5º
Domingo de Páscoa, 28.04.2013
EU VOS DOU UM NOVO MANDAMENTO: O AMOR.
EIS O MEU MANDAMENTO: AMAI-VOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI.
O tema fundamental
da liturgia deste domingo é o do amor: o que identifica os seguidores de Jesus
é a capacidade de amar até ao dom total da vida. Amor-serviço-doação. Jesus orienta a comunidade dos discípulos a viver o amor fraterno. Viver o egoísmo, a
auto-suficiência, fechando-se ao irmão, é interromper essa relação, frustrando
o mandato do Senhor: é morrer. O mandamento de Jesus sublima a união vital
dos discípulos com o Ressuscitado e do batizado com sua comunidade de fé. Esta união explica o fundamento da fonte vital: Ele a fonte de água viva, nós o rio dessa fonte. A existência da
relação de amor com Cristo e os irmãos, nos torna uma comunidade feliz, como
Igreja una e santa, na Eucaristia, celebrada com o Pão do amor. Na feliz expressão do Concílio Vaticano II, a liturgia é
fonte e cume da vida cristã, lugar onde se busca a seiva para produzir
frutos para renovar o dinamismo da vida. Cada pessoa, na celebração, é chamada a produzir essa seiva da
vida nova recebida na páscoa, e unidos no amor fraterno, somos convidados a produzir
frutos de justiça, amor e paz.
O
texto relata as dificuldades e lutas dos primeiros cristãs em missão s e a importância da ajuda mútua que fortalecia uns aos outros para
testemunhar o amor de Deus. Com
esse projeto Paulo e Barnabé visitam as novas comunidade, designando lideranças
locais para mantê-las unidos no amor e na fé. Concluída a primeira viagem missionária,
relatam as maravilhas operadas por Deus na evangelização.
A catequese de Paulo visa
estimular os novos cristãos, por meio de lideranças, com a missão de garantir a
participação na comunidade, no caminho de Jesus. Cumpre
à Igreja estimular o apoio mútuo que gere comunidades de irmãos. As visitas
pastorais devem ser um elo de animação diante dos desafios enfrentados pelas
comunidades.
Paulo como o
grande ícone da Igreja, o apóstolo dos gentios, teve no batismo de sua missão
repleta de luta e de dor. A história da Igreja é recheada de
conflitos e perseguição. A missão da
Igreja é formar comunidades pontuais, priorizando a união de irmãos em torno da
fé. Cristianismo é encontro com Deus na partilha da fé e do amor entre irmãos. Barnabé foi definitivo nessa integração
que incluiu Paulo e o levou à vida apostólica.
A VOCAÇÃO CRISTÃ É MISSIONÁRIA NUMA FAMÍLIA DE IRMÃOS, A IGREJA, O CORPO DE CRISTO.
Salmo Responsorial: O salmista louva a Deus que
é bom e compassivo com toda a criatura.
Bendirei o vosso nome,
ó meu Deus, meu Senhor e meu Rei para sempre.
2º Leitura: Apicalípse 21,1-5a Deus enxuga as lágrimas de seus olhos,
O
texto apresenta a meta final da
caminhada cristã: "um novo céu e uma nova terra”, a realização da utopia, o rosto final dessa comunidade, chamadas
a viver no amor. A Igreja, como comunidade escatológica, é
renovada pela ação salvadora de Deus na história: A nova Jerusalém descida do
céu, da casa do Pai, é o ápice da humanidade, a meta última de nossa historio, a
nova criação, a vitória definitiva da vida sobre a morte. A partir daí, tudo será novo,
definitivo, acabado, perfeito.
O Apocalipse foi escrito para orientar os cristãos em meio às
perseguições. João mostra que a comunidade glorificada representa os fiéis anunciadores
do Evangelho, com o primeiro anúncio vivo e real. Em sua linguagem apocalíptica João
mostra a longa história amorosa entre Deus e o seu Povo como uma história de
amor com um final feliz. A catequese de João, visando
iluminar nossa caminhada, como Igreja, santa e pecadora, é assegurar que estamos
destinados à vida plena e de felicidade sem fim juntos a Deus, na Pátria
Celeste.
A Ressurreição de Cristo é o caminho de renovação das estruturas da
comunidade cristã e da sociedade para este mundo novo de paz, igualdade e fraternidade.
Evangelho: João 13,31a.34-35
Ele a criou (a
Igreja) viva e dinâmica com a missão de testemunhar em gestos concretos o amor do
Pai. Não criou um “gueto” fechado e livre, mas uma instituição que transparece, em cada membro, a vida no amor e na
alegria, ou na dor até a cruz. Como arautos da reconciliação, nosso
gesto ao irmão deve ser de justiça pelos direitos e dignidade da pessoa humana,
a fim de atraí-lo à missão que Jesus nos confiou. O amor na dor
e na alegria em Cristo, com Cristo e para Cristo.
Jesus ensinou o modo de amar como Ele amou junto com o Pai: “Misericórdia e piedade é o Senhor. Ele é paciência, é
compaixão”. É um amor universal. A
comunidade é o novo céu, a nova terra. Ser espiritual não retira o dever de ser concreto, como vimos no
testemunho do Papa Francisco. Celebrando a Eucaristia realizamos nossa comunhão
com Deus.
Jesus
nos deixa o grande legado: (1) O amor resume Sua Vida e Missão – “Amar como Eu vos amei”. Assim deve ser a vida da Igreja; (2) Comunidade glorificada é a que constrói. A Igreja é anúncio pelo testemunho, por
isso ela representa o novo céu e a nova terra. Ela delega porque ninguém vai "em
seu próprio nome"; (3) Jesus ensina como aprendeu do Pai que é misericórdia e piedade. O amor
é sempre a realidade em Cristo no Pai. Ninguém dá o que não tem.
Isolar-se
da comunidade cristã (a Igreja), lugar de encontro com Cristo, e não produzir
frutos é como o ramo separado do tronco, buscando
vida noutra fonte.
Pelo
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dando sua sugestão e críticas.