O ESPÍRITO ORIENTA E INTERCEDE POR NÓS
O Senhor nos fala, revelando seu Reino por meio de parábolas, e o Espírito nos capacita a entender e a vivenciá-las. Deus sendo amor, paciência e perdão, não interessa a marginalização do pecador, mas sua integração na comunidade, sem jogá-lo ao fogo o acolhe e resgata para convertê-lo em boas obras na construção do mundo novo, o seu Reino que começa pequeno como um grão de mostarda. O Espírito vem em socorro da nossa fraqueza e nos ensina o que pedir e como pedir, capacitando-nos a ouvir a palavra de Deus. Ele nos ama e nos preserva do joio que nos rodeia, separando o que pode sufocar nossa fé e destruir nossa vida.
A liturgia é rica em imagens, lembrando que Jesus viveu e pregou num contexto rural, a Palestina de seu tempo. Jesus descreve o agir de Deus na história em parábolas. Inicia com os frutos bons, o trigo que cresce com defeitos, o joio. No momento oportuno, a responsabilidade em separá-los é de Deus e não a nós. O grão de mostarda representa a certeza do Reino de Deus, germinado no coração do homem, cresce e se torna poderoso. Essa é a lógica de Deus. O Reino abriga todos os povos, como a imagem dos pássaros com seus ninhos no pé da mostarda. A pequena semente, transformada numa grande árvore, e o fermento, levedando a massa, representam a força dinâmica do Reino. Assim, as pequenas comunidades cristãs são animadas a superar os desafios na difusão do evangelho.
Primeira Leitura: L Sabedoria 12, 13.16-19 – Concedeis o perdão aos pecadores.
A leitura nos fala de um Deus que, poderoso e onipotente, é indulgente e misericordioso para com a humanidade pecadora. Deus estimula seus filhos a serem humanos, de coração misericordioso e indulgente como o de Seu coração. Sua força é perdão, esperando de Sua criatura a resposta de amor e fidelidade, mesmo praticando o mal. O texto é da terceira parte do livro onde o autor, dirigindo-se aos judeus, compara o castigo de Deus contra os ímpios e a salvação reservada aos justos, o Povo de Deus, ao mesmo tempo convida os pagãos ao amor do Deus verdadeiro, referindo-se a universalidade da salvação onde existe fraternidade.
O texto nos mostra um Deus tolerante e justo, onde a bondade e a misericórdia se sobrepõem à vontade de castigar. Ele ama os homens que criou a sua imagem e semelhança e, apesar de pecadores, espera sua conversão. Interiorizar essa imagem de Deus significa nos embriagar desse princípio Divino, deixando que ela transpareça em gestos para com nossos irmãos. Percebendo que algo nos incomoda como “castigo” de Deus, pelo nosso proceder, sejamos humildes para sentir a pedagogia de um pai amoroso que deseja o nosso bem.
O texto nos mostra um Deus tolerante e justo, onde a bondade e a misericórdia se sobrepõem à vontade de castigar. Ele ama os homens que criou a sua imagem e semelhança e, apesar de pecadores, espera sua conversão. Interiorizar essa imagem de Deus significa nos embriagar desse princípio Divino, deixando que ela transpareça em gestos para com nossos irmãos. Percebendo que algo nos incomoda como “castigo” de Deus, pelo nosso proceder, sejamos humildes para sentir a pedagogia de um pai amoroso que deseja o nosso bem.
Salmo Responsorial: O salmista reza confiante ao Senhor, Deus piedade e compaixão, cheio de amor e fidelidade.
Segunda Leitura: Romanos 8, 26-27
O Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis.
O texto nos mostra que o Espírito Santo, o dom de Deus, é o caminho para seguir a vontade do Pai. Ele intercede por nós com suçurros inebriantes e nos auxilia a viver uma relação confiante e amorosa com Deus, guiando-nos no caminho da vida plena. O Espírito nos oferece a vida Divina e, levando-nos ao encontro de Deus, faz nossa voz chegue ao Seu coração, desde que, humildes, estejamos disponíveis e atentos. O perigo está no meio em que vivemos onde as benesses do mundo nos distraem e a luta pela vida nos consome e afasta dessa comunhão.
É a catequese de Paulo que propõe como acolher a salvação, gratuita e fruto da misericórdia Divina, oferecida pelo Pai e resgatada por seu Filho. É o decidir-se pela vida segundo o Espírito que, no dizer de Paulo, tem uma dimensão cósmica porque ajuda a vencer a desarmonia que destrói a natureza. É o amor de Deus voltado à salvação dos homens. E nós somos minúsculos grãos de areia abandonados ao sabor das tempestades. Deus nos dá força, mas devemos insistir, pedindo essa graça, segundo o Espírito que é inefável.
Evangelho: Mateus 13,24-43 - Deixai crescer um e outro até a colheita.
Evangelho: Mateus 13,24-43 - Deixai crescer um e outro até a colheita.
O Evangelho transcreve a presença irreversível do Reino de Deus no mundo. Esse Reino não é um clube de privilegiados bons e santos, mas de todos os homens, bons ou maus, que, tocados pela graça, podem crescer e amadurecer suas escolhas até a opção definitiva. É uma parábola escatológica, pois o Senhor nos fala que somente a Ele cabe discernir no tempo oportuno, no fim dos tempos, quando fará essa triagem entre o trigo, recolhido no celeiro, e o joio, queimado na fornalha ardente. Chegar ao Reino não é um passo de mágica, mas exige aceitação e escuta persistente.
Parábolas são imagens ricas utilizadas por Jesus para revelar aos discípulos e às comunidades a realidade do Reino, levando as pessoas a pensar e a refletir. É uma proposta pastoral que anima, exorta, ensinando a fortalecer a fé e a esperança no Reino. A proposta do trigo e o joio: é a imagem do semeador com a boa semente (a Palavra) e o inimigo que semeia a erva (o mal) que atrapalha o crescimento do bem. É a luta entre o bem e o mal. Na colheita será feita a triagem. É o ministério de Cristo que conviveu com pessoas boas e más e, não excluindo ninguém, os convida a fazer parte de sua família e a integrar a comunidade da salvação e membros de seu Reino, o que incomodava os fariseus.
É Jesus mostrando como funciona a lógica do amor de um Deus paciente com oportunidade a todos os homens, separando no tempo oportuno o bom e o mau, que existe em todos os campos. O Senhor da parábola é esse Deus tolerante que não quer a morte do pecador. Os servos “zelosos” são os intolerantes. O campo é o mundo em que vivemos, onde o trigo representa sinais de vida e amor e o joio, sinais do sofrimento, escravidão e morte. Aqui o homem e a mulher com opções de vida ou de morte, Deus deixa crescer em liberdade entre seus filhos. É o trigo e o joio crescendo (juntos) a espera do “juízo” para separar bons e maus.
As parábolas do grão de mostarda e do fermento são semelhantes no conteúdo e na forma, na desproporção entre o início e o resultado final. O Reino é como o grão de mostarda e o fermento que, como algo insignificante, tem início modesto e humilde, mas potentes para trans formar o mundo. É o dinamismo da vida nova a invadir a história dos homens e potenciar um mundo novo que transforma e renova a terra. Aparentemente Jesus deu uma resposta aos que não acreditavam que do carpinteiro de Nazaré pudesse surgir uma proposta de vida, capaz de fermentar o mundo e a história com uma realidade irreversível.
Às vezes é difícil perceber essa semente crescer ou esse fermento levedar a massa quando convivemos com o crescimento da injustiça, pobrezas e escravidão, e o crescimento do materialismo selvagem, futilidade, a ganância pelo ter com violências e intolerância, além da falta de moral e fé. É o mal e bem que se misturam no mundo, na vida e no coração de cada um de nós. No entanto, devemos crer sim num Reino que, apesar dos Tsunamis, é uma realidade que liberta e atua, penetrando no coração dos homens, os leva à conversão e a transformação para uma vida nova, porque o Deus de Jesus é um Deus de amor paciente.
SOMOS CHAMADOS À CONVERSÃO E A CONSTRUIR UMA NOVA SOCIEDADE, FUNDAMENTADA NA MISERICÓRDIA E, COMO COMUNIDADE ECLESIAL, A MISSÃO DE REVELAR A VERDADEIRA FACE DO AMOR DE DEUS QUE É PACIENTE E MISERICORDIOSO.
wlimar@yahoo.com.br