quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

4º Domingo do Advento-18/12/2011 Ano B

O MESSIAS ESTÁ CHEGANDO, ALEGREMO-NOS!
Entramos na semana do Natal e, na mesma disposição de Maria, a mãe de Jesus e nossa, queremos acolher o Salvador e dizer-lhe de coração e vida: “Eis aqui os servos e as servas do Senhor...” No SIM de Maria, a liturgia nos convoca a bendizer nosso Deus pela manifestação de Seu Filho e nos alegrar, como Maria, porque o Senhor está em cada um de nós, templo do Espírito Santo, revelando-nos, em Jesus Cristo, o Seu Projeto de Amor.
A anunciação aconteceu na aldeia de Nazaré, na Galiléia. Maria era noiva de José ao receber a mensagem do anjo, criando-lhe uma situação embaraçosa, mas um anjo do Senhor o conforta.
Lucas apresenta o resumo do anúncio da vida cristã. Inicia por Gabriel, a transcendência em nossa vida; Deus, como princípio de tudo; José, o homem da casa de Davi; Maria, a Virgem que, por ação do Espírito Santo, torna-se o centro da mensagem e atenção de Deus e da humanidade, culminando com Jesus, o Filho de Deus, nascido de uma mulher e se tornar um dos nossos. A anunciação forma personagens que devem fazer parte da vida espiritual de todo cristão. A revelação central de Luca está na grande família da Trindade Santa para nos inserir na história da salvação pelo Batismo. Começa por Deus, mostrando que é PAI pela encarnação de seu FILHO por meio do ESPÍRITO SANTO.
Primeira Leitura:  2Samuel  7, 1-5.8b-12.14a.16
O teu reino será estável para sempre diante de mim, diz o Senhor.
David tornou-se rei da Judá e das tribos de Israel para forma um único povo, tendo como capital Jerusalém, como a cidade de David, para onde levou a Arca da Aliança e construir lá um templo para o Senhor, tendo a oposição do profeta Natã, dizendo que Javé não deseja templo, mas o Povo, como Deus peregrino. O texto apresenta a promessa de amor de Deus a David, anunciada pela boca do profeta Natã, de nunca abandonar o seu Povo nem desistir de conduzi-lo ao encontro da felicidade e da realização plena. Deus irá concretizar esta promessa na sua descendência, oferecendo a seu Povo segurança e paz, abundância, fecundidade e felicidade sem fim.
èJesus é a manifestação desse amor divino derramado sobre todos os povos. Ele nos foi dado a conhecer pelos profetas, pela bondade e sabedoria de Deus, a quem queremos glorificar eternamente.
Salomão, na dinastia davídica, segue o plano de Deus, como o Rei sábio. A promessa/profecia é a base da fé de Israel, em especial, nos momentos de crise e sofrimento do povo que sonha com o Messias libertador. Para o cristão o que importa é que Deus preside à história humana, vem a seu encontro, fazendo com ele uma Aliança de paz e justiça para apontar-lhe o caminho para a vida verdadeira que liberta e salva. Embora o homem invente o mal e a morte, injustiça e opressão, violência e exploração, não temos razão para temer o mundo porque Deus será o condutor da história. Preparando o Natal, devemos ter a consciência de que a promessa de Deus a David se concretiza em Jesus e que este Rei encontre em nós um coração aberto e disponível.
Salmo Responsorial: O salmista canta eternamente a bondade e a fidelidade do Senhor à sua aliança.
Segunda Leitura:  Romanos 16, 25-27
O mistério mantido em sigilo desde sempre agora foi manifestado.
Deus manifesta a salvação à humanidade através da obra redentora de Cristo. O texto chama a esse projeto salvífico, preparado por Deus desde sempre, de o mistério ou o plano de salvação, revelado pelo Espírito, assegurando que esse projeto se manifestou, em Jesus Cristo, a todos os povos e línguas, sem distinção, para que sejam chamados à fé, a fim de que toda a humanidade integre a família Divina. èA carta de Paulo visa acalmar o ânimo que dividia os cristãos de origem judaica com os de origem pagã, pelo cumprimento das tradições e leis existentes, criadas pelos judeus.  Reportando-se a esse “mistério”, que reflete o amor de Deus pelos homens, Paulo pede que “SEJA DADA GLÓRIA PELOS SÉCULOS DOS SÉCULOS”… Amém! Seja nossa resposta. Como na primeira leitura, a mensagem reitera o plano salvífico que Deus tem para oferecer aos homens, desde a eternidade. Deus nunca nos abandona.
Evangelho:  Lucas 1, 26-38 EIS QUE CONCEBERÁS E DARÁS À LUZ UM FILHO”
Jesus é o Senhor, o Emanuel, a presença viva e atuante de Deus no meio do seu povo. O menino recebe o nome de Jesus, o salvador, e será chamado Filho do Altíssimo. Seu reinado não terá fim, como promessa de Deus à casa de Davi, na pessoa de José. Deus  manifesta sua presença na história por sinais e plenifica Maria com seu Espírito, cobrindo-a com o poder de sua sombra. èMaria de Nazaré, a mãe do Messias, nos ensina a acolher a vontade de Deus com uma fé viva. Crendo como Maria, é possível construir um mundo melhor, fazendo resplandecer a presença libertadora do Senhor no seio da humanidade.
A narrativa da anunciação do anjo a Maria é exclusiva de Lucas. Em Mateus a comunicação do anjo é feita a José. Marcos inicia com a pregação de João Batista e o batismo de Jesus. Lucas, por sua vez, em uma retrospectiva, inicia com o anúncio do nascimento de João, a Zacarias, e do nascimento de Jesus, a Maria. Assim, vemos que João Batista e Jesus estão intimamente ligados no projeto de Deus. Lucas faz um paralelo na origem dos dois. João, na escolha de seu nome pelo anjo, diferente do nome do pai, para significar a ruptura com a tradição familiar sacerdotal e o sistema religioso judaico. Jesus, na sua vivência que flui do amor, no Espírito Santo, confirma esta ruptura com a tradição.
Maria, ouvindo a saudação do anjo: "Alegra-te, cheia de graça! O Senhor está contigo", humilde e confiante, dá seu SIM, e exclama“EIS A SERVA DO SENHOR”. Cheia de graças, significa que Maria é a predileta do amor de Deus.  José ascendente davídico, um carpinteiro, e Maria, a escolhida na plenitude da dignidade, representam a periferia de Nazaré da Galiléia pagã, de onde não poderia “vir nada de bom”. Finalmente, em Jesus o Divino se faz humano para tornar o humano divino. É através de gestos de amor e serviços que Deus se torna presente e transforma o mundo. Este gesto de Deus só acontece com os nossos “Sins” disponíveis de entrega, em especial aos pobres, humildes e marginalizados.
A história vocacional de Maria deixa claro que para Deus o poder, a riqueza ou visibilidade social não determinam as condições de realizar uma missão, porque Deus age nos homens e mulheres independentemente de suas qualidades humanas. O que importa é a disponibilidade e o amor com que se acolhe e abraça os desígnios e propostas de Deus. Maria tinha seu projeto de vida, no entanto, optou pela proposta de Deus, uma missão Divina, sem egoísmo, como exemplo a toda a humanidade: “Faça-se em mim segundo a tua palavra!”, para o que exige comunhão e intimidade com Deus.
ALEGRE-SE CHEIA DE GRAÇAS!
O SENHOR É CONSTIGO!

Pelo e-mail, wlimar@yahoo.com.br
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