quarta-feira, 29 de agosto de 2012

22º Domingo do Tempo Comum 02/9/2O12

 A PRÁTICA DA CARIDADE É A AÇÃO QUE AGRADA A DEUS
Iniciamos e comemoração da Semana da Pátria, com o Grito dos Excluídos:  Queremos ver um Estado a serviço da nação que garanta direito a toda população”, na esperança de construirmos uma Pátria feliz e para todos com políticos a serviço do povo. Paulo 6º afirma: “Combater a miséria e lutar contra a injustiça é promover não só o bem estar, mas o progresso humano e espiritual de todos e, portanto, o bem comum da humanidade”. Setembro é o mês dedicado à reflexão da Palavra de Deus (mês da Bíblia), com o objetivo de reavivar nossa relação com as Escrituras Sagradas, fonte de fé e ins­piração para a vida cristã. Nelas encontramos o amor de Deus que nos ensina a amar e a perdoar como prática da correção fraterna, tema deste domingo. A Bíblia expressa mensagens de Deus e experiências religiosas como Moisés pedindo fidelidade a seu Povo.
A liturgia nos propõe uma reflexão sobre a “LEI”. Deus deseja aos homens a realização e a vida plena, propondo-lhes suas regras: o caminho a seguir. As Regras desse caminho, no entanto, não se esgotam num mero cumprimento de ritos ou de práticas vazias, mas num processo de conversão constante que leve o homem a se comprometer com o amor a Deus e aos irmãos, com fidelidade e dedicação. Deus oferece a salvação gratuita a todos e seus &ensinamentos estão centrados no amor.
ð Este povo me honra com os lábios, mas seu coração está longe de mim, pois abandona o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens. Mas, Seu Filho, com palavras e ações, revela o caminho de fidelidade à vontade do Pai. Jesus, como Mestre, dedica a vida ao anúncio da Boa Nova que liberta e transforma pessoas em discípulos Missionários.
Primeira Leitura: Deuteronômio, 4,1-2.6-8
Nada acrescenteis à palavra que vos digo, mas guardai os mandamentos do Senhor
Moisés lembra o Povo que os mandamentos são dons que libertam e asseguram a vida segura na terra prometida. Ele assegura que Yacolher a Palavra de Deus é se deixar guiar por Ela, porque os  preceitos de Deus são o caminho seguro para a felicidade e vida plena. O Deuteronômio é o Livro da Lei e da teologia: há um só Deus que deve ser adorado por todo o Povo num único local de culto. Javé elegeu Israel com quem fez uma aliança que deve ser observada com fidelidade, justifica Moisés. âEsse Deus que, no passado, interveio na história para salvar e libertar Israel é o mesmo Deus que agora oferece ao seu Povo leis  que devem ser observados, sem nada acrescentar ou omitir.
Moisés, um crente com apreço pela Palavra de Deus, em sua catequese, manifesta o seu orgulho pelo fato de Israel ser um Povo especial, Povo eleito de Deus que, sempre presente, com amor libertador o conduz pelo caminho da história, por isso, completa  o Profeta, essa Lei é uma proposta segura e o caminho para chegar à felicidade. YA escuta atenta à Palavra é o caminho que nos salva do egoísmo e nos conduz ao amor, à partilha e ao serviço do irmão. âNosso grande perigo é pretender que a Palavra se adapte aos nossos interesses. %O que pregamos é Palavra de Deus ou nossa “palavra”, com a lógica de Deus ou nosso jeitinho humano, nossa lógica!?  
Sem a escuta da Palavra, a nossa ação tende a se torna estéril e vazia o que nos leva a perder o sentido do nosso testemunho e do nosso compromisso.
Salmo Responsorial: - O salmista resume as diversas condições para entrar na casa do Senhor e o compromisso com a aliança.
Segunda Leitura: Tiago, 1,17-18.21b-22.27 Sede praticantes da Palavra!   
O texto nos convida a escutar e acolher a Palavra de Deus, observando que essa Palavra escutada e acolhida no coração do batizado deve comprometê-lo ao amor, à partilha e à solidariedade com os irmãos. Com razão Tiago afirma o dever de socorrer órfãos e viúvas e se manter livre da corrupção: a vivência do evangelho é o amar ao próximo. Não existe Y amor a Deus sem compromisso com o próximo. É preciso prolongar o serviço celebrado na Igreja à liturgia da solidariedade, da fraternidade, da misericórdia: somente práticas religiosas e litúrgicas são insuficientes.
Na catequese de Tiago: 1) Deus oferece seus dons aos homens para gerar uma nova humanidade; 2) A resposta é a disponibilidade para acolher esses dons, palavras e amor de Pai; 3) Resultar em mudança, conversão com fidelidade religiosa e abertura ao irmão; 4) Que gere fé com obras e amor a Deus, gerando compromisso de paz, vida nova, respeito solidário e disponibilidade ao irmão necessitado.
Evangelho: Marcos, 7,1-8.14-15.21-23
Vós abandonais o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens
Para entender o texto, é bom lembrar que os fariseus e mestres da lei criaram, ao longo do tempo, mais de 600 preceitos (dentre os positivos e negativos) destinados à conduta do povo judeu. Os dez mandamentos eram insuficientes.
&Jesus ensinava o povo observar a lei, mas não imitar as obras dos fariseus porque faziam tudo para produzir falsas aparências. âJesus denuncia tais atitudes, pois faziam do cumprimento externo e superficial da Lei um valor absoluto, esquecendo que a Lei é apenas um caminho para chegar a um compromisso efetivo com o projeto de Deus.
&Na catequese do Mestre, a verdadeira religião não se limita a cumprir formalidades, mas um processo de conversão que leve o homem à comunhão com Deus e a viver uma real partilha de amor com os irmãos.
âA cena mostra a reação dos fariseus e doutores da Lei à ação de Jesus após a multiplicação dos pães e dos peixes, propondo, com Seu gesto, um mundo novo de fraternidade, serviço e partilha.  ð Os líderes judaicos, sem coragem para contestar Jesus, escolhem os discípulos como alvos de suas críticas: o descumprimento da tradição dos antigos (Torah, a lei judaica). Nesse contesto centra toda a polêmica: cumprir normas e preceitos humanos ou a Lei Divina. O fundamental é a pessoa de Jesus e o seu Evangelho sem impor aos cristãos o fardo da Lei de Moisés e todos seus preceitos.
Muitos desses preceitos são seguidos até hoje pela religião hebraica (de origem semita) que, a partir de Moisés (no Decálogo) passaram a adorar um só deus, Iahweh, adotando o monoteísmo.
F O infrator da lei judaica era marginalizado e impuro para o culto, devendo, para suar reintegração, ser purificado com rigorosos rituais, dentre os quais, “lavar as mãos antes das refeições”, por pura questão religiosa. ÆOs fariseus pretendiam sondar Jesus e sentir sua ortodoxia e o respeito às tradições dos antigos.
A obsessão dos fariseus com os ritos era uma forma desastrada de viver a verdadeira religião, longe dos desígnios de Deus ou amor ao irmão:  “Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim”. Uma religião vazia e estéril: “É vão o culto que Me prestam”, por isso Jesus os chama de “hipócritas”, pois lhes interessa mais o PARECER que o SER: um faz de conta.
Jesus justifica: “O que torna o homem impuro não é o que entra, vindo de fora, mas o que sai de seu coração”, tais como, maus pensamentos, inveja, injustiça, orgulho, difamação ou cobiça, tornando o homem impuro (Para o judeu o coração é o interior do homem). A questão é: Será decisivo na experiência religiosa o estrito cumprimento das leis definidas pela Igreja? & Leis são meios ou caminho para... Enquanto os sinais, como autenticidade, indicam a forma da vivência interior e de amor a Deus e ao irmão. Assim, religião não é só cumprir lei, mas é viver em comunhão com Deus e Sua criação. Cristão é aquele que segue os passos Jesus no caminho do amor e doação e como discípulo, aceita fazer com os irmãos experiências do amor partilhado.

Deus oferece seus dons para o homem seguir o caminho da fraternidade e da justiça. O culto espiritual se manifesta no serviço do bem comum.