CRISTO RESSUSCITADO, NOSSO BOM PASTOR
Esse é o dia em que os católicos, chamados a seguir a voz do Pastor, celebram o Dia Mundial de Oração pelas Vocações sacerdotais e religiosas.
O Evangelho do Bom Pastor sempre é proclamado nesse Domingo, mostrando que Jesus, como Porta do Redil, nos conhece pelo nome: “quem entrar por mim será salvo”. É uma relação recíproca: o cuidado do Pastor e o reconhecimento das ovelhas. Ele é a porta para a vida. A imagem de pastor e porta evidencia a missão pastoral de cada um na comunidade, independente do tipo de serviço (Padre, Religioso ou Leigo). A maneira de agir nos põe em “cheque” e questiona nossa autenticidade, seguindo o Mestre. Nossa missão é agir como porta e não muro de acesso a Cristo para que se abra a uma vida feliz, aprendendo e seguindo as atitudes de Jesus. 
O Cristo ressuscitado é o Bom Pastor que nos conduz a Deus. Quem passa por Cristo, pelo seu projeto de libertação, encontra a vida em plenitude. A comunhão com Cristo, a escuta de sua palavra nos impele à missão para o discipulado missionário na conquista do rebanho para o Senhor, porque a seara é grande e poucos são os pastores.
Primeira Leitura: Atos 2,14ª.36-41
O texto traça o percurso e a vida de Jesus, o Bom Pastor, que foi constituído Senhor e Cristo, títulos essenciais à fé cristã, desafiando os homens à conversão. Acolher a mensagem é sinal de conversão que leva ao batismo, o sinal indelével do Espírito Santo, vida nova, como filhos de Deus, em nome de Jesus. Pedro, porta-voz da comunidade impregnado do Espírito do Pentecostes, ao exortar o povo sobre os maus pastores, continua a testemunhar o Mestre, sua vida e vitória sobre a morte, dando início a grande caminhada da Igreja edificada por Cristo, única que leva a salvação. 
O texto é uma catequese de como acolher a proposta filial de Deus a seus seguidores, através dos discípulos de Jesus, iniciando por seus apóstolos até nós. É o kerigma, rejeitado pelos judeus, que a comunidade cristã, desde o povo de Deus até nossos dias, é convidada a reconhecer. É a atitude de quem deseja rever seu relacionamento com Deus para uma vida nova. Pedro, definindo esse caminho da conversão, propõe mudanças de comportamento, de vida e seus valores, para seguir os passos de Jesus, incorporando-se a seu rebanho, na lógica de Deus que nos leva a fonte de água viva.
Salmo Responsorial:
O senhor é o pastor que me conduz, para as águas repousantes me encaminha.
Segunda Leitura: 1Pedro, 2,20b-25
O texto nos apresenta Cristo, o servo sofredor, como O Pastor que guarda e conduz suas ovelhas. A catequese nos convoca a seguir os passos desse Pastor que deu a vida pela humanidade sofredora e dominada pelo pecado e nos propõe como Seus discípulos responder as injustiças com o amor, ao mal com o bem e a ser solidários com os sofredores e excluídos. A leitura reflete as atitudes desse Cristo sofredor que, não cometendo pecado algum, suportou como cordeiro sem mácula as injustiças, sendo fiel a Sua missão salvadora até a morte na cruz, por isso o autor, sabiamente, liga o tema do Pastor com Seu sofrimento.Evangelho: João 10,1-10
O Evangelho apresenta Cristo, o Bom Pastor. É uma catequese sobre Sua missão de introduzir o homem à vida em plenitude, libertando-o da escravidão. A metáfora sobre “Pastor” e “Rebanho” vem do Profeta Ezequiel, ao dizer que o próprio Deus vai conduzir seu povo, pondo à frente um Bom Pastor. Jesus, através do Messias, veio cumprir essa missão, respeitando a identidade, individualidade e liberdade da pessoa. Conhece seu rebanho pelo nome, justificando ser pastor fiel e caminho que conduz à salvação. Em resposta, suas ovelhas O seguem com confiança e dedicação, contrariando os lobos travestidos de pastor que delas se aproveitam em benefício próprio, com mensagens interesseiras e contraditórias. O Evangelho, que condena a ação dos Judeus que se julgam no direito de dirigir o Povo de Deus, sem serem Pastor, taxa-os de ladrões e bandidos, comuns hoje em nosso meio. 
Quem entrar por mim será salvo, é a resposta de Jesus Ressuscitado que, como condutor do rebanho, guia seu Povo até o Pai. O Bom Pastor conhece as ovelhas e as conduz com ternura e cuidado. Sua missão é libertá-las das trevas e conduzi-las ao encontro da luz libertadora. Ele indica o caminho, vai à frente, não obriga, mas o segui-Lo torna o discípulo referência como porta de entrada com Seu mandato. A comunhão com o Bom Pastor, a escuta de suas palavras nos impele a ser coadjuvantes de Sua Igreja, no cuidado e defesa de Seu rebanho com os mesmos sentimentos de Jesus.
Em nossa cultura “pastor” é coisa do passado que foge do entendimento do povo. O que o mundo conhece é a figura do líder, do chefe, muitas vezes, manipulador, déspota que se impõe pela força, humilhando os mais fracos e humildes, fugindo ao verdadeiro Poder vindo de Deus. O evangelho nos manda refletir sobre o serviço da autoridade, 
propondo dirigente que oferece vida, respeito à liberdade das pessoas, doando-se desinteressadamente pelo bem comum. Para nós Católicos o único e verdadeiro líder é Cristo, o enviado do Pai que conduz o rebanho das trevas para a luz, o novo Adão. Quem recebe a missão de presidir a um grupo, de animar uma comunidade, deve exercê-la com respeito pela pessoa, sua dignidade e individualidade, dando exemplo de simplicidade, doação e amor. Mensagem o Papa para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, propondo o tema pelas vocações na Igreja Local:
“É preciso que cada Igreja local se torne cada vez mais sensível e atenta à pastoral vocacional, educando a nível familiar, paroquial e associativo, sobretudo os adolescentes e os jovens, que vise criar uma amizade genuína e afetuosa com o Senhor, cultivada na oração pessoal e litúrgica... na escuta atenta e frutuosa da Palavra de Deus... A capacidade de cultivar as vocações é sinal característico da vitalidade de uma Igreja local”.
Pe. Antônio G. Dalla Costa.
