C R I S T O J E S U S - A LUZ DO MUNDO
O SENHOR NOS CHAMA!
Na Bíblia, luz simboliza a vida, e trevas o pecado, a morte. Deus é comparado à luz; “O Senhor é minha luz e salvação”. Á liturgia nos apresenta o projeto de salvação e de vida plena que Deus tem para oferecer aos homens e a missão do Senhor para os pecadores, necessitados, pobres e doentes.
O povo que vivia nas trevas viu uma grande luz! O Reino dos céus está próximo, convertei-vos!
Por isso somos desafiados a levar este Reino aos pobres, nas favelas, nos asilos, nas prisões e, mesmo, em ambientes de prostituição, onde reina o álcool e as drogas, para que a luz do Salvador brilhe em todos os lugares. A Igreja, como fiel anunciadora das mensagens Divinas, continua sua missão redentora, evangelizando e curando os pobres e oprimidos.
Após o Evangelho de João, abrindo o Tempo Comum, voltamos com Mateus que nos conduzirá durante o Ano Litúrgico, identificando quem é Jesus, o Cristo. Segundo o apóstolo, em Jesus se realizam as profecias de Isaias que indicam o Salvador e enviado do Pai, como o Messias.
Sejamos atentos ao apelo Divino porque, imersos na luz de Cristo pelo Batismo, o Senhor renova seu chamado a cada um de nós, com Palavras e com seu Corpo e Sangue, tornando-nos filhos da luz a vencer com Ele as trevas e as amarguras da vida e a dos irmãos, pela conversão constante e pelo exemplo de caridade cristã.
Primeira Leitura – Isaias 8,23-9,3
Primeira Leitura – Isaias 8,23-9,3
O profeta Isaías, com seus oráculos messiânicos que alimenta esperança de liberdade e de paz, anuncia a luz de Deus que brilha nas montanhas da Galiléia, onde reinam trevas e desolações, trazendo esta luz a todos os que estão prisioneiros da morte, da injustiça, do sofrimento e do bastão do opressor – os Assírios que conquistaram a capital de Israel.
O profeta, desiludido com a soberba dos reis e sua política, começa a sonhar com uma intervenção Divina para oferecer ao seu Povo um mundo novo, de liberdade e de paz sem fim. Ele prevê uma luz que virá iluminar a terra e seu povo, trazendo esperança e alegria, liberdade e paz. Ele usa como imagens de felicidade a boa colheita com abundância de alimentos e a farta caçada, quando os caçadores dividem as presas. Essa luz libertadora, que trará um mundo novo de alegria e paz, vem de Deus: é Jesus, a Luz Divina, o Salvador e Redentor.
Acolher Jesus Cristo é aceitar o projeto de justiça e de paz que Ele veio propor aos homens. Então, como agentes da Pastoral Litúrgica, essa é a missão que assumimos de criar, no ato celebrativo da eucaristia, ambiente de vida e paz que gere esperança e incentive o amor a Deus e aos irmãos.
Salmo Responsorial O Senhor é minha luz e salvação, é proteção da minha vida
Segunda Leitura – 1Cor 1,10-13.17
A leitura apresenta as vicissitudes de uma comunidade de discípulos que esqueceram Jesus e sua verdadeira doutrina. Paulo, com rigor, repreende-os a assumir os reais fundamentos da sua fé e dos compromissos assumidos no batismo. Ele foi sempre fiel seus catequizandos e, mesmo distante, acompanhava-os, orientando em suas dificuldades e persistência na fé, o que hoje é pouco comum em nossas igrejas no acompanhamento de seus paroquianos.
Paulo desejava unicidade na fé em Jesus Cristo, independente de seus anunciadores, evitando que se criassem grupos simpáticos a determinados mestres. Cristianismo não é escola de sabedoria onde o mais erudito é escolhido como mestre, mas é pela adesão a Cristo, pela essência da fé, a única fonte de salvação. Ser batizado é fazer parte do corpo de Cristo e de sua Igreja independente de quem anuncia ou batiza, mas Jesus Cristo.
O texto nos diz que a experiência cristã é o encontro com Cristo, fonte da salvação, não dependendo, nossa fé, do carisma de pessoa influente, de quem preside a comunidade ou, mesmo, do Pároco. Vamos à igreja por causa do padre, do comentarista ou queremos aparecer? Cristo deve ser de fato, nossa referência, nosso rumo, nosso ícone. O que mais agrada o diabo são as divisões, as competições, as fofocas, em fim, as “guerras e rivalidades dentro de uma comunidade”.
Isto seria incompatível com a vida cristã, dando evidente sinal de que não é Cristo que nos move, mas nosso egoísmo ou culto da personalidade. Nossa missão é levar as pessoas a descobris Cristo como caminho, verdade e vida. Devemos ser família de irmãos que vivem em unidade e em comunhão com a Igreja.
Evangelho – Mateus 4,12-23
Convertei-vos, porque o reino dos Céus está próximo.
O Evangelho propõe um fato profético: Jesus é a luz que começa a brilhar na Galiléia, propondo aos homens de toda a terra a Boa Nova da chegada do Reino. Os discípulos serão os primeiros destinatários da proposta, testemunhas autênticas e encarregados de divulgar a boa nova. O texto é prenúncio e preparação da missão de Jesus e do anúncio de seu Reino, iniciando na Galiléia às margens do lago de Genezaré.
Com a morte de João, Jesus deixa Nazaré, onde viveu, transferindo-se para Cafarnaum, identificando, para Mateus, que “a luz que eliminou as trevas, de que fala Isaias, é o próprio Jesus”. E é nesta terra humilhada (Zabulon e Neftali) que vai brilhar a luz da libertação para todos, significando que o anúncio ecoa na Galiléia, terra onde os gentios se misturam com os judeus, incluindo os pagãos que acolherem a anúncio do Reino de Deus, e em todo o mundo, numa dimensão universal. A expressão “Reino de Deus” refere-se, no Antigo Testamento e na época de Jesus, ao poder soberano de Deus sobre os homens e sobre o mundo. Conversão é um convite a mudança radical de mentalidade, nos valores e na postura de vida, voltada para Deus.
Na sequência, Mateus apresenta Jesus construindo seu Reino. É o lançamento de sua Missão como a luz do mundo. Era comum naquele tempo que pessoas seguissem um mestre de sua simpatia. Jesus caminha junto ao mar da Galiléia e encontra os 4 primeiros discípulos, representando a totalidade dos escolhidos: Simão e André, Tiago e João que pescam e consertam as redes. Jesus os chama: “sigam-me e eu farei de vocês pescadores de homens”. Eles deixam tudo e seguem o Mestre.
O relato diferencia os chamados por Jesus dos discípulos dos mestres do judaísmo, onde os discípulos escolhem o mestre e o seguem. Os discípulos de Jesus são escolhidos e chamados com proposta de missão. Jesus exige radicalidade: deixar tudo e segui-Lo para serem pescadores de homens.
Jesus é o Deus que vem ao nosso encontro para realizar os nossos sonhos de felicidade. É por Ele que o Reino se aproxima dos homens, deixando de ser uma quimera para se tornar realidade na construção do mundo. Para que isso seja possível, o Mestre pede conversão incondicional, onde só Deus ocupe sua vida, exigindo despir-se do egoísmo que impede o amor ao irmão.
Jesus é o Deus que vem ao nosso encontro para realizar os nossos sonhos de felicidade. É por Ele que o Reino se aproxima dos homens, deixando de ser uma quimera para se tornar realidade na construção do mundo. Para que isso seja possível, o Mestre pede conversão incondicional, onde só Deus ocupe sua vida, exigindo despir-se do egoísmo que impede o amor ao irmão.
A história desse compromisso mostra que devemos ter consciência de que é Jesus quem nos chama, propondo o Reino, que exige coragem para aceitar o chamado, para fazer acontecer o Reino e, acolhendo a missão, comprometer-nos com ele, abstraindo-nos do respeito humano e do apego às coisas deste mundo. A missão é testemunhar a salvação que vem de Deus a toda humanidade, levando a boa nova a todos os homens independendo de suas condições.
A história, muitas vezes, nos apresenta propostas enganosas, traiçoeiras de que o mundo novo da paz se constrói pela força, esquecendo que a lógica do Reino é a lógica da paz, do amor, da doação pela vida, pela comunhão fraterna, tolerância e respeito humano e não pela violência e escravidão.