O REI DOS REIS-JESUS CRISTO
DIA DO LEIGO – A SERVIÇO DO REINO
A Palavra de Deus, neste último domingo do ano litúrgico, convida-nos a tomar consciência da realeza do Filho de Deus. Esta realeza não se mede como a dos reis deste mundo, mas pelo amor, no serviço, no dom da vida e no perdão. O Rei dos Reis prefere o pobre, o excluído, o cativo. A festa de Cristo Rei, portanto, celebra a soberania e o poder de Cristo sobre toda a criação. Diante de Pilatos, Jesus afirma: o meu reino não é deste mundo (Jo 19, 36). É com esse espírito que entra O LEIGO: sua função é representar o rosto deste Cristo misericordioso e vitorioso. Os leigos assumem o desafio de ser pedras vivas da igreja e trabalhadores desse reino implantado pelo Rei dos Reis. É um desafio que exige, além de uma fé inabalável, luta, doação e amor sem limites.
PRIMEIRA LEITURA (2 Sm 5,1-3)
A primeira leitura nos apresenta o reinado de David, o rei de Israel. Saul foi um rei que não agradou, não deixando um sucessor à altura. David (por volta de 1005 a.C), com o apoio de todas as tribos (é das doze tribos que a tradição designará como “Povo de Deus”), foi ungido o rei de Israel, na presença do Senhor –“tu apascentarás o meu Povo e serás o rei de Israel”, significando que a realeza de David era desejo de Deus. Seu reinado foi um tempo de felicidade, de abundância, de paz, que ficou na memória do Povo de Deus, como o mais importante, por isso, mais tarde ,desejado seu retorno.
Foi, então, que os profetas prometeram um descendente de David para realizar esse sonho. Em termos religiosos, foi o tempo em que Jahwéh era considerado o Deus de Israel e de Judá, levando o Povo a ser fiel à aliança com Deus. Razão porque, Jesus Cristo, o Messias, como descendente de David é o Rei de Israel e o Rei do Povo de Deus hoje e sempre.
SEGUNDA LEITURA (Col 1,12-20)
A segunda leitura inicia com um convite à ação de graças por Deus ter livrado o povo colossense do poder das trevas e aberto seus olhos ao Reino de seu Filho. O povo colossense foi instruído na doutrina evangélica, mas alguns opositores religiosos incutiam dúvidas ao pretender aliar certas práticas religiosas não condizentes com tais ensinamentos. A confusão religiosa gerou crise no povo. Paulo da prisão escreve, alertando o povo da verdadeira doutrina e da correta adesão aos ensinamentos de Cristo. Paulo, a seguir, apresenta um hino que celebra a realeza e a soberania de Cristo sobre toda a criação, além disso, põe em relevo o seu papel fundamental como fonte de vida para a homanidade. Paulo nos apresenta, ainda, Cristo como imagem de Deus, o primogênito de toda a criatura, portanto, herdeiro principal e que “n’Ele, por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas”. Reafirma Cristo como “Cabeça da Igreja, que é seu corpo”, como “o primogênito entre os mortos” e que “nEle reside toda plenitude”. A conclusão de Paulo é que, por Cristo, todas as criaturas na terra e nos céus, foram reconciliadas com Deus . EVANGELHO (Lc 23,35-43)
O Evangelho nos situa no local do calvário: o final da caminhada terrena de Jesus na construção do Reino onde Ele é o Rei. Vejamos a cena: Jesus, pregado entre dois malfeitores, é zombado e espezinhado. O povo em silêncio O contempla perplexo. Por cima da cruz a inscrição: INRI – este é o rei dos judeus. Uma ironia?
O seu trono é uma cruz (expressão máxima de uma vida feita de amor e de entrega) e dois malfeitores são seus súditos, (um O insulta e o outro implora: lembra-Te de mim quando estiveres no Teu Reino!). Este e o quadro de sua realeza, seu poder... O Evangelho nos apresenta a realização dessa promessa: Jesus é o Messias e o Rei, enviado por Deus para anunciar o reino e realizar o sonho do Povo de Deus, de ser o Rei dos Judeus, cumprindo a promessa feita a David.
A inscrição na cruz diz tudo: um Reino de serviço, de amor, de entrega, de dom da vida. Por isso sua resposta aos que acolhem a salvação: “hoje mesmo estarás comigo no paraíso”. Celebrar Cristo-Rei não é celebrar um Deus dominador, mas é celebrar um Deus acolhedor que reina nos corações com a força do amor: ESTE É O SEU TRONO que tem na Igreja, o seu corpo, como sinal visível neste mundo. E nós, diante deste Rei que dá vida por amor, devemos repensar nossa existência e nossos valores.
JESUS CRISTO ONTEM, HOJE E SEMPRE
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