D I A D O C A T E Q U I S T A
"SE ALGUÉM QUER ME SEGUIR, RENUNCIE
A SI MESMO,TOME A SUA CRUZ E ME SIGA"
A liturgia nos convida a descobrir a loucura da Cruz como método de vida, compromisso de fé e de renúncia para seguir o Mestre: o acesso a essa vida plena que Deus nos oferece, passa pelo caminho do amor. A cruz, como parte integrante do Mistério pascal, é o caminho do cristão, recheado de lutas contra a morte. É pela morte que se chega à ressurreição. Os textos centram os ministérios proféticos no seguimento de Jesus, como a vocação para os Ministérios e Serviços,
destacando A CATEQUESE e outros ministérios comunitários em que a Igreja cumpre o seu papel de formadora de discípulos missionários de Jesus. A Palavra de Deus é uma força sedutora e reveladora de Seu amor vital. Não basta saber quem é Jesus, mas compreender que sua missão é ir a Jerusalém, fazer a vontade do Pai e vencer a morte em favor da humanidade. 
Jeremias e Mateus ressaltam o conflito enfrentado tanto pelo profeta como por Jesus. Segundo o Profeta, a experiência do exílio marcou a vida do povo de Israel, sendo nesse momento histórico e doloroso, que exigiu repensar a fé no Deus da Aliança. Mateus ressalta o esquema catequético sobre o discipulado como seguimento de Jesus até a cruz, onde o núcleo principal é o primeiro anuncio da paixão, no entanto, os discípulos, na pessoa de Pedro, nada entenderam. Ambos estão convencidos do messianismo de Jesus, situado nas expectativas messiânicas do momento, Jesus, no entanto, está consciente que a vontade do Pai é outra, rechaçando a tentação de Pedro em obstaculizar sua missão. Primeira Leitura: Jeremias 20,7-9
“A palavra do Senhor tornou-se para mim fonte de vergonha”.
No contexto, o profeta de Israel descreve a sua experiência de cruz. Seduzido por Jahwéh, Jeremias colocou sua vida a serviço de Deus e de seus projetos. Ele enfrentou os poderosos, os que vivem a lógica do mundo, levando-o a conhecer a desolação. 
Essa é a experiência de quem acolhe a Palavra de Deus no seu coração e a vive coerente com seus valores. “Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir...”, tendo que suportar zombarias e chacotas, porque a voz de Deus era como um fogo queimando suas entranhas. Assim se caracteriza a vida cristã que busca cumprir a vontade de Deus.A atuação de Jeremias no reino de Judá, 
numa época conturbada, instável, de injustiças sociais e de infidelidade religiosa, estendeu-se até após a destruição de Jerusalém (586 a.C.), iniciada desde jovem ao se sentir chamado e seduzido por força Divino. A pregação de Jeremias não surtiu efeitos junto ao Povo. Foi acusado de traição e, encarcerado, chegou a correr perigo de vida, trazendo-lhe solidão e abandono. Por tudo o que passou e por seu amor à missão, apaixonado pela Palavra de Jahwéh, Jeremias é paradigma dos profetas. E esse homem bom, sensível e delicado sofria terrivelmente pelo desprezo e gozação a que a missão profética o condenava. Desiludido, dirigia-se a Deus e O censura por causa dos problemas que a missão lhe trazia. O profeta, apesar de tudo, por seu amor e dedicação a Deus, não se demite de ser sinal profético. Esse deve ser a vocação de todo o batizado: ser um sinal, como num grito de lamento de muitos homens e mulheres.
Salmo Responsorial: A minh'alma tem sede de vós, como a terra sedenta, ó meu Deus.No Salmo, peçamos que o Senhor sustente e faça crescer em nós o desejo de viver na intimidade do seu amor.
Segunda Leitura: Romanos 12,1-2 Oferecei-vos em sacrifício vivo!
No texto Paulo, utilizando uma linguagem imperativa, exorta o povo como irmão na fé e com a autoridade de Apóstolo e o convida a fazer de seu corpo uma oferta perene a Deus. Era nisso que consistia sua conversão: vida transformada pelo Espírito, novos valores e gratidão ao Deus, sem se deixar engravidar pelas armadilhas do mundo. Com sua catequese sobre o projeto de Deus para os homens,
Paulo mostra como deve viver quem é chamado por Deus à salvação, pelo batismo, aderir o projeto de Cristo e a uma vida nova como oferta de si mesmo. Que essa oferta, esperada por Deus, seja um “sacrifício vivo, santo e agradável” que brota do coração e possibilite discernir a vontade Divina, sem se deixar influenciar pelos valores apresentados pelo mundo do egoísmo, do orgulho e do pecado. 
Paulo deseja que o batizado seja coerente e tenha procedimento digno e fiel, que viva na doação e na entrega ao amor a Deus e ao próximo, não como um ritualista “papa” hóstias que dá esmolas generosas como meio de “aliviar” sua consciência. “Não vos conformeis com este mundo”! Paulo deseja que o cristão não aceite um mundo que se constrói à margem, que se privilegia a custa da miséria, por conta de um materialismo selvagem que exclui e degrada pessoas inocentes, contrariando os valores evangélicos cimentados no amor. Transformar-se pela renovação espiritual: apegar-se a valores e princípios imutáveis do amor, na escuta de Deus e de Seus projetos, importa fugir dos preconceitos que degrada pessoas e a família, o patrimônio da humanidade.Evbangelho: Mateus 16, 21-27
Se alguém quer me seguir, renuncie-se a si mesmo.
Jesus, no Evangélico, exorta os discípulos que o verdadeiro caminho da vida não passa por glórias e êxitos humanos, mas por amor e dom da vida. Ele, o caminho, a verdade e a vida, é o exemplo de doação plena e, quem quiser ser seu discípulo, deve trilhar caminho semelhante. Aos discípulos que O reconhecem como o Messias, Filho de Deus, Jesus explica o sentido real de seu messianismo e filiação divina, como numa catequese da cruz. A liderança judaica já havia decidido o destino de Jesus, apenas os discípulos O seguiam, desejando partilhar de seu triunfo. Jesus explica que esse “triunfo” passa pela cruz, não como glória, mas como escândalo, afirmando que é esse tipo de glória que os espera. Mateus escreve num período de cristianismo morno e sem o fervor inicial, mas repleto de perseguições.
Jesus, em sua catequese, anuncia aos discípulos a sua paixão, instruindo-os sobre o significado e as exigências para segui-LO como seu discípulo. Jesus sabe das pretensões de seus inimigos e de seu destino, mas não se demite. Pedro, como o porta voz, na sua lógica, discorda do Mestre e tenta dissuadi-LO desse tipo de missão que ele só entende como gloriosa e vencedora, não podendo passar pela cruz. Jesus, ao ouvir de Pedro que não embarque no projeto do Pai, o repreende com dureza, com a intenção de corrigir a perspectiva dos discípulos. O plano de Deus passa longe de triunfos ou de esquema humano de poder, mas de vida e amor à humanidade. Jesus não está disposto a transigir, mas convicto no cumprimento de sua missão de amor.
O Senhor nos dá o verdadeiro sentido da renúncia e da humildade para fazer da vida um dom a Deus e ao irmão, significando que o cristão não pode viver fechado em si mesmo, preocupado com seus sonhos, bem-estar ou triunfos pessoais. O cristão deve fazer de sua vida um dom generoso a Deus, tomar a cruz de Jesus e segui-LO e, assim, ser Seu discípulo e integrar a comunidade do Reino. A cruz é a expressão do amor total, radical, que se dá até a morte. Jesus explica aos discípulos as razões de como abraçar a lógica da cruz; que oferecer a vida por amor não é perdê-la, mas ganhar a vida eterna; que a vida aqui na terra não é definitiva, por isso não há razões para preservá-la, mas doá-la por amor e para o encontro final com Deus. É a lógica dos homens (o poder, êxito, glórias) frente à lógica de Deus (solidariedade, humildade, simplicidade). Quem são os verdadeiros discípulos de Cristo e suas opções? Rezemos pelos catequistas para que
sejam verdadeiros discípulos missionários
a erviço do amor, em Jesus Cristo.
"DINHEIRO FAZ HOMENS RICOS,
O CONHECIMENTO FAZ HOMENS SÁBIOS E
A HUMILDADE FAZ GRANDES HOMENS!"
