27º Domingo do Tempo Comum-07/10/2012
& “O QUE DEUS UNIU, O HOMEM NÃO SEPARE.” (Marcos 10, 9).
Outubro: mês do Rosário, Mês Missionário:
“Brasil missionário, partilha DE fé!”
&A liturgia nos apresenta o confronto de
Jesus com os fariseus em defesa da fidelidade e do amor conjugal. ðNo mês Missionário Jesus nos convida a
participar de sua missão anunciadora dos valores do Reino de Deus na família,
no trabalho, na comunidade e na sociedade. ÿA Igreja deseja que todo o batizado seja um
discípulo missionário de Cristo, a serviço da vida, participando da construção
de uma sociedade justa, solidária e sustentável, com opção e amor preferencial pelos
pobres, comunidades Eclesiais de Base e a juventude.
&A liturgia nos leva à reflexão sobre a
família e o matrimônio instituído por Deus e atualizado por Jesus, restaurando
o seu sentido divino desde a criação. ÿO ser humano, obra gratuita do Criador, foi
criado à imagem e semelhança de Deus e Cristo, por sua morte, tornou-os
irmãos. O casal forma um todo que se ama e se completa
em igualdade e comunhão. É preciso que seja dado ao matrimônio o verdadeiro sentido que Deus
lhe concebeu, desde o início.
Primeira
Leitura: Gênesis 2,18-24 E
eles serão uma só carne
&O texto relata a criação da mulher, no complemento do ser
humano no projeto de Deus. “Não é bom que o homem esteja só”. %Preocupado com a solidão de Adão, o Homem, Deus não o deixa só, cria a outra metade, a Eva, da “metade” do homem. O seu outro eu: “Esta é realmente osso dos meus ossos e carne da minha
carne”. Y A mulher se torna a
companheira do homem, onde encontra força e parceria, tornando a relação mais
íntima entre duas pessoas. âO episódio sacramenta a união do casal, numa única carne como unidade
de vida; quando se encontram, deixam família
para assumir um compromisso perene.
ÿO amor matrimonial é mais forte que
qualquer outro laço humano, mesmo o da família, porque é único. Os dois formam uma única realidade humana. É um contrato indissolúvel para toda a vida, visando à edificação
de uma nova família, adornada de filhos. &O Gênesis é um livro exuberante, colorido e
pitoresco em forma de catequese popular com imagens sugestivas, fortes e
coloridas. Ensina como foram criados o mundo e o homem, mostrando que a origem
da vida está em Deus. O texto nos situa no jardim do Éden, local
onde Deus colocou o homem, ambiente de felicidade e com todos os privilégios para
vida digna. O
texto termina com um ensinamento catequético: “por isso, o homem
deixará pai e mãe para se unir à sua esposa, e os dois serão uma só carne”.
Salmo
Responsorial: Para o salmista, a bênção de Deus se manifesta cada dia da
vida, na família, no trabalho ao longo das gerações.
Segunda
Leitura: Hebreus 2,9-11
Tanto o Santificador, quanto os santificados descendem
do mesmo ancestral
&O
texto revela que o Filho de Deus, o sacerdote, o santificador, mediante o mistério da Encarnação, se
fez solidário com a humanidade ao assumir integralmente essa vida,
entregando-se à morte para divinizar a natureza humana para Reino da vida. Na
cruz, Jesus se tornou plenamente solidário, a ponto de não se envergonhar em
chamar irmãos aqueles que Ele libertou do
pecado. Por isso, Paulo convida-nos
a ouvir e a Yacolher a Palavra de Deus, viva eficaz, que
Ele nos propõe. ðA mensagem sendo acolhida, o homem se renova e se capacita a discernir
entre o bem e o mal e, ao fazê-lo de forma correta, Deus lhe abre o caminho
certo para chegar à vida plena e definitiva.
âO objetivo de Paulo, no texto, é
estimular a vivência do compromisso assumido no Batismo e levar a comunidade cristã
a viver e a crescer na fé. %As comunidades tinham perdido o fervor
inicial, o elã pelo Evangelho, deixando-se levar pelo desânimo, cedendo à
sedução de certas doutrinas distantes da fé recebida dos apóstolos.
Aprofunda a sua reflexão e explica porque Jesus passou pela
humilhação da cruz: ÿera uma exigência
do projeto redentor de Deus para a humanidade.
'Os fariseus desejam saber de Jesus se é
permitido o divórcio. ðJesus, de forma didática, surpreende-os ao
lembrar a lei de Moisés que não contrariou a lei divina, mas buscou corrigir um
comportamento errado dos homens que lesavam o direito da mulher. A carta servia de “salvo
conduto” diante de Deus e da sociedade.
VJesus não contesta a Lei de Moisés, mas resgata um significado
mais edificante, dizendo que homem e mulher, unidos em matrimônio, formam uma
unidade indissolúvel, mais forte que os laços de sangue ou parentesco. ÿEle recupera o sentido original da união
matrimonial desde sua criação: “o homem deixará
seu pai e sua mãe e os dois serão uma só carne, portanto, o que Deus uniu o homem não separe!” YA base da relação amorosa do casal é a
fidelidade e o amor.
&Na catequese do Senhor, o que é selado com
o amor e a bênção de Deus, jamais pode ser dissolvido. Do matrimônio, Jesus
afirma que a vaidade humana não pode separar o que foi unido por Deus. Ele mostra
que seguir a vontade de Deus é ver a verdade com os olhos da fé. Nas dificuldades conjugais lembrar que a
família foi concebida pelo próprio Deus, sem ceder aos “apelos” da sociedade
que tenta relativizar a importância e a graça que é uma família. Dois momentos vividos no texto evangélico: Yfidelidade do ser humano ao Criador e
fidelidade matrimonial, como expressão de fidelidade, como ação de graças, ao Senhor
Deus.
O mandato de Jesus sobre o matrimônio é
explícito: “Aos casados ordeno, não eu, mas o senhor, que a mulher não se
separe do marido e o marido não repudie sua mulher” (1cor 7,10-11).
Está na essência do casamento católico a união
indissolúvel, como comunidade de vida e de amor. ÿJesus, em respeito à lei de Moisés e sem dispuita com os
escribas, reafirma: “desde o começo da criação Deus os fez homem e mulher, formando um só
Ser”. ÿA
Igreja, como depositária das verdades, deve resguardar esses valores sem se dobrar
ao hedonismo e ao sexo livre, sem a bênção de Deus, e à dureza de coração dos
homens. ðPor isso, o Senhor toma uma criança e a abraça com amor,
simbolizando o discípulo perfeito, sem egoísmo, pretensões ou dureza de
coração. Ele nos quer como criança na simplicidade e fidelidade.
YPara
participar da aliança amorosa com o Senhor, é necessário viver a confiança e a
receptividade das crianças.
“A Igreja não pode ficar indiferente diante da separação dos cônjuges
e do divórcio, diante da ruína dos lares e conseqüências criadas pelo divórcio
nos filhos” (Gaudium et spes, 48)