26º Domingo do Tempo Comum-25/09/2011

NINGUÉM É MARGINALIZADO POR DEUS

BÍBLIA – O DIVINO NO HUMANO

Dia Nacional da Bíblia. O Livro Sagrado é um sinal de que ninguém é marginalizado por Deus, além das revelações Divinas. Sua palavra é luz para nossos passos, afasta-nos do pecado e nos conduz à Vida. A Sagrada Escritura é o grande tesouro e a força dos cristãos e da Igreja de Cristo

O tema central da liturgia é a justiça do Reino. O tema nos faz mergulhar na fragilidade humana e nos leva a sentir a bondade sempre fiel do Senhor que nos convoca a trabalhar em sua vinha, propondo mudança e conversão. Deus chama a todos para a construção do mundo novo de justiça e paz que Ele planejou e deseja para toda a humanidade. Vivemos duas opções: colaborar com Ele e escolher o caminho da bondade, da fraternidade e desapego das coisas do mundo, ou demitindo-nos dos compromissos que Ele nos pede. É a Palavra de Deus que nos exorta a viver e abraçar com empenho nesse projeto de um mundo de justiça, fraternidade e paz. 

A parábola dos dois filhos, convocados para o trabalha na seara do Pai, nos apresenta a reação e a atitude de cada um, não com meras palavras, mas ações concretas de amor e paz fraterna. O verdadeiro cristão é aquele que sempre está aberto e pronto para arregaçar as mangas, trabalhar onde for convidado, sem a velha e surrada desculpa: Eu? Nem pensar!  Sem tempo, competência ou, pior, existe outras pessoas para este tipo de trabalho...  Diferente é a imagem dos cobradores de impostos, prostitutas, marginais e pessoas simples que acolhem a Boa Nova de Jesus e sentem a presença salvífica de Deus, na pessoa do Filho. A fidelidade se manifesta em ações,  palavra bonita é fácil, comprometer-se com dedicação agrada a Deus e “contamina” pessoas para o Reino.

Primeira Leitura: Ezequiel 18,25-28.  

Quando o ímpio se arrepende da maldade que praticou, conserva a própria vida

O povo Hebreu, no exílio, privados de templos, de sacerdócio e de culto, vivia desiludido com Jahwéh e do compromisso que Deus tinha assumido com o seu Povo. O texto acentua a misericórdia do Senhor que acompanha seu povo e propõe um recomeço de vida com nova comunidade, voltada para o futuro. Ezequiel, o profeta da esperança e porta voz de Deus, dá ao Povo a certeza que  Deus não abandonou nem esqueceu seu Povo. o convida a novo compromisso com Deus e que cada um assuma sua promessa e viva coerente com sua adesão a Jahwéh e à Aliança. Deus julga pelo que se  é hoje, quer vida nova para todos, por isso nunca é tarde para o arrependimento. É um compromisso com Deus, sem meio termo. 

O povo de Deus no exílio não pode “sacudir a poeira e dar a volta” se julgando justo e inocente, uma vez que todos, sem exceção, são infiéis a Jahwéh e aos mandamentos, por isso não se justifica a desconfiança no Senhor. É a consequência social do pecado que cria desequilíbrio, egoísmo e ruptura entre seus membros. A catequese de Ezequiel teve o mérito de fazer cada um sentir-se, perante Deus, responsável por seus atos e atitudes, gerando uma mentalidade coletiva, pela sensação de pertença comunitária.  A consequência é o caminho aberto para uma Nova Aliança pessoal e interior, gerando uma nova comunidade comprometida. É o que Deus, misericordioso e justo, espera de cada um de nós, no meio em que vivemos: a superação da mentalidade coletiva, dando lugar ao esforço individual de cada um que fortaleça o coletivo.

Salmo Responsorial- O salmista contempla a bondade e a retidão do Senhor, que ensina a trilhar os seus caminhos.

Segunda Leitura: Filipenses 2,1-11 -  

Tende entre vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus.

Paulo apresenta Jesus como o modelo de filho fiel e obediente que se torna servo. Ele, apesar de Filho de Deus, não afirmou essa condição divina com arrogância e orgulho, mas assumiu a fragilidade humana, ensinando a suprema lição do amor, do serviço, da entrega total da vida por amor. Convida seus seguidores viver no amor mútuo e nada fazer por ambição pessoal, nem se considerar o melhor, a exemplo do Mestre que “Esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo”. O fato de exercer ministério ou algo qualificado na Igreja, não deve ser motivo de soberba ou prepotência,  ser melhor que os colegas. Deve ser motivo, sim, de solidariedade, serviço e comunhão, e  seguir os passos de Jesus. O cristão é chamado por Deus a seguir Jesus e viver Seu jeito de ser, na entrega total ao Pai e participar de seus projetos.

Felipos foi fundada para ser uma mini Roma com seus privilégios. A comunidade cristã, fundada por Paulo, visava quebrar este estigma de cidade pagã e torná-la piedosa e generosa, auxiliando Paulo em sua missão, o que desagrada os altivos romanos. Foi nesse sentido que Paulo situou seu texto, elevando os valores que devem cultivar, sem orgulho, vaidade ou divisão; exorta-os a seguir o exemplo de Jesus, princípio, meio e fim, que deu Sua vida por amor, recomendando-lhes vida unida e despojada, como exemplo do fiel discipulado. Seguir Jesus é seguir o Pai que O exaltou, dando-Lhe um nome que está acima de todos os nomes e todos, no céu, na terra e nos abismos, O adoram e proclamam que Ele é o Senhor, para glória de Deus Pai.

Seguir os passos Jesus Cristo é algo que assusta e Paulo tem consciência dessa exigência, mas tem convicção de que tal exigência é o caminho para a eternidade e se fundamenta à luz do exemple do Mestre. Que os grandes vitoriosos colocam sua vida a serviço, com humildade e simplicidade. Que o verdadeiro cristão vive num mundo competitivo e explorador, com os olhos do Pai e o coração do Filho. Também a nós é pedido um passo em frente neste difícil caminho da humildade, do serviço, do amor como testemunhas da lógica de Deus.

Evangelho: Mateus 21,28-32 Arrependeu-se e foi.

O texto nos apresenta as condições de compromisso com Deus: um sim de boas intenções, firme e exigente com os valores de Cristo e com Seu Reino. Não é apenas “dar boa impressão”, mas cumprir a vontade de Deus, sem convenções sociais. Dizer não e cumprir, é pensar com o coração, numa reconsideração saudável. Dizer sim, na emoção, e não cumprir é ser ingrato, sem carinho filial. Fazer a vontade Deus, quem é pecador torna-se justo e não fazer, quem se considera justo, torna-se pecador. E Jesus arremata: Os cobradores de impostos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Sua lei é seguir o Pai que ama a todos, em especial, os necessitados e excluídos. Ele é o Filho que cumpre a vontade do Pai. Quem O acolhe e O segue, faz a vontade do Pai

Jesus, no final de sua caminhada terrena, sente a recusa categórica de seu projeto, pelos líderes religiosos e judaicos,  como o motor da oposição. Eles não reconhecem Jesus como o Messias com mandato de Deus para propor aos homens nova realidade. Jesus, para provocá-los, fala sobre o batismo de João para que eles se justifiquem. Eles, embaraçados, preferem o silencia constrangedor, o que aumenta o clima de tensão existente, um indicativo de morte. É comum em nossas comunidades pessoas que sabem tudo sobre Deus e se consideram família privilegiada, mas não aceitam irmãos sem um comportamento religioso compatível ou que não cumpram as regras do “bom comportamento” cristão, por falta de orientação. Não cabe a nós excluir ou marginalizar e sim orientar.

Na perspectiva de Deus, a parábola ensina que o importante é quem se comportou bem, sem escandalizar os outros. Na lógica de Deus, o importante é cumprir a vontade do pai. Não bastam boas intenções, mas resposta adequada e coerente aos desafios e as propostas do Pai. Os líderes religiosos, em respeito à Lei de Moisés, foram coerente na resposta, mas uma mentira ao recusar o convite de João à conversão. Jesus ignora as convenções em favor de atitude interior, dos que cumprem à vontade de Deus. O texto nos diz que, para Deus, todos são iguais em responsabilidade na construção do Reino. Seu desejo é que todos seus filhos, sem distinção ou privilégio, abracem seu projeto.  

Ninguém está dispensado de colaborar para um mundo mais humano, justo, fraterno e igual para todos. Essa deve ser a consciência de cada um de nós numa atitude de pertença total e irrestrita na coerência do SIM a Deus. Diante do chamado, a atitude do ouvir ou não Seu convite, nos remete a Parábola do Semeador, onde cada coração (tipo de “solo”) tem seu jeito de acolher a palavra e decidir o que fazer.

A Bíblia é a manifestação da bondade Divina . A Palavra de Deus, em linguagem humana, iguala-se ao mistério do verbo que assumiu a natureza humana com toda sua fragilidade. A Palavra da Escritura, voz Divina, se faz semelhante aos homens.

 wlimar@yahoo.com.br

BREVES INSTRUÇÕES SOSBRE A ABÍBLIA

O que é a Bíblia? Bíblia: Livro inspirado por Deus e o principal Autor é DEUS.
A palavra “Bíblia” vem do latim e grego e significa “livro”,  nome apropriado, já que a Bíblia é o Livro para todas as pessoas, de todos os tempos. É um livro sem igual, único em sua classe.

Quando foi escrita?  Livro escrito em mutirão e traduzido em mais de 1 685 idiomas.

Começou a ser escrito por volta de 1.250 antes de Cristo (tempo de Moisés) e, a última parte, escrita por volta de 100 depois de Cristo, pelo apóstolo João. Como não existia papel, foi escrito em cerâmica, papiro ou pergaminho

BIBLOS ►livro = BÍBLIA ►os livros ou coleção de livros – Sagrada Escritura.

Divisão da Bíblia e em que língua foi escrita: O Antigo Testamento (AT) com 46 livros, escrito em hebraico, aramaico e grego.  O Novo Testamento (NT) com 27 livros contam a vida de Jesus e formação da Igreja, escrito em grego. O Evangelho de Mateus escrito em aramaico.

Portanto a Bíblia é formada por 73 livros, sendo 46 Livros no AT + 27 Livros no NT

A palavra testamento significa: ALIANÇA►ANTIGA ALIANÇA e NOVA LIANÇA.

Toda a Bíblia gira em torno da Aliança que Deus fez com seu povo.

ALIANÇA: Um compromisso de fidelidade entre Deus e os homens. No Antigo Testamento essa Aliança foi selada com um sinal visível: Decálogo ►Dez Mandamentos

No Novo Testamento a Nova Aliança gravada no Espírito e selada com o Sangue de Jesus. A Nova Aliança ao contrário da Antiga Aliança que era feita somente com o Povo de Israel, é uma Aliança Universal, aberta a todos os homens que aceitam a proposta da de Jesus.
A Antiga Aliança é a promessa; a Nova Aliança é sua realização. Cristo é a plena realização da Antiga e Nova Aliança. Ele é o "Alfa" e o "Ômega”, significando que JESUS é o início e o fim de todas as coisas.

HAGIÓGRAFO: é aquele que escreve a Palavra de Deus. Ele é inspirado pelo Espírito Santo.

LIVROS APÓCRIFOS: São Livros não inspirados. Também não quer dizer que sejam falsos. São até piedosos e edificantes. Não fazem parte dos Livros Canônicos.