3º Domingo do Tempo Comum - 27/01/2013
“VOSSAS PALAVRAS,
SENHOR, SÃO ESPÍRITO E VIDA!” (João 6, 63c)
“Cumpre-se hoje em mim a Palavra!”
A revelação divina nos vem através
das Escrituras, da Palavra e da Inspiração, vividas e comprovadas pela Igreja.
Neste Domingo do Tempo Comum, iniciamos Evangelho de Lucas que vai
inspirar a liturgia dominical Ano C. A Palavra
de Jesus, Ungido no batismo pelo Espírito Santo, nos convoca a anunciar o
Evangelho a todos, além de assistir os pobres, cuidar dos coxos e oprimidos,
ensinando as pessoas a viver com a dignidade e liberdade, para que todo ser humano se torne amigo de Deus. Assim nós, comunidade
de fé e seguidora de Jesus, que escutamos Sua Palavra
e renovamos o nosso compromisso de vivê-la, como filhos de Deus, devemos anunciá-la. Na
vivência litúrgica, como membros do corpo de Cristo, devemos viver e fazer memória
da prática libertadora de Jesus, o ungido do Pai, na força do Espírito Santo.
A fidelidade ao caminho percorrido por Cristo é a
exigência fundamental do ser cristão.
Primeira Leitura: Neemias 8,2-4a.5-6.8-10 Leram
o Livro da Lei de Deus (O Torah) e explicaram seu sentido: O Espírito do
Senhor está sobre mim, porque me ungiu.
A eficácia da Palavra de Deus, que cria assembléia, sua Igreja, já
se comprovou no Antigo Testamento. Foi na restauração do culto após o exílio. Os judeus, retornando do exílio, conseguiram reconstruir o
templo, as muralhas da cidade, suas próprias casas, mas vivem tempo de penúrias.
Neemias reúne o Povo na praça para ouvir a
leitura da Lei, feita por Esdras, lembrando o compromisso assumido com Javé, seu
Deus, a fim de preparar esse novo futuro que Neemias sonha para Jerusalém e
para o Povo. Neemias exorta o povo a
voltar para suas casar e festejar o dia do Senhor. Na Palavra de Deus o povo encontra a sua identidade e confiança e,
ao ouvir que era o dia de Deus, fez alegre comemoração. O dia consagrado ao
Senhor é um dia de alegria e de festa para a comunidade que se alimenta da Palavra.
Deus deseja que Sua Palavra ocupe
lugar de destaque na vida cristã e na comunidade.
Salmo Responsorial: As vossas palavras, Senhor, são espírito e vida.
Segunda Leitura: 1Coríntios 12,12- Vós,
todos juntos, sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse
corpo .
A
Palavra de Deus gera a Igreja, Corpo de Cristo, e se transforma em dons
diversos, conforme o carisma de cada um, como aconteceu na sinagoga de Nazaré,
pela ação do Espírito Santo. É uma
família de irmãos onde os dons de Deus são repartidos e postos ao serviço, numa
comunhão solidária. Assim, os membros, numa unidade de apoio mútuo e solidário,
se complementam e se santificam. A comunidade cristã é uma família,
são irmãos que vivem em comunhão, se respeitam e se amam e jamais um campo de
invejas, de interesses egoístas e mesquinhos. Tudo se resume em responsabilidade mútua e responsável, a
serviço do bem comum.
Os carismas que Deus nos confia se
destinam ao serviço dos irmãos e o crescimento da Igreja e não para promoção
pessoal e social.
Evangelho: Lucas 1,1-4;4,14-21 Hoje se cumpriu esta passagem da
Escritura.
O
texto apresenta Cristo como a Palavra que se faz pessoa no meio dos homens para
levar a libertação e a esperança aos oprimidos pelo sofrimento e miséria. A
comunidade de Jesus é a comunidade que anuncia ao mundo essa Palavra
libertadora. Jesus, citando o profeta Isaías, expõe o
programa da sua missão libertadora. O conteúdo
fundamental, no entanto, é a salvação e a graça de Deus. Só a graça nos traz a
completa libertação que inicia pela conversão e o amor aos irmãos. Para
nós, como Igreja, continuar a missão que nos foi confiada é denunciar a
opressão e exploração da pessoa humana. Denunciar e colaborar pela liberdade,
como fazia Jesus, praticando e promovendo a justiça no combate às forças da
morte. Pensar como Jesus pensou, falar como
Jesus falou, amar como Jesus amou, viver como Jesus viveu (é o ideal).
Nos
anos 80, sem as testemunhas oculares de Cristo, começam a surgir heresias e desvios
doutrinais que põem em risco a identidade cristã. Para Lucas era preciso
lembrar suas raízes e a solidez da doutrina revelada por Jesus, através dos apóstolos
e discípulos. O relato
descreve como o
Messias pregou a fé e o amor, a forma de concretizar a sua
missão no meio dos homens e Sua proposta de libertação dirigida a todos os
oprimidos, além do caminho da Igreja sua fiel seguidora. Vinte
e um séculos se passaram e a essência da proposta salvadora de Cristo se mantém,
no entanto o mundo continua opressor. Crianças nas ruas, sem pais, sem abrigos,
milhares morrem desnutridas, idosos são abandonados, sem amor, sem o carinho
merecido e a viver de míseras pensões. Sem esquecer os lares destruídos pela
droga ou álcool... “Se alguém disser: “Amo a Deus”, mas esquece seu irmão, é
mentiroso.
A defesa da dignidade do homem, como preocupação
fundamental da Igreja, deve ser a meta cristã. A Boa Notícia
para os excluídos chama-se inclusão, aceitação, amor, libertação. Jesus é a Liberdade.
Todo batizado
é chamado a ser discípulo de Cristo, converter-se e divulgar o Evangelho.