terça-feira, 4 de setembro de 2012

24º Domingo do Tempo Comum

09.09.2012  JESUS CURA E NOS LIBERTA DE TODOS OS MALES
A Bíblia é a Palavra de Deus e alimento para o coração. É luz guiando o caminho para um mundo irmão. Neste mês da Bíblia, bendizemos ao Pai por Jesus que vence a surdez e atinge a humanidade. “Abre-te!” Eis a ordem de Jesus. Celebrando Sua Palavra, realiza-se também em nós o milagre da cura por meio da Boa-Nova que escutamos e partilhamos. O próprio Senhor abre nossos ouvidos, nosso coração, para sua mensagem salvadora.
âAos agentes de nossas comunidades, Ele solta a língua, abre a boca para comprometê-los com aquilo que celebram, aumentando o desejo de multiplicar a salvação que a palavra anuncia.
A liturgia nos mostra um Deus comprometido com a vida e a felicidade do homem, sempre pronto em renovar, em transformar e em recriar o homem, de modo a fazê-lo atingir a vida plena do Homem Novo.
 Marcos descreve a ação sacramental da Igreja, apontando os sinais de Jesus realizando maravilhas: “os surdos ouvem e os mudos falam”.
Primeira Leitura: Isaías 35,4-7ª
Os ouvidos dos surdos se abrirão e a boca do mudo gritará de alegria
A profecia messiânica, num tom de alegria, anuncia vida nova para o povo que se realiza no ministério oferecido por Deus, através de Seu Filho. ÆO Messias prometido se revela, abrindo os olhos dos cegos, os ouvidos dos surdos; solta a língua dos mudos para que anunciem as maravilhas da salvação. No texto, Isaias dirige-se ao povo oprimido e anuncia-lhes a iminência da libertação, animando-os a ter coragem e esperança. ðAssim Deus está olhando para o nosso povo, nosso país, dizendo aos sofredores e marginalizados da sociedade: “Não tenham medo! Eu estou com vocês!” É preciso ouvir, soltar a língua e abrir coração para anunciar que Deus é misericordioso, compassivo e está sempre conosco.
Jahwéh libertará seu povo e, com justiça, recompensará todo sofrimento suportado no cativeiro. DEUS ESTÁ AI, SEMPRE PRESENTE, ANIMANDO E PROTEGENDO SEU POVO.
Salmo Responsorial: O salmista revela a fidelidade eterna do Senhor, o defensor dos excluídos, que devolve a vista aos cegos e levanta do chão os caídos.
Segunda Leitura: Tiago 2,1-5
Deus Não escolheu os pobres deste mundo para serem herdeiros do Reino?
O& texto ilustra uma cena de discriminação aos pobres na sociedade daquela época.  Hoje, o cenário não é tão diferente, mas continua a ser um teste para a comunidade cristã. ðTiago, com razão, faz um alerta aos que se dizem cristãos, estabelecendo como doutrina de ação: só a Palavra de Jesus liberta e valoriza o ser humano, como filhos de Deus, não admitindo discriminação ou privilégios. âOs pobres, amados de Deus e escolhidos por de Seu Filho, pela fé, são ricos e herdeiros do Reino. YAcolher a proposta de Jesus é segui-lO no caminho do amor, da partilha e da doação sem discriminar ou marginalizar o irmão, sob qualquer pretexto.
Na sua carta, Tiago lembra que a fé se expressa, não com palavras ocas, mas por ações concretas em favor do irmão e se traduz num compromisso social e comunitário, seguindo os passos de Jesus que amou a todos sem discriminação. Na comunidade cristã, todos são iguais e dignos de consideração e de respeito, ainda que desempenhem funções diferentes ou serviços comuns. âOs “pobres deste mundo” são, mais do que uma categoria sociológica, uma categoria religiosa. & A expressão designa, na linguagem bíblica, os humildes que se apresentam diante de Deus numa atitude simples e com alegria e gratidão.
Seguir Jesus é ser testemunho dos valores evangélicos (fraternidade,  amor,  misericórdia e a tolerância que Cristo nos propõe).
Evangelho: Marcos 7,31-37 Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar.
As imagens usadas por Isaías, ao descrever a ação libertadora de Deus, prenunciam os milagres que Jesus fez durante a sua vida, cumprindo o mandato que o Pai Lhe confiou. &Um homem surdo, falando com dificuldade, é levado até Jesus para lhe impor a mão e abençoar. Jesus, como Mestre, é objetivo: coloca os dedos nos seus ouvidos e, com a saliva, toca-lhe a língua, fazendo dele um discípulo. Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. ðA proibição para não divulgar o milagre está associada à identidade de Jesus, manifestada plenamente na cruz e na ressurreição. ÿNo plano da criação, ouvir e falar são essenciais para acolher a palavra e responder, proclamando a fé.
Jesus realiza o sonho profético: abre os olhos dos cegos, os ouvidos dos surdos, faz o aleijado pular e a língua dos mudos entoar o cântico da alegria e da libertação.

FMarcos relata Jesus anunciando o projeto do Reino de Deus nos territórios de Tiro e de Sidônia, passando por Decápole (Palestina, dede Damasco até o sul), território pagão que rejeitavam as leis judaicas. É nesse ambiente geográfico e humano que o episódio da cura do surdo-mudo acontece. ÿLembramos que Jesus, nos grandes momentos de decisões, se dirige a Deus, num gesto de invocação. YSua atitude de levantar os olhos aos céus é gesto de diálogo e de respeito amoroso de Filho para com o Pai. O Evangelho desse domingo é uma prova do amor de Deus, comprometido com quem O ama e deseja chegar à vida plena do Homem Novo, onde o surdo-mudo representa o homem fechado ao projeto de Deus.
A surdez é uma vida vazia, fechada e egoísta, indiferente aos apelos do mundo e dos irmãos. Ser surdo-mudo é ouvir o grito dos marginalizados, abandonados ao sofrimento e “lavar as mãos”. A missão de Cristo se constitui em abrir os olhos aos cegos e desatar a língua dos mudos: Ele veio abrir nossa relação com Deus e com os irmãos, sem exceção, e compromisso com o mundo em que vivemos.  O gesto de Jesus “ergueu os olhos ao céu”, recorda e nos mostra que é preciso manter sempre a referência a Deus, quando praticamos uma ação. É dialogando com Deus que descobrimos seus desígnios e projetos.
É preciso tomar consciência de que é Deus  que age no mundo através de nossos gestos e ações. NOSSA MISSÃO DE DISCÍPULO É SER O ROSTO DE CRISTO.
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