor. Neste contexto Jesus se revela como o Messias, indo além dos profetas, alterando substancialmente o culto. Os líderes judaicos tinham suprimido a presença de Deus, criando exploração, miséria e injustiça.
Jesus, o Filho de Deus, com autoridade, acaba com a “festa”: “Não façais da casa de meu Pai casa de comércio”! Deixando-os perplexos e indignados: quem era Ele para assumir tal atitude abolindo culto a Jahweh? A resposta de Jesus foi ainda mais surpreendente: “Destruí este Templo e Eu o reconstruirei em três dias”! João é claro: Ele se referia ao Templo de Seu corpo, consubstanciado na Ressurreição, o novo Templo. No judaísmo, templo era a residência de Deus de onde se revelava. Jesus, agora, é o lugar onde Deus reside e se comunica com os homens, estabelecendo relações Deus-homens. É através dEle que o Pai nos oferece amor e vida plena. O verdadeiro culto que Deus espera não é de ritos pomposos, mas vazios e estéreis. O culto que agrada a Deus é uma vida de escuta de suas mensagens, traduzidas em gestos concretos de doação e de serviço simples e humilde aos irmãos. Ao sermos capazes de sair do nosso comodismo para ir ao encontro do pobre, do marginalizado, do doente, estamos dando a verdadeira resposta litúrgica de amor à generosidade que Deus nos dispensa. Ao gesto profético de Jesus, os líderes judaicos respondem com arrogância, por se julgarem os donos da verdade, como intérpretes da vontade divina. O orgulho os deixa cegos a ponte de não perceberem o projeto de Deus. Por vezes, não agimos assim?
O texto nos ensina como encontrar e chegar até Deus: é olhar para Jesus e observar suas palavras e Seus gestos. O cristão é aquele que, aderindo a Cristo, aceita com responsabilidade integrar Sua comunidade, como membro de seu Corpo, como verdadeiras pedras vivas desse novo Templo onde Deus se manifesta ao mundo para oferecer vida e salvação. Nosso testemunho pessoal deve ser sinal para os homens de que Deus caminha ao nosso lado. ► Que os homens do nosso tempo sintam no rosto dos cristãos o rosto bondoso e terno de Deus, vendo os gestos de fraternidade, de amor e de perdão. O fiel cristão é sinal da vida nova de Deus voltado para a justiça e a paz para o mundo.
O verdadeiro culto que Deus espera não é de ritos pomposos, mas vazios e estéreis. O culto que agrada a Deus é uma vida de escuta de suas mensagens, traduzidas em gestos concretos de doação e de serviço simples e humilde aos irmãos. Ao sermos capazes de sair do nosso comodismo para ir ao encontro do pobre, do marginalizado, do doente, estamos dando a verdadeira resposta litúrgica de amor à generosidade que Deus nos dispensa. Ao gesto profético de Jesus, os líderes judaicos respondem com arrogância, por se julgarem os donos da verdade, como intérpretes da vontade divina. O orgulho os deixa cegos a ponte de não perceberem o projeto de Deus. Por vezes, não agimos assim?

A Igreja é esse “templo de Deus” onde qualquer homem ou mulher, independentemente de sua condição social, pode encontrar essa proposta de libertação e de salvação que Deus oferece a todos?

A vida de nossas comunidades dá testemunho dessa vida íntima com Deus como um sinal de Sua bondade ao irmão que caminham ao nosso lado?
Pelo e-mail, wlimar@yahoo.com.br
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