segunda-feira, 8 de agosto de 2011

20º Domingo do Tempo Comum, 14 /8//2011

A SALVAÇÃO É DOM DE DEUS PARA TODOS
Dia dos Pais e  Início da Semana Nacional da Família.
“Como Família, pessoa e sociedade”, os pais são convidados a viver essa vocação como dom de amor que protege e cuida da vida dos filhos, educando-os no caminho do Senhor e para a vida.
A Semana Nacional da Família faz parte do calendário católico do Brasil. Com início em 1992 e resposta a “grita” por solução e desejo de se fazer alguma coisa em defesa e promoção da família, a semana que segue o dia dos pais, em agosto, o mês vocacional, é celebrada a Semana Nacional da Família. O Papa Bento XVI, em sua oração inaugural da V Conferência em Aparecida (2007), rezou pedindo para que as nossas famíliascontinuem a ser um berço onde nasce a vida humana abundante e generosa, onde se acolhe, se ama, se respeite a vida desde a sua concepção até ao seu fim natural”
http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRjK99SbSdWhQjHkDGjtLSpywpI7IJAVSZ05pR8Aoh2yooZmfOAA vocação do batizado é ser discípulo missionário de Jesus, a serviço da vida em família. Ninguém vive para si. O ser humano é família e é nessa igreja doméstica, a primeira escola da fé e fonte de valores humanos e sociais, que se desenvolve a vocação cristã e o amor entre pessoas. A mulher cananeia sofre porque sua filha é atormentada. Roguemos, pois, a Deus para que nossas famílias sejam reflexos da Sagrada Família de Nazaré, santa e unida na mesma fé.
http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTiTrLJ7O2QRey9ddGmbIoVwc-PviUu_fQorrD04934qjXCVLQLA liturgia nos mostra que o Senhor manifesta sua graça e suscita ações humanitárias também em setores e sociedades não cristãs. Na celebração fazemos a experiência da universalidade da salvação, nada de atitudes exclusivistas, já que a eucaristia nos faz um só corpo. A nossa comunhão se estende a todos os povos, línguas e nações. Que de fato sejamos um em Cristo e nunca coloquemos limites à salvação que vem de Deus. Se um só Deus é nosso Pai, como aceitar divisões? Ele é único e para todos.
Primeira Leitura: Isaías 56,1.6-7  
Aos estrangeiros eu conduzirei ao meu monte santo!http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS4mscBsKo3u6LJRy4k4-UZFn5AdExnWu37vVtJ0jk149OFxMJodO6gt_cr
No contexto da volta do exílio, o povo de Deus passa por um período difícil, não sendo fácil a tarefa de reconstruir. O país arruinado com cidades em ruínas faz com que os mais afortunados se aproveitem dos pobres e humildes. O ambiente é propício a desconfiar dos planos de Deus, levando à prática de idolatrias.  A essa comunidade desiludida e decepcionada, o profeta anuncia que está para chegar um novo tempo, convidando o povo de Israel a superar as lembranças amargas do povo que o escravizou e a se voltar para Deus e na reconstrução do Templo.  Acrescenta que a casa do Senhor será uma casa de oração para todos os povos, porque Jahwéh garante a seu Povo uma nova era, na qual vai ser revelada a salvação de Deus.
http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ_A15-BsotK9tEr3ZvMdc_wNhchHJLTJ24YO8MWTA23YnhnUmLagA novidade da mensagem é que a salvação não se destina apenas ao Israelita, mas a todos que aceitam e abraçam o convite para integrar o Povo de Deus. Trata-se de uma revolução no universo religioso do judaísmo, já que, para tanto, devem observar o sábado e fidelidade à Aliança para participar da vida litúrgica e oferecer sacrifícios. Israel deve ter colhido frutos dessa convivência com outros povos. O Templo deixará de ser um condomínio exclusivo de israelitas, mas a casa de oração de todo o povo. Assim vivemos nesse mundo de contradições onde o intercâmbio de idéias e experiências contribuem para abrir horizontes de povos e de culturas. 
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Por outro lado, o egoísmo, medo e conflitos provocam ameaças, racismo e xenofobia que levam a nos fechar desse convívio construtivo e fraterno, no entanto, nosso Deus nos convida a abrir o nosso coração à universalidade, à diferença e que os diferentes, na cor de pele, outras línguas, outros valores ou outra religião, sejam irmãos nossos, que devemos acolher com solidariedade.
Salmo Responsorial: Salmo 67 (66
O salmista, ao contemplar a benevolência de Deus sobre a terra, deseja que todas as nações louvem e reconheçam o dom universal da salvação.
Segunda Leitura: Romanos 11,13-15.29-32 
O chamado e o dom de Deus a Israel são irrevogáveishttp://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSuUhe4nRDeGtrSYv0QlqfLxrzPmeGUO3qU3tpz2vP_nERgoX05 
Deus é misericordioso para com todos, por isso Paulo prega a conciliação entre pagãos e judeus. A salvação não é privilégio de uma raça ou nação, mas dom gratuito de Deus e que seu perdão se derrame sobre todos, incluindo Israel que O rejeitou. Deus, no entanto, respeita a opção dos homens, mas não desiste de propor, sempre e a todos os seus filhos, novas oportunidades de acolher essa salvação que Ele oferece. Oportunamente, Paulo retoma a reflexão sobre o Povo da promessa, Israel, que recusou a salvação e que o faz sofrer, mas tem esperança na salvação do povo de sua raça, graças à promessa Divina. Na recusa de seu povo, o evangelho é levado aos gentios, sugerindo que Deus escreve direito por linhas tortas.
http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQ4OkHT6u__V_RMBpXAr--H6T09PsHQMcpGCjezH06hE2Pkp15aPaulo mantém seu ministério entre os gentios, esperando que os israelitas, enciumados, se voltem para Deus, sobretudo porque Deus é fiel nas suas promessas. Israel é o povo escolhido por Deus de forma irrevogável, não cabendo aos gentios se julgarem superiores. Os gentios recebem a graça que os Judeus rejeitaram, como que num projeto de Deus, permitindo que todos sejam rebeldes para receber Sua misericórdia. Assim será com o Povo eleito, a misericórdia de Deus não abandona seus filhos, também os que O rejeitam, mostrando que do mal, Ele sempre é capaz de retirar o bem, mesmo se tratando de seu povo que se julgava como a raça exclusiva da salvação. 
Evangelho: Mateus 15,21-28 - Mulher, grande é a tua fé!
http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRwXAZQi6kDEhWxzfHC8jbTPaKPomCpPlINQ62773jhjzzpd0400gJesus Veio para os seus que O rejeitaram. O evangelho narra Jesus em visita a locais de origem não judaica. Em sua trajetória encontra uma cananeia (pagã), descendente de um povo excluído, que clama pela libertação de sua filha, implorando compaixão do Senhor e filho de David, o que provoca a reação dos discípulos pelo afastamento da mulher. Jesus, no diálogo com a mulher cananeia, deu a entender que os destinatários de sua missão eram as "ovelhas perdidas da casa de Israel". A salvação tinha um destino certo e exclusivo, o povo judeu e da predileção divina e da aliança http://t1.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTxcBkXO1fxtKg3bdcFyocUUSHbFWxt7Qdi00qqhr9L2IYhD4mA
A mulher, desejando ser incluída na bênção oferecida por Deus a toda humanidade, implora, de joelhos, pelo socorro do Mestre, reconhecendo sua divindade. Na dura comparação com os cães, a mulher confia na mesa messiânica onde há alimentos, também, para os excluídos. Jesus, vencido pela fé da mulher, derruba as fronteiras do messianismo, e atende seu pedido consciente da existência de muitas ovelhas sem pastor.http://t2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQyh5jjlRD8z62d_ZlSec3oO4mB2elquE6U-CoQGOzF4KChqb5-nA
O contraste está na recusa da comunidade judaica em ambarcar na aventura do Reino, enquanto a mulher pagã implora sua inclusão neste Reino. Jesus aparenta insensibilidade ao apelo da mulher em “socorre-me, Senhor”, ao dizer que “o pão dos filhos não devem ser lançados aos cães”. Será que Ele deseja cumprir uma missão exclusiva? Jesus deseja, sim, contrariar a atitude ridícula na discriminação dos pagãos e demonstra que eles são bens dignos do Reino, concluindo na fé da cananeia: Mulher, grande é a tua fé. Faça-se como desejas”, desejando que a salvação seja destinada a quem tem o coração aberto aos dons de Deus. O texto mostra que a proposta de Jesus é para todos e que a comunidade de Jesus, sua Igreja, seja uma comunidade universal, sendo decisiva a fé e adesão a Deus e sua proposta de salvação.
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Podemos questionar, quem é o verdadeiro cristão para se tornar membro da Comunidade de Jesus? Está na resposta da cananeia: é quem aceita a proposta salvífica de Jesus, aderindo a seu Evangelho. Comunidade cristã não é elite e independe de raça, cor ou visibilidade social. A única visibilidade exigida é a fé. O contraste da cananeia com a elite judaica está na rejeição ao plano de Deus que eles conhecem, mas o orgulho os afasta pois se consideram o povo santo e eleito de Deus. Assim, o verdadeiro cristão é aquele que, diante de Deus, apresenta-se com humildade e simplicidade, acolhendo Seus Dons e a graça da salvação. Da mesma forma, a Igreja nascida de Jesus deve ser uma porta aberta todos, sem distinção, sob qualquer forma ou pretexto.
http://t0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQj2TBbaMoHtAiYA-BYTdUcfi2ocnuZwzL4t6fIO65KPDfQRHTKA exemplo da primeira leitura, o Evangelho é uma proposta e um desafio de como o estrangeiro, o irmão diferente, por diversas razões (políticas, sociais, culturais...) deve ser acolhido na comunidade cristã. Deus não discrimina e acolhe em sua mesa o “diferente”, cabendo a nós, seus filhos, agir como legítimos membros de Sua comunidade e partilhar solidariedade e acolhida. O convite que Deus nos faz é o de ver em cada pessoa um irmão, independente das diferenças de nacionalidade, de língua ou de valores sociais, para nos aproximar e nos fazer iguais perante Deus e sua Igreja.
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