O MAIOR DENTRE VÓS SEJA AQUELE QUE VOS SERVE
DIA NACIONAL DA JUVENTUDE
Encerrando o mês missionário, bendigamos o Pai porque Cristo, sendo Deus, não se vangloriou, mas se fez servo para a salvação de toda a humanidade. Ele é o rosto humano de Deus e o rosto divino do homem. É tempo de alegria porque somos missionários, a voz de Deus e amados como servidores do seu Reino onde, movido pelo amor, o menor se torna o maior. Somos um pequeno, mas fiel rebanho, na Igreja, que olha para frente e segue o tom do Evangelho, procurando viver o que se prega. Por isso os textos litúrgicos nos convidam a refletir sobre a seriedade, a verdade e a coerência do nosso compromisso com Deus e com o Reino. É, ainda, como que um alerta dirigido aos animadores litúrgicos sobre o testemunho, pureza de motivos e real empenho na construção de uma comunidade comprometida com os valores do Evangelho, em especial nas leituras dos textos. 
Assim iniciou o cristianismo. Os seguidores de Cristo concebem uma comunidade diferente da comunidade judaica, recusam a ambição de poder, optam pela simplicidade, pela igualdade, pelo espírito de serviço e de fraternidade, numa referência ao exemplo e à doutrina de Jesus. As comunidades, através da Igreja, como verdadeiras seguidoras do Mestre, devem unidas se aproximar do modelo proposto por Jesus. O salmo nos aponta o tipo de espiritualidade que deve nortear nossa vida: um coração sem ambição nem arrogância. Encerrando o mês missionário, agradecemos a Deus pelo dom do Batismo que nos fez discípulos de Cristo, devendo ser Sua imagem onde estivermos. Assim, como filhos de Deus, nós somos os seguidores de Jesus Cristo, movidos pelo amor. Como membros da Igreja, seguimos as pegadas do Mestre, procurando viver o evangelho que nos ensina a humildade e o serviço. Na semelhança dAquele que nos enviou no meio em que atuamos, sejamos sinal e exemplo, seja como simples membros da comunidade, como dirigentes, coordenadores ou animadores, mas com humildade e a serviço do irmão - como sinal do amor de Deus entre nós.
Primeira Leitura: Malaquias 1, 14b – 2, 2.8-10
Abandonastes o caminho e fostes para muitos,
pedra de tropeço na observância da lei.
No texto, um mensageiro de Jahwéh interpela os sacerdotes de Israel, mensageiros do Senhor, como intérpretes da Lei e condutores do Povo de Deus. Eles se deixaram dominar pelo egoísmo pessoal e, negligenciando sua missão, se corrompem e promovem um culto vazio, por isso são os grandes responsáveis pelo divórcio entre Israel e o seu Deus. Malaquias parece mais atual do que nunca.
Nossa posição cristã não é só denunciar ou acusar, mas avaliar e ver nossa participação e, sendo cúmplices, damos pouca atenção à Palavra de Deus em nossa vida ou pela mania de aparecer e ser vistos como bons e talentosos. Nosso talento, sim, deve estar disponível e preparado a proclamar a Palavra Sagrada, servindo de catequese nas celebrações e assembléias do povo. 
Malaquias, o “meu mensageiro”, atuou no período após o exílio e, como bom pregador, defendia os valores judaicos, a pureza dos sacerdotes e o culto autêntico. O povo vivia apático e sem confiança em Deus e de Seu interesse por Judá. A consequência foi à reação enérgica do Profeta que cobra da comunidade judaica conversão e fidelidade à Aliança, exigindo que os sacerdotes sejam exemplo e caminho a potenciar essa relação entre o Povo e Deus e não pedra de tropeço no caminho. Constituídos mensageiros, os sacerdotes, conhecedores da Lei de Deus, deviam apresentá-la com fidelidade, sem desvios ou discriminação de pessoas, levando o povo ao bom caminho e à conversão como verdadeiros filhos de Deus. Assim deve ser uma comunidade cristã, comprometida com Deus e com os irmãos e, seus animadores, agindo em nome de uma missão divina e não mera apresentação teatral.Salmo Responsorial:
O salmista, em paz e humilde como criança no colo da mãe, suplica: Guardai-me, Ó Senhor, convosco, em vossa paz!
Segunda Leitura: 1Tessalonissenses 2, 7b-9.13
Desejamos dar-lhes não somente o evangelho de Deus, mas até a própria vida.
O texto, em contraste com a primeira leitura, mostra Paulo como exemplo do cristão na entrega, doação e testemunho, numa comunidade, ligando liturgia e vida no anúncio da Palavra, por isso ele elogia quem acolhe a mensagem, crê na palavra e produz frutos. Desse esforço missionário feito com amor, humildade e simplicidade nasceu uma comunidade viva e devota que, comprometida, testemunha com coerência o dom de Deus. 
Paulo ressalta o comportamento dos evangelizadores que, num trabalho gratuito e generoso, tornaram Tessalônica um exemplo de comunidade cristã: “como a mãe que acalenta e cria seus filhos”, manifestando ternura e afeto, sem causar peso à comunidade, elogia seu comportamento.
Paulo e os seus companheiros pregaram o Evangelho sem interesse pessoal, mas movidos pelo ardor missionário, por isso Ele é categórico ao afirmar que a Palavra anunciada era autêntica Palavra de Deus e não palavra de um pregador cristão, mas como ela é realmente, Palavra de Deus a ser ouvida e vivida. No anúncio e na transmissão do Evangelho todos devemos ter a consciência de que o importante não é o instrumento humano que anuncia a Palavra, por mais atraente que seja, mas a proposta de Deus, através desse instrumento, o missionário, que não pode ser uma pessoa fria, burocrática, mas carismática, como uma mãe que partilha com seus filhos para que tenham mais vida. O anúncio do Evangelho é um serviço de amor generoso e sem interesse pessoal. É seguir Jesus Cristo. que não é um negócio. Evangelho: Mateus 23, 1-12 Eles falam, mas não praticam.
O Evangelho se reporta aos dias que precedem a paixão e morte de Jesus, em Jerusalém, em confronto com a classe dominante dos mestres da Lei e dos fariseus, criticando com dureza sua pretensão à posse exclusiva da verdade e incoerência e exibicionismo no “faz o que eu digo e não faça o que eu faço”, por sua dureza no amor e na misericórdia. Mais do que informação histórica, é um convite ao cristão no sentido de não deixar que atitudes semelhantes se introduzam em sua família e destrua a fraternidade, fundamento de uma comunidade. 
Jesus, mestre da justiça, desmascara este tipo de privilégio, poder, status social e eclesial em nome da religião ou de Deus. Ser grande cristão é ser servidor desinteressado e alegre. O próprio Cristo proclamou: “não vim para ser servido, mas para servir”. Como seus discípulos, cada um deve pregar o que vive para testemunhar Seu Ministério.
Os líderes judaicos, presos em suas convicções, se recusam a aceitar a proposta do Reino, criando “pegadinhas” para o Mestre, mas Jesus os interpelava com dureza, condenando suas falsidades: “ai de vós, escribas e fariseus...” Embora não se possa condená-los totalmente, salvo seu fundamentalismo em relação à Lei, esquecendo o essencial, existia um grupo bem intencionado que se fazia presente nos atos religiosos, como sérios seguidores da Lei de Moisés, instando o Povo israelita à fidelidade para torná-los, cada vez mais, um Povo santo, dedicado a Jahwéh. No entanto, julgavam-se acima de tudo como puros e intocáveis, estando sempre em evidência. O elevado valor ás Leis criava ao povo sentimentos de pecados que os oprimia e confundia. 
Jesus retrata a personalidade do fariseu e aconselha seus discípulos a não seguir o exemplo. O Clã se atribuía o privilégio de intérpretes da Lei de Moisés e, se apropriando da Palavra de Deus, desviavam seu conteúdo com regras, normas, obrigações e interpretações casuísticas que, em lugar de favorece a relação homem-Deus, servia para afastar cada vez mais os dois parceiros da Aliança. Fazem de sua fé um espetáculo e o que lhes interessa é a imagem, mas com um comportamento incoerente com os ensinamentos: “Dizem e não fazem”. Ao cristão é sugerido escutar seus ensinamentos, mas não imitar seus exemplos, pois carregam os homens de pesados cargos, tornando impossível a vida.
É preciso que a comunidade cristã seja fraterna: “Vós sois todos irmãos”! A Igreja não é uma instituição de mestres e discípulos, doutores e alunos ou de pais e filhos, mas de irmãos com um Pai comum, seguidores do mesmo Senhor, onde “um só é o vosso Mestre, Cristo”. Na Igreja do Mestre não pode existir quem se considere mais importante, mais digno ou honrado, que possa mandar os outros, considerando-os menos preparados ou dignos.
Cada um ocupa seu lugar com dignidade e sem regalias: “O maior dentre vós, será o vosso servo”.
A Igreja, como fiel seguidora dos valores propostos por Jesus, deve ser uma comunidade de irmãos que vivem no amor. O farisaísmo é a mentira e a incoerência que destroem a paz, roubam a alegria e a serenidade e comprometem o nosso testemunho, minando a comunidade.
“O primeiro entre vós será o vosso servo", pois "Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado”
