17º Domingo do Tempo Comum â28/07/2013
ÿ PAI NOSSO: A ORAÇÃO QUE NOS CONGREGA NA
FÉ Y
Pai nosso que estais no Ceu
Rezar é uma profunda necessidade do homem: Deus sabe nossas carências, mas deseja de nós um coração aberto: diálogo. Em Sua catequese, Jesus incentiva a perseverar na oração confiante e amorosa no Pai. O Pai-Nosso é a oração dos discípulos de Jesus que ensina a chamarDeus de forma carinhosa e filial: PAI. Para ilustrar a bondade do Pai que ouve seus filhos, Jesus utiliza a figura do amigo que ajuda outro amigo e do pai que alimenta seu filho:a resposta da mão amiga e amorosa, atenta a um coração carente, a exemplo do Filho Pródigo.
A
liturgia nos convida a refletir como rezar. No exemplo, o diálogo familiar de Abraão com Deus e de Jesus com
o Pai, a Palavra de Deus repercute a importância da
oração
e reflete a atitude que o discípulo de Jesus deve assumir no seu diálogo com
Deus que está no céu e nos coloca em situação privilegiada.
Rezar Pai Nosso é viver em comunhão com Deus. A oração ilustra o
caminho que nos aproxima de Deus: Tudo que o pai deseja
para o filho. Os sete pedidos mostram o cuidado com vida: Se pedimos a
Deus, com Ele devemos nos envolver. Jesus nos dá o exemplo: só no evangelho de João Ele clamou
56 vezes o nome do Pai.
O Pai
Nosso lembra nossa filiação: somos
bem-vindos à Casa de Deus porque fomos adotados pelo Dono.
1ª Leitura: Gênesis 18,20-32 Que o meu Senhor não se irrite, se eu falar.
Diante da
eminente destruição de justos com os ímpios, Abraão suplica a Deus pelos
justos de Sodoma e Gomorra e o Senhor, pelos justos, se compadece dos
pecadores. Oração
é um diálogo face a face do homem humilde, mas confiante, que apresenta a Deus
suas preocupações e anseios, tentando entender os desígnios de Deus com a
humanidade. O
autor, no diálogo, enfatiza o peso do justo e o peso do pecador diante de Deus,
preocupado com o número de justos que justifique suplicar perdão de todos.
Na mentalidade religiosa da época, a
solidariedade no bem
e no mal, em caso de erro, toda
comunidade era castigada. A catequese, no entanto, pretende
justificar que a justiça de uns, para Deus, em nome dos bons, beneficie os pecadores. Assim, o
desejo de Abraão é mostrar, aos olhos de Deus, o peso dos justos para rogar-lhe que suspenda o castigo a todo o povo. Nesse diapasão, Abraão dialoga com
Deus, “regateando” o perdão com base na misericórdia divina. O que encanta nessa conversa é a humildade e a confiança, quanto
atrevida, de Abraão diante de um Deus onipotente e misericordioso. O episódio mostra que Deus veio ao encontro do homem, O acolheu, estabelecendo com ele comunhão. Deus Se revela e dialogo com amor
paterno, cabendo ao homem, sem temor, ouvi-LO e pedir, na forma do Pai Nosso.
Deus, próximo de nós e cheio de amor, vem a nosso encontro
e partilha nossa vida: rezar é descobrir esse Rosto de Deus.
Salmo Responsorial: O
salmista invoca o Senhor e é atendido, colocando sua vida em suas mãos.
Naquele
dia em que gritei, vós de escutastes, ó Senhor.
2ª Leitura: Colossenses
2,12-14
Deus vos trouxe para a vida, junto com
Cristo, e a todos nós perdoou os pecados.
O
texto identifica os membros do Corpo de Cristo e com Ele ressuscita para a Vida
Nova: Todo o Batizado. Viver com Cristo é rezar como o Mestre na forma e frequência
como Ele se dirige ou dialoga com o Pai. Paulo, após exortar os Colossenses sobre os falsos mestres, assegura
que Cristo é a plenitude da divindade e, como salvador, a cabeça da Igreja,
afirmando que todo o batizado, que morreu para o pecado, se identifica com Cristo
e nEle encontra a plenitude da vida. O morrer e o ressuscitar referidos por Paulo é o documento da
conta a ser paga que Deus eliminou com a morte e ressurreição de Cristo,
iniciando vida nova para o cristão de jamais se afastar do essencial.
Palavra de Deus reafirma a absoluta
centralidade de Cristo na vida cristã: Ele perdoa os pecados, reabilitando o
Homem Novo.
Evangelho: Lucas
11,1-13: Pai Nosso â Pedi e recebereis.
O texto
nos coloca no banco da Escola de Oração de Jesus, como uma criança confiante no
colo do Pai. Em atenção a seus discípulos, Cristo ensina o caminho que leva ao
Pai: quem pede recebe, quem procura acha. A oração inicia bendizendo a Deus numa profissão de fé: santificado seja o vosso
nome, pois Seu nome é Santo. Ele está acima de tudo e sua vontade é universal; que o seu Reino
esteja junto de nós com o pão de cada dia.
Jesus nos diz que Deus nos perdoará na medida em que perdoamos.
Receber o perdão significa oferecê-lo na mesma dose ao irmão. Por fim, que
peçamos ao Pai que nos livre de todos os males. A
oração deve nos levar a uma relação viva e pessoal com Deus, fazendo com que a fé
fortaleça em nós a esperança e a caridade. Que, na oração, Jesus coloque em nossa vida Seu
jeito de amar, servir e rezar.
Lucas é o evangelista da oração do Senhor. O ensinamento de
Jesus é um modelo de como Ele se dirigi a Deus: um diálogo de filho com o Pai. A novidade é que, no Antigo Testamento, Deus é como “Um Pai” que ama seu povo, no Novo Testamento,
com Cristo, a palavra PAI vem com sentido real: Deus é O Pai, do aramaico
abba, maneira comum e familiar como Jesus manifesta intimidade, amor que O liga
a Deus, O Pai.
Sentir-se “filho” desse Deus que é o mesmo Pai de Cristo, significa reconhecer a fraternidade que nos liga a uma imensa família de
irmãos. É a maneira como Jesus convida os discípulos
a assumir essa relação com Deus.
A fome de pão que
Jesus quer saciar simboliza a fome
de vida que faz
sofrer nossos irmãos famintos.
As duas parábolas coroam o texto: insistência do amigo importuno que conta
com a boa ação do outro. Ora, se como humanos, somos capazes de escutar um
amigo importuno, com mais razão, Deus que é Pai, ouve o apelo de um filho. Na
segunda, Jesus nos pede confiança em Deus que, como Pai, sabe o que
necessitamos.
Quando pedimos pão, Ele não vai nos dar pedra. Por isso, Jesus nos convida a assumir uma atitude amorosa e confiante
com Deus, seguindo Seu exemplo no relacionamento com o Pai chamando-0: Abba – Papai. Ele
é o papai a quem amo, recorro e confio. Não é um Deus distante, inacessível, um negociante a quem
procuro quando “a corda aperta”.
O Pai-Nosso é a oração do cristão, que anseia pela realização plena do
Reino, com as luzes do Espírito Santo que nos une ao
Pai.
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