quarta-feira, 3 de outubro de 2012


27º Domingo do Tempo Comum-07/10/2012
& “O QUE DEUS UNIU, O HOMEM NÃO SEPARE.” (Marcos 10, 9).
Outubro: mês do Rosário, Mês Missionário:
Brasil missionário, partilha DE fé!
&A liturgia nos apresenta o confronto de Jesus com os fariseus em defesa da fidelidade e do amor conjugal. ðNo mês Missionário Jesus nos convida a participar de sua missão anunciadora dos valores do Reino de Deus na família, no trabalho, na comunidade e na sociedade. ÿA Igreja deseja que todo o batizado seja um discípulo missionário de Cristo, a serviço da vida, participando da construção de uma sociedade justa, solidária e sustentável, com opção e amor preferencial pelos pobres, comunidades Eclesiais de Base e a juventude.
&A liturgia nos leva à reflexão sobre a família e o matrimônio instituído por Deus e atualizado por Jesus, restaurando o seu sentido divino desde a criação. ÿO ser humano, obra gratuita do Criador, foi criado à imagem e semelhança de Deus e Cristo, por sua morte, tornou-os irmãos. O casal forma um todo que se ama e se completa em igualdade e comunhão. É preciso que seja dado ao matrimônio o verdadeiro sentido que Deus lhe concebeu, desde o início.
Primeira Leitura: Gênesis 2,18-24 E eles serão uma só carne
&O texto relata a criação da mulher, no complemento do ser humano no projeto de Deus. “Não é bom que o homem esteja só”.  %Preocupado com a solidão de Adão, o Homem, Deus não o deixa só, cria a outra metade, a Eva, da “metade” do homem. O seu outro eu: “Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da minha carne”. Y A mulher se torna a companheira do homem, onde encontra força e parceria, tornando a relação mais íntima entre duas pessoas. âO episódio sacramenta a união do casal, numa única carne como unidade de vida; quando se encontram, deixam família para assumir um compromisso perene.
ÿO amor matrimonial é mais forte que qualquer outro laço humano, mesmo o da família, porque é único. Os dois formam uma única realidade humana. É um contrato indissolúvel para toda a vida, visando à edificação de uma nova família, adornada de filhos. &O Gênesis é um livro exuberante, colorido e pitoresco em forma de catequese popular com imagens sugestivas, fortes e coloridas. Ensina como foram criados o mundo e o homem, mostrando que a origem da vida está em Deus. O texto nos situa no jardim do Éden, local onde Deus colocou o homem, ambiente de felicidade e com todos os privilégios para vida digna. O texto termina com um ensinamento catequético: “por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne”.
Salmo Responsorial: Para o salmista, a bênção de Deus se manifesta cada dia da vida, na família, no trabalho ao longo das gerações.
Segunda Leitura: Hebreus 2,9-11
Tanto o Santificador, quanto os santificados descendem do mesmo ancestral
&O texto revela que o Filho de Deus, o sacerdote, o santificador, mediante o mistério da Encarnação, se fez solidário com a humanidade ao assumir integralmente essa vida, entregando-se à morte para divinizar a natureza humana para Reino da vida. Na cruz, Jesus se tornou plenamente solidário, a ponto de não se envergonhar em chamar irmãos aqueles que Ele libertou do pecado. Por isso, Paulo convida-nos a ouvir e a Yacolher a Palavra de Deus, viva eficaz, que Ele nos propõe. ðA mensagem sendo acolhida, o homem se renova e se capacita a discernir entre o bem e o mal e, ao fazê-lo de forma correta, Deus lhe abre o caminho certo para chegar à vida plena e definitiva.
âO objetivo de Paulo, no texto, é estimular a vivência do compromisso assumido no Batismo e levar a comunidade cristã a viver e a crescer na fé. %As comunidades tinham perdido o fervor inicial, o elã pelo Evangelho, deixando-se levar pelo desânimo, cedendo à sedução de certas doutrinas distantes da fé recebida dos apóstolos. Aprofunda a sua reflexão e explica porque Jesus passou pela humilhação da cruz: ÿera uma exigência do projeto redentor de Deus para a humanidade.
Evangelho: Marcos 10,2-16 O que Deus uniu o homem não separe! 
'Os fariseus desejam saber de Jesus se é permitido o divórcio. ðJesus, de forma didática, surpreende-os ao lembrar a lei de Moisés que não contrariou a lei divina, mas buscou corrigir um comportamento errado dos homens que lesavam o direito da mulher. A carta servia de “salvo conduto” diante de Deus e da sociedade.
VJesus não contesta a Lei de Moisés, mas resgata um significado mais edificante, dizendo que homem e mulher, unidos em matrimônio, formam uma unidade indissolúvel, mais forte que os laços de sangue ou parentesco. ÿEle recupera o sentido original da união matrimonial desde sua criação: “o homem deixará seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne, portanto, o que Deus uniu o homem não separe! YA base da relação amorosa do casal é a fidelidade e o amor.
&Na catequese do Senhor, o que é selado com o amor e a bênção de Deus, jamais pode ser dissolvido. Do matrimônio, Jesus afirma que a vaidade humana não pode separar o que foi unido por Deus. Ele mostra que seguir a vontade de Deus é ver a verdade com os olhos da fé. Nas dificuldades conjugais lembrar que a família foi concebida pelo próprio Deus, sem ceder aos “apelos” da sociedade que tenta relativizar a importância e a graça que é uma família. Dois momentos vividos no texto evangélico: Yfidelidade do ser humano ao Criador e fidelidade matrimonial, como expressão de fidelidade, como ação de graças, ao Senhor Deus.
O mandato de Jesus sobre o matrimônio é explícito: “Aos casados ordeno, não eu, mas o senhor, que a mulher não se separe do marido e o marido não repudie sua mulher” (1cor 7,10-11).
Está na essência do casamento católico a união indissolúvel, como comunidade de vida e de amor. ÿJesus, em respeito à lei de Moisés e sem dispuita com os escribas, reafirma: “desde o começo da criação Deus os fez homem e mulher, formando um só Ser”. ÿA Igreja, como depositária das verdades, deve resguardar esses valores sem se dobrar ao hedonismo e ao sexo livre, sem a bênção de Deus, e à dureza de coração dos homens. ðPor isso, o Senhor toma uma criança e a abraça com amor, simbolizando o discípulo perfeito, sem egoísmo, pretensões ou dureza de coração. Ele nos quer como criança na simplicidade e fidelidade. YPara participar da aliança amorosa com o Senhor, é necessário viver a confiança e a receptividade das crianças.
“A Igreja não pode ficar indiferente diante da separação dos cônjuges e do divórcio, diante da ruína dos lares e conseqüências criadas pelo divórcio nos filhos” (Gaudium et spes, 48)