quarta-feira, 28 de março de 2012

Domingo de Ramos 01/4/2012

JESUS É O NOSSO REI, O AMOR É A SUA LEI
“NA VERDADE, ESTE HOMEM ERA FILHO DE DEUS”.
Na quaresma preparamos nosso coração com oração, penitência e caridade. Hoje, unidos à Igreja, iniciamos a celebração da Páscoa de Jesus que entra em Jerusalém, sua cidade, para realizar o mistério de sua morte e ressurreição. Celebrar com fé e piedade esta entrada triunfal é seguir os passos de Jesus, aderindo a seu projeto, aclamando-O, com ramos e coração contrito, como o Senhor da Vida e da História. A entrada triunfal é celebrada com a procissão dos ramos bentos. Participar desta liturgia é participar da Paixão do Senhor e aceitar que o mistério pascal de Jesus se realize em nossa vida. A liturgia nos convida a contemplar esse Deus amoroso que veio a nosso encontro, viveu nossa humanidade, fez-Se servo, dando sua via para superar o egoísmo e o pecado. A cruz, no horizonte de Jesus, representa a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que Deus, na pessoa de Seu Filho, nos propõe: doar a vida por amor. Jesus, como o Messias, o rei justo e pacífico, entra e conquista Jerusalém montado num jumentinho, dispensando carros e armas de guerra, surpreendendo até seus discípulos que esperavam nEle um Rei poderoso e avassalador. O Senhor deseja prepará-los para compreender seu messianismo caracterizado não pela força militar de Davi, mas pelo serviço, como servo de Deus.
 Na Sua proposta é mostrar que, apesar de sua missão de amor, será condenado por falsidade religiosa e política, entregando-se livremente pela salvação de seus irmãos. Na ceia pascal, como despedida, ele institui a eucaristia como dom da própria vida para o mundo, quando as ovelhas serão reunidas pela força da ressurreição.
Primeira Leitura: Isaías 50,4-7
Não desviei meu rosto das bofetadas e cusparadas; sei que não serei humilhado.
O texto apresenta um Servo sofredor que confia na palavra de Deus e não teme diante dos poderosos e opressores. Este profeta, chamado por Deus a testemunhar aos homens a Palavra da salvação, sabe que a fidelidade ao mandato lhe dá a certeza do sucesso de sua missão. Apesar do sofrimento e da perseguição, o profeta concretizou, com teimosa fidelidade, o plano de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “servo de Jahwéh” a figura de Jesus que recebeu de Deus uma missão. ►Embora o fim da missão, de aparente insucesso, sua dor não foi em vão: Deus O recompensa, resultando, seu valor expiatório de sofrimento e dor, o perdão para o pecado do Povo.
A tarefa do enviado e modelado por Deus é o anúncio da Palavra com uma proposta de salvação, com base na missão recebida, cumprida com fidelidade. A missão profética de sofrimento e perseguição é realizada sem omissão pela confiança no Senhor que não O deixa só. Jesus, o servo sofredor que faz da sua vida um dom por amor, mostra a seus seguidores o caminho, a verdade e a vida. ►Que tenhamos a coragem de nos doar pelo irmão e a consciência de escolher e seguir este caminho de vida plena.
Salmo Responsorial: O sofrimento do justo e a firme esperança em Deus recordam a paixão de Jesus.
Segunda Leitura: Filipenses 2,6-11 Humilhou-se a si mesmo, por isso Deus o exaltou acima de tudo.
O texto apresenta o exemplo de Cristo que, como Deus e obediente ao Pai, sacrificou Sua vida a serviço dos homens, humilhando-Se até a morte, mas o Pai O glorificou, conferindo-Lhe todo o poder. É esse o caminho de vida que a Palavra de Deus nos propõe. Desprendimento, humildade e simplicidade não eram valores apreciados pela comunidade de Felipos, criada por Paulo que os convida a olhar os valores que marcaram o trajeto existencial de Cristo e seguir seu exemplo. ►Este hino, nomeando Cristo como princípio, meio e fim, faz parte da celebração litúrgica para mostrar aos cristãos o exemplo de Jesus a ser seguido.
O hino define o despojamento de Cristo. Ele não se apresentou com arrogância ou orgulho, esquecendo Sua divindade, mas aceitou assumir com humildade a natureza e condição humana como servo, sem deixar de ser Deus, dando a vida para revelar aos homens o amor do Pai. A conseqüência de sua obediência e entrega, Deus fez dEle o Kyrios, o Senhor, merecendo da humanidade (céus, terra e inferno) o reconhecimento como o Senhor que reina e preside o universo. O apelo de Paulo à humildade e ao dom da vida é fazer o cristão seguir os passos do Mestre que fez de Sua vida um dom universal, como o caminho da glória e vida plena.
Evangelho: Marcos 11,1-10 Marcos 15,1-39  Bendito O que vem em nome do Senhor!
Procuravam um meio de prender Jesus à traição, para matá-lo.
Jesus entra triunfalmente em Sua cidade, Jerusalém. É recebido com ramos e tapetes em seu trajeto, sendo ovacionado e cantado com hino somente dedicado a um supremo mandatário, como Deus: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o reino de nosso pai Davi! Os mandatários políticos e religiosos, no seu orgulho e vaidade, temendo pelo intruso no poder, decidiram por fim à Sua trajetória com um plano macabro, incluindo subverter até membros de seus seguidores (Judas).
Marcos nos convida a contemplar a paixão e morte de Jesus (relato da Paixão) como momento supremo de uma vida feita dom e serviço, visando libertar os homens do egoísmo e escravidão. Na cruz Ele revela o amor de Deus, amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total. ►Jesus é o divino servo que, renunciando a Si mesmo, assumiu a condição de escravo, merecendo de Deus a exaltação como o Senhor dos senhores, o novo Adão e Senhor do Céu e da terra. O evangelista nos apresente Jesus como o Messias, o Filho de Deus e envido pelo Pai para anunciar aos homens Seu Reino de amor e de Paz sem fim. Seu destino: cumprir a missão que o Pai lhe confiou, passar por morte atroz, mas que Deus O ressuscitará.
O relato não é uma simples reportagem da condenação de um cidadão comum, mas se fundamenta em fatos concretos da condenação à morte de um inocente que veio anunciar um mundo novo, de justiça, de paz e de amor, para os homens, e percorrer a Palestina fazendo o bem e pregando  uma doutrina de amor a Deus e aos irmãos. A catequese de Marcos é dar um recado aos homens para que concluam como fez o Centurião romano: “Na verdade, este homem era Filho de Deus!” ao testemunhar a paixão e morte de Jesus. Betânia, Cenáculo, Getsemani, palácio do sumo-sacerdote, pretório romano, Gólgota e o túmulo são os cenários onde se consumou a barbárie, mas demonstrada e comprovada a filiação Divina de Jesus.
O projeto de Jesus com sua doutrina entrou em choque com o poder, o egoísmo e a opressão que dominava o mundo. Seu anúncio do “Reino” provocou tensões e resistências. As autoridades políticas e religiosas se sentiram incomodadas com as denúncias de Jesus. Perder poder e privilégios não fazia parte de seus projetos, por isso prenderam Jesus e com um julgamento interesseiro, condenaram-nO a morte numa cruz.
Na cruz vemos aparecer o Homem Novo, o protótipo do amor radical na luta contra a desigualdade, o egoísmo e o pecado para gerar justiça, amor e paz. Para Marcos, Jesus como Filho de Deus, é também homem que sente a fragilidade humana: pavor, angústia e dor. No alto Ele implora: “meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste!” A oração de Jesus é a de um homem solitário.
Celebrar a paixão de Jesus é espantar-se na contemplação de um Deus que por amor tornou frágil. Veio a nosso encontro, assumindo nossos limites e, até, sentindo a angústia e o pavor diante da morte, traído e abandonado, continuou a amar e nos ama até o fim dos tempos. O “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem!” é seu recado de amor sem limites. Olhar para a cruz, deve significar um olhar de denúncia de tudo o que gera ódio, divisão, medo e egoísmo que gera escravidão, lembrando que o amor gera a vida que nos introduz no dinamismo da ressurreição.

 

É NECESSÁRIO VIGIAR E ORAR COM JESUS PARA REALIZAR A VONTADE DO PAI, POIS É DA ENTREGA DE CRISTO QUE NASCE A FÉ.
                                

A cortina do santuário, que fechava o Santo dos Santos, rasga-se abrindo o caminho para a comunhão com Deus, fechando-se essa barreira.
Pelo e-mail, wlimar@yahoo.com.br
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