quarta-feira, 21 de março de 2012

5º Domingo da Quaresma 25/3/2012

O GRÃO DE TRIGO QUE CAI EM TERRA E MORRE, DÁ MUITOS FRUTOS.
QUEREMOS VER JESUS, O SUMO SACERDOTE DA NOVA ALIANÇA.

N
os textos litúrgicos, Deus indica aos homens o caminho da salvação e vida definitiva através das Alianças (antiga e nova). Sua palavra é caminho seguro de salvação, dependendo de nossa escuta atenta a seus projetos, no seguimento de seus ensinamentos e na doação aos irmãos. A revelação de Cristo nos mostra sua glória, passando pela experiência do grão de trigo que, para dar vida e produzir frutos, cai na terra e morre. A campanha da fraternidade, pedindo que “A saúde se difunda sobre a terra”, nos orienta de como viver esta experiência de Jesus no dia-a-dia de nossas comunidades na busca de vida plena e digna para todos, especialmente os doentes e desamparados.
Primeira Leitura: Jer 31,31- 34 Concluirei uma nova aliança e não mais lembrarei o seu pecado.
J
eremias exerceu sua missão profética no reino de Judá, pregando a conversão e fidelidade à Aliança, desde 627 a.C. até após a destruição de Jerusalém (587 a.C) e deportação do povo para Babilônia. O texto, conhecido como ”Livro da consolação de Israel’, caracteriza-se pela esperança na reconstrução do povo e se reporta a Aliança, por vezes rompida pela infidelidade, mas renovada e restaurada pelo Senhor. A nova Aliança será gravada no coração dos homens e não mais em tábuas de pedra, fazendo-os pensar e agir de acordo com os desígnios de Deus. A pregação profética de Jeremias é a certeza de vida plena e a esperança de Deus oferecer nova Aliança com seu Povo e toda humanidade.
A Aliança de Deus será, contudo, diferente da Aliança do Sinai que o povo devia cumprir, sem tocar o seu coração, como causa da infidelidade. Sem aderir de coração inexiste fidelidade. Com a falência da antiga Aliança, Deus vem gravar suas leis e preceito no coração, no íntimo de cada um: Deus mostra Seu rosto através do Filho amado que veio gravar, na Cruz, a nova e eterna Aliança com os homens, a aliança do amor sem limites, a eterna preocupação de Deus com a realização plena de seus filhos. É a Lei do Amor que nasce do coração e faz o povo viver a proposta de Deus, dando testemunha ao mundo de Sua misericórdia e perdão. A harmonia, a paz e a verdadeira felicidade é assegurada por essa relação.
Salmo Responsorial: O salmista faz a experiência da misericórdia do Senhor que nos dá um coração novo, uma vida nova no amor.
Segunda Leitura: Hebreus 5,7-9 Aprendeu a obediência e se tornou causa de salvação eterna.
A
carta aos Hebreus é um discurso sobre o sacerdócio de Cristo. Os cristãos viviam desanimados e tendentes a perder a fé em Jesus, por rejeitar o sofrimento, pensando retornar ao culto judaico pela demora da salvação final. 
A catequese de Paulo é estimular a vivência do compromisso cristão e levá-los a crescer na fé e mostrar Jesus como o sumo Sacerdote que, ao cumpriu a missão do Pai, fez de sua vida um dom, morreu por nós e, concluindo nEle a nova Aliança, tornou-se princípio de salvação aos que o seguem, merecendo, por isso, da humanidade, adesão plena e fé inabalável. ►Com sua vida, morte e ressurreição, o Filho de Deus, manifestou sua fidelidade e solidariedade ao experimentar a dor humana. Ele nos entende e caminha a nosso lado.
Evangelho: João 12,20-33Se o grão de trigo cair na terra e morrer produzirá muito fruto”.
A

pós ter realizado muitos sinais de seu ministério, Jesus anuncia a chegada de sua glorificação, iniciada nas bodas de Canaã. O evangelista ressalta o sentido universal da hora de Jesus, a sua paixão, morte e ressurreição. A morte de Jesus é como o grão de trigo, cai na terra para produzir frutos e, ao se torna fecunda pela ressurreição, gera a comunhão entre os povos. A exaltação na cruz é o sinal da plenitude da missão salvífico de Cristo que estimula a fé dos seus seguidores e atrai a humanidade pela força de seu amor, fonte de vida e salvação que conduz ao caminho da fidelidade ao Pai.
O texto, ocorrido poucos dias antes de Sua última páscoa, refere-se à missão de Cristo.
Um grupo de estrangeiros (pagãos), convertido à religião judaica, ao ouvir falar de Jesus, deseja vê-lo. Na linguagem de João, ver Jesus significa conhecê-lo em profundidade e descobrir quem ele é. Jesus, sabendo da intenção do grupo, sentencia: “o grão de trigo para se transformar em espiga deve ser semeado na terra”. Igualmente o homem, para valorizar a sua vida, no desejo de um mundo novo, deve antes ter a coragem de morrer, dando a si mesmo por amor. Para Cristo, o homem atinge o ápice de sua vida, doando-se por amor a seus irmãos. A morte de Jesus é uma manifestação de seu amor. Seguir Jesus é trilhar seus passos, morrendo com Ele por amor.
Seguir Jesus é aprender com Ele o caminho do amor, do dom da vida a Deus e aos irmãos. Caminho da cruz, na lógica humana, é fracasso, morte, mas para Deus é doação que gera vida verdadeira e eterna. A multidão já havia aclamado Jesus como: “Aquele que vem em nome do Senhor, o rei de Israel”, agora deseja conhecê-lo. João nos diz que a salvação tem alcance universal e destina-se a todos os homens. ►Seguir os passos de Jesus não é seguir o Messias aclamado que nos “sugere” manter nossas honras e prestígios, mas o Cristo da Cruz. Ele tem consciência do que O espera e da solidão, pois hão de abandoná-lo como um fracassado, mas tem a certeza que essa cruz vai manifestar a Glória de Filho do Homem, como último ato de Sua total doação ao projeto de Deus e libertação que faz nascer uma nova humanidade.
Amar a si mesmo e se fechar no egoísmo estéril, preocupando-se em defender seus interesses, é aderir ao erro da vida verdadeira, a salvação. Conhecer Jesus é olhar para esse Homem que fez de sua vida a vontade do Pai e que, na cruz, ensina os homens o caminho do amor sem limites: a vida nasce do amor que é fecundo. O homem livre é aquele que se compromete com a justiça, pelos direitos, pela dignidade e liberdade do homem. O amor aos outros gera vida frutuosa plena, que nem a morte poderá calar: “Se alguém Me quer servir, siga-Me”, mesmo enfrentando as “forças” do mundo com a própria morte. Ele não admite meio termo. A “voz do céu”, glorificando Jesus, assegura que sua proposta de vida é verdadeira e autenticada por Deus.

NÃO ESTAMOS SOZINHOS, A PALAVRA DE DEUS NOS ASSEGURA A SOLIDARIEDADE DE CRISTO EM NOSSA EXISTÊNCIA.
                                
NA LÓGICA DE DEUS, O EGOÍSTA É UM PERDEDOR, DE VIDAS VAZIAS E SEM SENTIDO, FRUSTRAÇÃO, MEDO E DESILUSÃO. JESUS É O CAMINHO, NÓS O SEU ROSTO.
Pelo e-mail, wlimar@yahoo.com.br
faça uma avaliação, dando sua sugestão sobre o Blog.