terça-feira, 9 de julho de 2013


15º Domingo do Tempo Comum â 14/07/2013
   AMARÁS O SENHOR, TEU DEUS, E AO PRÓXIMO COMO A TI.  
Domingo do bom Samaritano:
SÍNSTESE DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO â vai e faze o mesmoY.
A liturgia define o caminho para a vida eterna: o amor a Deus e ao irmão. Neste dia o Senhor nos ensina a amá-Lo e a nosso próximo como a nós mesmos: ensina-nos o amor fraterno. Ele, a imagem visível do Deus invisível, realizou em nosso benefício tudo o que o Pai tinha previsto fazer. Nele descobrimos o rosto misericordioso do Pai.  
Na Eucaristia aprendemos que a lei de Deus é a lei da vida e não existe lei da vida sem amor. Jesus não pergunta quem é o meu próximo, mas quem é o próximo do homem ferido. Aquele que usou de misericórdia? Vai e faze o mesmo. Não adianta jogar moedas, dar um prato de comida, uma roupa só para aliviar a consciência. É preciso ser completo. Jesus nos deu o exemplo de bom samaritano: deu-nos a vida.
Um mestre da lei, desejando provocar Jesus, pergunta qual o centro da fé: o maior mandamento. Jesus dá o troco com a história do de um homem assaltado por ladrões e o bom e compassivo samaritano. Os samaritanos eram tidos como heréticos e maus para os judeus. Ao ferido, negam socorro e assistência o sacerdote e o levita, ambos ligados ao templo.
O samaritano, no entanto, teve compaixão dele e cuidou de seus ferimentos.  Não se trata de quem é o meu próximo, mas de ser o próximo aquele que necessita de compaixão. Deus nos deixou mandamentos que todos podem cumpri-lo, mostrando o que existe de bom dentre de cada um: o amor a Deus e ao próximo, como sentimento que passa à realidade: Jesus deu o exemplo com a própria vida por amor.
QUEM É MEU PRÓXIMO: É OLHAR A NOSSA VOLTA E VER QUEM CAMINHA CONOSCO.
Primeira Leitura: Deuteronômio 30,10-14
Esta palavra está bem ao teu alcance, para que a possas cumprir.
O texto, discurso de Moisés ao povo de Deus, como testamento espiritual antes de entrar na terra prometida, mostra e repercute o amor a Deus pelos homens e os convida a fazer de Deus o centro de sua vida para amá-lo de todo o coração, escutando sua voz pela via de seus mandamentos. “O mandamento que hoje te dou não é difícil nem está fora do teu alcance”.
O alerta de Moisés aos hebreus visa lembrá-los para as consequências da fidelidade à aliança e compromissos assumidos com Jahwéh, abraçando de coração seus mandamentos. O objetivo da mensagem catequética é mostrar ao povo o projeto de salvação e de liberdade desejados por Deus para que abra o coração dos homens. Deus deseja de cada um de nós uma adesão total e longe de interesses pessoais. Ele não é um negociante. Não aceita meio-termo.
A lei em nossa boca, em nosso coração, nos leva a testemunhar o amor de Cristo pela humanidade.
Salmo Responsorial: O salmista convoca o povo a alegrar-se com o amor de Deus. Humildes, buscai a Deus e alegrai-vos: o vosso coração reviverá!
Segunda Leitura: colossenses 1,15-20 Tudo foi criado por meio dele e para ele.
No texto, Paulo apresenta um hino que propõe Cristo como centro da história da salvação, em torno do qual se constrói a história e a vida do cristão: “Ele é a Cabeça do corpo, a Igreja, porque tudo nEle tem primazia”. A catequese da centralidade de Cristo nos leva a refletir o conteúdo do Evangelho de hoje. Se Ele é centro do amor de Deus, escutá-LO é fundamental na caminhada que nos educa para o amor.
Paulo da prisão soube do ensino de doutrina contrário à fé cristã, especialmente sobre a divindade de Cristo e sobre os anjos.
No ensinamento de Paulo: Cristo basta, Ele é a Cabeça do corpo (a Igreja), como fonte de vida e apresenta um hino de sábia inspiração, mostrando que nEle reside a plenitude da divindade, na criação e na redenção. Para o autor, por Cristo todas as criaturas na terra e nos céus foram reconciliadas com Deus. “Ele é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda criatura” - Ele, IGUAL AO PAI, faz-se visível na encarnação. NEle, por Ele e para Ele foram criadas todas as coisas.
A essência da vida cristã é a consciência da centralidade de Cristo em nossa existência.
Evangelho: Lucas 10,25-37 E quem é o meu próximo?
O amor ao próximo é concreto e está em cada um de nós, plantado no coração, o que leva a comunidade eclesial sentir uma sublime vocação de imitar a Deus no amor ao próximo. A parábola é um exemplo de que não basta saber, é preciso praticar, saborear esse amor: amar o próximo como a mim mesmo. A Igreja Católica é a instituição que mais ação caritativa e social faz pelo mundo. Essa deve ser sua principal vocação.
O texto nos indica que vida plena não se conquista com meros ritos e celebrações, mas no amor a Deus e aos irmãos, representado na figura de um samaritano: povo herege, infiel, segundo os padrões judaicos, que deixa tudo para abrir seu coração e socorrer um irmão ferido. “Vai e faz o mesmo” diz Jesus. Judeus e samaritanos, separados pelas vicissitudes da história, viviam, no tempo de Jesus, uma relação conflituosa.
“O que devo fazer para conquistar a vida eterna?”, pergunta um mestre da Lei, para Jesus. “Amar e fazer de Deus o centro da vida e amar o próximo como a si mesmo- resume Jesus. O mestre cinicamente, tentando se justificar: “Mas, quem é meu próximo?” (para eles o “próximo” era membro do Povo de Deus, tido como inimigo), Jesus dá o troco, apresentando a parábola do bom samaritano. Um homem é assaltado e ferido, precisando de ajuda.
As pessoas foram passando, dentre elas um sacerdote (com funções litúrgicas), um levita (religioso judeu do templo, ambos conheciam a Lei), que, indiferentes, por, falta-lhes o amor, nada fizeram pelo ferido. Um samaritano (considerado inimigo, infiel),abrindo seu coração cheio de Deus, se preocupa com o ferido, socorre-o, cuidando de suas dores e o salva. Jesus conclui: “Siga o exemplo”, como verdadeiro gesto concreto.
A pergunta do mestre da Lei é a pergunta que o homem do nosso tempo faz:
“O que fazer para me salvar e conquistar a felicidade eterna? Como dar sentido à vida?”
Jesus é taxativo: “fazer de Deus o centro da tua vida, amando-O de todo o coração e aos  irmãos, como a si mesmo”- relação com Deus e com os homens, sem restrições. Por essas duas coordenadas, nossa felicidade será plena de realizações. Amor ao próximo é dar-lhe a mão sempre que ele necessitar: agir como Jesus agia. Nosso egoísmo não pode falar mais alto

Existe diferença entre o modo de ser de Jesus e o nosso. Ele fez a diferença a ponto de dar sua vida. Só o amor concreto faz a diferença.
A PALAVRA amar o próximo É PALAVRA DA IGREJA de Cristo
Pelo e-mail, wlimar@yahoo.com.br Participe, dando sua sugestão.
 
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14º Domingo do Tempo Comum > 07/07/2013
A PAZ DE CRISTO REINE  EM VOSSOS CORAÇÕES
A Colheita é grande, mas os Trabalhadores são poucos
O Senhor nos convida a assumir a missão de profeta, mesmo na rejeição e na angústia.
O anunciador é como “o cordeiro no meio de lobos”.
Profeta: aquele que anuncia sem temor e com coragem.
Na liturgia da Palavra domina a temática do ENVIO: lembrando a figura dos 72 discípulos, no Evangelho, do profeta anônimo, em Isaias, que alerta o povo de Jerusalém sobre amor de Deus e do apóstolo Paulo que anuncia a glória da cruz, para nos convi­dar a tomar consciência de como Deus nos envia a testemunhar o seu Reino. No evan­gelho o tema é mais contundente: Os discípulos são enviados, dois a dois, como anunciadores da obra libertadora, a Boa Nova do Reino, a todos os povos, sem exceção. Jesus exige de seus enviados humildade e despojamento: pobres de bens, mas ricos da no amor pelo Reino. Quem anuncia o Evangelho não pode confiar em poderes humanos: sua força é a Mensagem de Cristo. Deus chama e escolhe pessoas do povo, para anunciar e testemunhar seu projeto salvífico:
formando a Igreja.
Primeira Leitura: Isaias 66,10-14c Eis que farei correr para ela a paz como um rio.
O sofrido povo de Deus, chegando do exílio na esperança de encontrar em Jerusalém fartura e paz, só encontra tristeza e desencanto. A população está mergulhada na miséria e os inimigos frustram o esforço pela reconstrução de Jerusalém. A esperança se transforma em desespero e o Povo se pergunta: “Quando é que Deus vai realizar as promessas que fez, ainda na Babilônia?”. A voz anônima de um profeta anuncia o amor de Deus como o carinho amoroso de uma mãe a amamentar seus filhos. O profeta, como enviando de Deus, consola o povo no intuito de libertá-los do medo, acenando com a esperança de um mundo novo de paz e prosperidade para que o povo confie em Deus: “sereis amamentados ao colo e acariciados sobre os joelhos”. As expressões do texto evocam a imagem da fecundidade, da riqueza e da vida em abundância no amor de Deus: é o desejo Deus para o seu povo.

Profeta não é um agente extinto. É uma realidade que Deus conta para intervir no mundo e recriar a história. Deus é o PAI que dá vida abundante e a MÃE que acaricia e consola.

Salmo Responsorial: O salmista proclama o povo a cantar as glórias de Deus:

Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira!

Segunda Leitura: Gálatas, 6,14-18 Trago em meu corpo as marcas de Jesus.

Entre os gálatas estão os adeptos, os prosélitos da Lei judaica, da salvação pela circuncisão, dificultando as mensagens Paulo que prega a salvação pela cruz, que faz renascer o fiel cristão, como nova criatura, e a inutilidade da circuncisão. A Lei, que só teve função antes de Cristo, não é capaz de gerar vida. Para Paulo só a glória da cruz em Cristo faz parte de sua vida, como sinais internos, e na fiel simplicidade, na sua missão apostólica, de resto: se considera morto para o mundo. Da cruz Cristo faz brotar a vida, a ressurreição, a nova criatura: o da morte e o da vida. Somente Cristo salva e o resto, leis e ritos, desnecessários ou geradores de conflitos ou escravidão. Paulo, fiel discípulo, assim resume seu argumento na proposta de Cristo, da Lei e da salvação, demonstrando sua vontade de amar, de dar a vida e pertença a esse Cristo cujo amor se fez entrega na cruz.
O discípulo de Cristo não se distingue pela cruz no pescoço ou pelo diploma do batismo, mas por sua identificação com Cristo, como voz de Deus ao irmão.
Evangelho: Lucas, 10, 1-12.17-20 A vossa paz repousará sobre ele.
A temática do texto é a missão, na figura dos 72 discípulos (número simbólico de totalidade), enviados dois a dois para preparar os caminhos do Senhor e dar sequência à obra salvadora de Jesus,  noticiando a Boa Nova do Reino: “A messe é grande, mas os operários são poucos e Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos”. O discípulo deve pregar de maneira simples, pobre e humilde, e, ao ser recebido/acolhido, proclamar: “A paz esteja nesta casa!” Ser missionário não é privilégio do clero. A Igreja é missionária e sua mensagem de salvação é para todos, sem distinção, e, assim, todos os Batizados tornam-se missionário e semeadores da Palavra. Missão, que cuida da boa colheita, é um dom do amor de Deus a sua Messe.   
A referência do envio dos 72 discípulos é exclusiva de Lucas que utiliza como catequese para mostrar que a missão do cristão, como proposta comunitária, é seguir os passos de Jesus, tornando-se testemunha de Sua Mensagem de salvação a todos os povos.
 A recomendação de nada levar para a missão, sem a preocupação com o conforto da moradia ou viver com simplicidade e sem exigências, significa que a força do Evangelho não reside nos meios materiais, mas na força libertadora da Palavra de Cristo, devendo iniciar pelo anúncio da PAZ, o “SHALOM” hebraico, que signifique, não apenas um gesto, mas: a presença do Reino entre os homens, enquanto realidade libertadora.
O anúncio do “Reino” não se esgota nas palavras, mas nos gestos concretos de amor, serviço e paz.
 “Acolher o irmão é acolher a graça de Deus”
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