4º Domingo da Quaresma, de 10/03/2013
Voltai para mim com o coração arrependido (Salmo 2,12) DEUS É FIEL
À ALIANÇA, JESUS É A MAIOR REVELAÇÃO DESSE PACTO.
A Liturgia nos convida à
conversão e a necessidade de mudar nossa visão sobre Deus e nossa relação com
Ele. Os textos da liturgia é um chamado à reconciliação, por meio do sacramento
da Penitência, sinal que recebemos de Cristo, conquistado por Ele com seu
sangue. A Quaresma não é um fim em si. Ela lembra o
tempo sofrido do deserto e nos mostra a alegria de viver na terra definitiva, o
Reino de Deus para o qual Jesus nos salvou. A quaresma
é o caminho para o dia de alegria, pois em Cristo nos
sentimos mais próximos da festa da Páscoa, mais felizes. O Evangelho nos convida
à descoberta do Deus do amor, empenhado em nos conduzir a uma vida de comunhão
com Ele, lembrando que o
batismo nos torna embaixadores de Cristo que age junto ao Pai: Seu Filho veio para todos. Todo aquele que está em
Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho: eis que tudo se fez novo! (2Cor
5,17).
Primeira
Leitura: Josué 5,9a.10-12
O Povo de Deus celebra a Páscoa depois de
entrar na Terra Prometida.
Chegaram
à Terra Prometida e os
israelitas não tiveram mais o maná. Naquele ano se alimentaram da colheita da
terra de Canaã Js 5,12). O livro de Josué, que relata a vida do Povo de Deus na terra
prometida, faz uma catequese sobre o amor de Deus a seu Povo. O texto relata os
israelitas vindos do deserto pelo rio Jordão para celebrar a Páscoa. O rito da circuncisão: “para os que nasceram no deserto, durante a viagem,
depois do êxodo” (Jos 5,5), era o sinal da Aliança que os tornam Povo de Deus, é um convite
à conversão, princípio de vida nova numa
terra onde corre leite e mel, de liberdade e da paz.O sinal de vida nova é um dom do Deus que nos ama e que nos
convoca para a felicidade. Na Quaresma somos convidados a uma experiência semelhando
a do Povo de Deus: livrar-se da escravidão e do deserto para passar à vida
nova, à vida da liberdade e da paz, como numa “circuncisão do coração” que é
uma adesão incondicional ao plano de Deus. O maná cessou: o alimento é
produto da terra.
Salmo Responsorial: Provai e vede quão suave é o Senhor!
Segunda Leitura: 2ª Coríntios 5,17-21 Por Cristo, Deus nos reconciliou com ele mesmo, tornando-nos
criaturas novas.
Paulo reafirma: “quem está em Cristo é uma criatura nova” num mundo novo. Ser cristão é reconhecer as promessas de Jesus, realizadas na sua vida,
morte e ressurreição. Aderir a Cristo morto e ressuscitado é viver no Seu amor. Assim, reconciliados com Deus e com os irmãos, podemos ser
criaturas novas, em quem se manifesta o Homem Novo. Paulo, após ser contestado e injuriado, e, finalmente, reconhecido seu
ministério, justifica sua carta aos Coríntios,
fazendo apologia a seu apostolado onde transparece sua necessidade de
reconciliação, desejando que cada um viva em reconciliação e em comunhão com
Deus e com o irmão, além de embaixadores de Cristo. Viver como
nova criatura é praticar o bem, amar e respeitar o próximo, agindo como Cristo agiu.
Os que vivem dessa forma vivem como novas criaturas.
Ser cristão implica aderir à proposta de Cristo, acolhendo a oferta de
reconciliação feita por Deus: viver em
paz com Deus é viver em paz com o irmão.
Evangelho: Lucas 15,1-3.11-32 Este
teu irmão estava morto e tornou a viver.
O
episódio é o retrata da família:
O Pai bondoso que ma sem limites, o filho rebelde e a atitude dos dois
irmãos.
O pai deseja a felicidade, respeitando a liberdade e decisão dos filhos. O rebelde
vai conhecer o mundo e viver a sua maneira. Os dois irmãos contraditoriamente assumem
posturas diversas. O mais velho apegado ao Pai deseja, de forma abnegada,
servi-lo e viver em sua proteção. O mais novo deseja coisas novas, os prazeres
e benesses da vida fácil e “quebra a cara”. Arrependido
e com humildade volta à casa do Pai. Em nossa Igreja, em toda sua estrutura
e hierarquia, a vida é semelhante: os bons e fiéis filhos e os desgarrados, os
pecadores e arrependidos. O filho mais velho, magoado com o
pai, representa os que se julgam “os certinhos” por praticar os mandamentos,
agradando o Padre como membros de conselhos ou pastorais, melindram-se com os
que desejam se equiparar, ao se colocarem à disposição: são os filhos mais novos.
Jesus, em seu ministério, viveu momentos
de alegria e de contradição. Uma multidão, considerada pecadora pela religião
oficial, converte-se e muda para uma vida nova, acolhendo Seus ensinamentos. Os fariseus e mestres da lei, não concordam
que Jesus acolha pecadores, os irmãos desgarrados. Jesus os ignorou, narrando a parábola do filho pródigo. O Pai desta história, Deus, é o Pai bondoso que ama seus
filhos com amor fiel e eterno, apesar das opções erradas e irresponsáveis dos
rebeldes ou acomodado. Esse amor de Pai está sempre à espera para acolher e
abraçar o filho “fujão” que, arrependido, decida voltar. Esse amor é tão
misericordioso que a justiça dos homens não entende. A mensagem de Cristo nos lança um desafio:agir do jeito que
Deus age.
O irmão certinho representa aquele que se consideraperfeito.
Jesus mostra que o irmão deve receber o irmão como o pai recebe o filho. O filho
diz: “Este teu filho”, o Pai retruca: “Este teu irmão” e lhe devolve a
fraternidade.
Nossa escolha é viver a imagem do Deus de Cristo, o Pai misericordioso que perdoa
e faz festa com o filho arrependido, fugindo do jeito dos fariseus e dos mestres da lei, como fiscal e
vingativo. Nossa missão é mostrar quão suave e bom é nosso Deus.
Os perdidos são os que vivem
como o filho pródigo, fazendo o mal a si mesmo, dilapidando seu patrimônio. Destroem
os bens de sua saúde, de sua inteligência, da amizade, do corpo. Mudar de
vida é festa para o Pai: convinha fazermos festa, pois este teu irmão
estava morto e reviveu, tinha se perdido e foi achado. A casa do Pai é o destino de cada ser humano.
O amor de Deus está sempre lá, fiel e inquebrável, preparado para abraçar
o filho que volta.
SOMOS PECADORES, FILHOS PRÓDIGOS, MAS S
FILHOS AMADOS A QUEM DEUS OFERECE A VIDA PLENA, A SALVAÇÃO: DEUS NOS AMA COM UM AMOR TOTAL, INCONDICIONAL, DESMEDIDO.