28º Domingo do
Tempo Comum-13/10/2013
A ORAÇÃO
PERMANENTE e perseverante FORTALECE A NOSSA FÉ
Dia
Mundial das Missões
Fé e oração são irmãs gêmeas – Sem fé é
impossível agradar a Deus.
A
Liturgia nos convida a manter uma comunhão íntima e amorosa com Deus que nos
faça crer e aceitar Seu projeto Criador, compreendendo Seu grande amor.
No Dia Mundial
das Missões rezemos pelos padres, religiosos e leigos que se doam a serviço a
Deus e dos irmãos.
Deus
invisível, levado por seu grande amor, fala aos homens como a amigos: nossa resposta adequada é a fé. Por ela o
homem submete sua inteligência e vontade Divina.
A fé é uma graça que vem do Pai, como dom gratuito, através do Espírito
Santo, esperando do homem amor e confiança: uma solidariedade. A essência
da fé é exercê-la livremente, atendendo o chamado de Deus para servi-Lo em
espírito e verdade, mas com liberdade, seguindo Jesus Cristo, como caminho,
verdade e vida, que nos exorta à conversão persistente, como a da viúva.
1ª LEITURA: Ex 17,8-13 Enquanto Moisés conservava a mão levantada, Israel
vencia.
O texto narra a caminhada dos hebreus pelo deserto
a caminho da Terra Prometida e o confronto violento com um grupo de habitantes
do deserto.
Para entender a história convém recordar que a tradição sobre a
libertação tem seu principal objetivo fazer uma catequese sobre o Deus libertador,
que salvou o seu Povo da opressão e da morte. O texto nos ensina que é preciso invocar o Deus com perseverança
e insistência para vencer a dura batalha que a vida nos apresenta e que a força
de Deus é essa ajuda e essa força criadora. Êxodo e o evangelho de
Lucas têm grande relação e através deles surge à imagem de um Deus diferente
daquele que às vezes imaginamos. O Deus da Bíblia
não é um Deus distante dos homens. É um Pai preocupado com tarefas criativas e
renovadoras de seus filhos. Mas ela só acontece
se, como a Moisés, socorrido e amparado, o homem estiver com as mãos voltadas para
o alto em atitude de oração e unidos pela fé.
Vencer duras batalhas que a vida
propõe é preciso ajuda e força de Deus, pelo diálogo contínuo, e a
solidariedade pela fé e oração entre os homens.
SALMO RESPONSORIAL: Salmista convida a confiar na proteção do Senhor, como agiam os
peregrino a Jerusalém.
2ª LEITURA: 2Tim
3,14-4,2 O homem de Deus seja perfeito e
qualificado para toda a boa obra.
Paulo nos ensina a buscar o sustento da fé na fonte da vida,
que é a palavra de Deus na Escritura Sagrada: crer no que recebemos
(a exemplo de Paulo em Cristo seu salvador). Crer sem acomodação é
não se dar por satisfeitos com a missão: O objetivo é lá na
frente, avançando para as águas profundas para que a Palavra chegue a todos os
irmãos.
Paulo pede que se proclame a Palavra para que as pessoas construam sua vida através
dela. O texto é uma exortação a verdadeira doutrina com base na Tradição e nas Escrituras, procurando distinguir a
verdadeira da falsa. Na Palavra transmitida é inspirada por Deus está a
sabedoria que leva à salvação. Ela
deve ser ensinada com persistência e fé, corrigida e informada com mansidão
e amor, evidenciando que a Escritura
é fonte de formação e educação cristã,
para tornar o homem mais completo como filho de Deus.
Nossa tarefa, como Igreja, é de
animador da comunidade cristã de forma adequada, persuasiva e amor, com exemplo de vida.
EVANGELHO: Lucas
18,1-8 Deus fará justiça aos seus escolhidos
que gritam por ele.
O texto exclusivo de Lucas que escreve numa
época em que as comunidades sofrem grandes perseguições e hostilidade dos
pagãos transtornando os fiéis pelos sofrimentos, que os desanimava a ponto de desejar
a segunda vinda de Cristo com intervenção definitiva de Deus na história.
A
mensagem da parábola e sua aplicação é meramente humana. Uma viúva pobre,
vítima de pessoa poderosa, exigia que fosse feita justiça, mas o juiz, que não
temia Deus nem os homens, negava-lhe qualquer direito ou solução. Ela era
persistente e convenceu o juiz que, para livrar-se definitivamente de suas
lamúrias, fez justiça.
Pedagogia da parábola: um juiz insensível, mas capaz de atender
a injustiçada viúva, não porque era justo, mas, por insistência dela. Assim,
com mais razão, Deus que é misericordioso e defensor dos oprimidos
estará sempre atento às súplicas de seu povo e de seus filhos. A mensagem tem
como objetivo, levar o homem à prática constante
e persistente da oração, fazendo com que
jamais deixe de dialogar e de se dirigir ao Pai, porque é nesse clima que
Deus transforma nosso coração para nEle confiar e crer. Aí surge aquela pergunta de má fé:
Porque Deus permite que tantas pessoas vivam em
condições degradantes e miseráveis? Porque tanta arbitrariedade e injustiças
onde o poder e a riqueza oprimem e roubam inocentes e nada lhes acontece?
Por que Deus não intervém?
Lucas está convicto de que Deus não
está indiferente aos apelos de seu povo e que um dia virá, em sua glória, a fim
de construir um novo céu e uma nova terra. Ele tem seus planos e seu tempo, respeitando
a liberdade do homem e, até, dando-lhe oportunidade de vida nova. Sem entender, só nos resta respeitar a lógica de Deus, confiando e
colocando-nos em suas mãos. Ele sabe quando
atender nossas súplicas. Sejamos, pois, criteriosos em nossos pedidos porque Deus não é um
negociante. Neste
contexto, só nos resta uma profunda relação de amor e comunhão, de intimidade e
de diálogo com Deus. A oração persistente e contínua é o caminho
para encontrar esse amor misericordioso de Deus e de caridade entre irmãos.
O relato do juiz e da viúva nos anima a
oração persistente, sem jamais esmorecer. A viúva indefesa denuncia suas dores
e persevera na busca por justiça. Sua figura é uma luz à missão das comunidades
primitivas, diante da realidade hostil e opressora. O juiz
não temia a Deus, nem respeitava o ser humano, por isso passava
por cima dos
indefesos e oprimidos, sem socorrê-los, salvo para se ver livre da incômoda
persistência. A atitude do juiz é a ação inversa de Deus: O
Pai escuta o clamor dos filhos, tornado-se Defensor e Libertador. O
exemplo de Cristo, o Filho glorificado, por sua fidelidade ao plano de salvação,
é exemplo a seus seguidores a permanecer vigilantes na fé e na oração, fiéis a
sua fé até vinda gloriosa do Salvador.
O Evangelho é uma lição do que pedir a Deus na oração ou quando
falamos com Ele, não com uma ladainha de problemas para Ele solucionar. Deus
deseja que coloquemos a vida em Suas mãos, a exemplo da viúva.