terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

7º Domingo do Tempo Comum -19/2/2012


O PERDÃO GRATUITO DE DEUS LIBERTA E CURA
A pecada corroe a fonte de vida em nós, tolhe nossa liberdade e nos afasta de Deus. O pecado é como a árvore sem água: seca e perde a seiva da vida. Marcos nos apresentou Cristo como Mestre e Curandeiro, hoje nos apresenta com o pode de perdoar pecados, tendo como paradigma de pecador, um paralítico. O homem se valoriza - auto-estima; se relaciona – fraternidade; e, como meta de vida, encontra-se com Deus. O paralítico estava na contramão dessa relação. Para ela nada era possível, tudo conspirava contra ele. O telhado e amigos é sua salvação o que eleva sua auto-estima. Jesus mostra que o problema está na relação com Deus e não na doença.
A liturgia nos revela o amor misericordioso do Pai, através da divindade de Jesus que perdoa pecados, cura enfermidades e nos ensina o caminho da solidariedade entre irmãos. Deus tem um projeto de salvação que o homem deve acolher com fé.
O povo desperta e exclama em admiração e louvor: “Nunca vimos coisa semelhante!” Assim deve o agir da Igreja para nos manter conectados com Deus numa convivência pacífica com os seres que nos rodeiam como sinal de amor ao Pai.
Primeira Leitura: Is 43,18-25 Apagarei as tuas transgressões em atenção a Mim!
Isaías, o profeta da consolação, anuncia a esperança de tempos novos de um Deus fiel que mantem a Aliança com seu povo, refletindo Seu amor que não diminui apesar da infidelidade e do pecado. A vitória do amor de Deus se manifesta no perdão: O Deus de amor é o Deus misericordioso. Deus cria um povo novo: “Cancelo tuas culpas, já não me lembrarei de teus pecados” (Mq 7,19).
 Deus se manifesta no pecado com amor, desde que nos aproximamos dEle de coração arrependido: é como uma nova criação. O erro deixa vestígios, o pecado pesa e os homens sabem cobrar. Deus,no entanto, perdoa e esquece.
No texto Jahwéh lembra o povo que o passado bom alimenta a esperança e prepara o futuro e o acusa pela infidelidade e indiferença, necessitando de conversão. Na voz do profeta, aproxima-se um novo êxodo, o dia da nova libertação e o regresso definitivo a terra prometida de felicidade permanente.
O contexto coloca a missão de Jesus que veio revelar o rosto misericordioso do Pai que cura e perdoa o Povo que necessita percorrer um caminho de conversão e de renovação, antes de poder acolher a salvação libertadora oferecida por Deus. A vida cristã é uma caminhada permanente rumo a “terra prometida”.
Salmo Responsorial: O salmo recorda a salvação de Deus, revelada em momentos difíceis como a doença. Deus cura os que agem em favor dos pobres e desamparados.
Segunda Leitura: 2Corintos 1,18-22 Jesus não foi “sim e não”, mas sempre foi sim.
Paulo afirma que seu ministério está centrado na fidelidade de Jesus Cristo, pois nEle se realizaram todas as promessas de Deus. Pelo batismo, no Espírito, os cristãos são chamados a uma dedicação total a Cristo e ao evangelho, dando seu “amém” consciente e coerente. Ele, ao acusar membros da comunidade de pregar por interesse próprios, causa desagrado e perseguição, tendo que deixar Corintos. Sua mensagem, como de reconciliação, objetiva desfazer “fuxicos” e mostrar seu verdadeiro apostolado, reiterando sua fidelidade ao Mestre que o marcou com o selo do Espírito Santo. 
Ele recusa o alcunho de ser um meio termo, sim ou não, circunstancial. É um fiel discípulo de Jesus certo de que Deus é fiel às promessas feitas ao povo com seu “sim” sem meio termo. Paulo se exclui da lógica de oportunista e oferece aos homens a verdade, o que lhe assegura a sinceridade e linearidade de vida, merecendo a confiança da comunidade. O apóstolo dos gentios nos lembra que ser cristão, como ungidos de Deus, é seguir a Cristo que se fez cumpridor da promessa e percorrer com Ele o caminha da vida e do amor incondicional.
Evangelho: Marcos 2,1-12 O Filho do homem tem na terra o poder de perdoar os pecados.
“Deus perdoa todas suas culpas e cura todas suas enfermidades”. O texto retoma a temática de um Deus que, por meio de Cristo, derrama seu amor, bondade e misericórdia sobre a humanidade sofredora e prisioneira do pecado. Cabe ao homem acolher o dom de Deus, ir ao encontro de Jesus e aderir a Sua proposta libertadora que veio apresentar.
Querendo anunciar o sentido da sua presença na história, como enviado de Deus, Jesus dá ao paralítico o perdão dos pecados e cura sua doença. Os escribas, desconhecendo Sua identidade, falam em blasfêmia porque só a Deus cabe perdoar pecados. Jesus, categórico, afirma que perdoa pecados como o faz Deus e sua afirmação não é falsa pretensão, pois o milagre do paralítico que se levanta e caminha é a confirmação. Perdão e cura: sinais do amor de Deus, como libertação total de seus filhos.
O poder de perdoar pecados Jesus delegou a sua Igreja que, em Cristo e por Cristo, recebeu o Espírito Santo para a remissão dos pecados (João 20,23). A Igreja celebra a Eucaristia e o perdão dos pecados, a partir do batismo, no sacramento da penitência. As palavras que ouvimos na confissão: “Teus pecados estão perdoados”, são pronunciadas pelo sacerdote na pessoa de Cristo. A consciência do perdão revela ao homem o rosto da misericórdia de Divina e convence o cristão que sua santidade é o reflexo desse amor misericordioso de Deus que o salva.
O relato acontece em Cafarnaum, (o centro de onde irradia a missão de Jesus na Galiléia) numa comunidade judaica onde Jesus continua a propor o Reino por meio de milagres, gestos e sinais da presença do amor de Deus, provocando admiração do povo e recusa dos escribas e fariseus que procuram pretexto para atacá-lo e o acusar. Na casa, pelo telhado, desce um paralítico, protótipo da invalidez, conduzido por amigos que representam a humanidade que não se conforma com o mal que aprisiona pessoas e as torna infelizes.
Marcos representa a ânsia (fé) com que o mundo espera a libertação que Cristo lhe veio oferecer, colocando o doente frente a frente com Jesus. Jesus abre seu coração, significando que Deus deseja mudanças na vida do povo sofredor. É a reconciliação com a humanidade pecadora.
 

 
O sinal maior da bondade de Deus é a entrega de seu Filho amado: “isto é meu corpo, isto é meu sangue que é dado por vós”.
Pela adesão a Jesus, fica apagado o passado pecador do homem e este recebe uma nova vida.
Bendigamos ao Deus de amor e perdão, porque em Cristo nos ensinou e reconciliou partir da recuperação e libertação plena do ser humano.
O gestos de solidariedade favorece o encontro com Cristo e a experiência de sua misericórdia.

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