3º Domingo de Páscoa, 14/04/2013
QUANDO TEMOS FÉ NO RESSUSCITADO, SERVIMOS COM ALEGRIA
E ENTUSIASMO
A liturgia desse domingo nos ensina que a comunidade
cristã tem por missão testemunhar e concretizar o projeto iniciado Jesus que,
vivo e ressuscitado, é o fiel esposo de Sua Igreja em missão, dando vida e
orientando-a com sua Palavra. A aparição de Jesus ressuscitado nas
margens do mar de Tiberíades revigora a missão dos discípulos como pescadores
de gente. Os apóstolos, liderados por
Pedro, dão testemunho do Mestre até o sofrimento e a tortura.
Após a
experiência com o Ressuscitado, os cristãos se identificam com o Senhor, a
ponto de vibrarem com os sofrimentos e a cruz. Pedro proclama para o sumo
sacerdote: “É preciso obedecer
a Deus, antes dos homens” e com os apóstolos se orgulham por
serem considerados dignos de injúrias e perseguições por causa do nome de
Jesus. João, no Apocalipse, destaca as dificuldades
e lutas que a comunidade cristã deve enfrentar por sua fidelidade à Palavra. O
intuito de João é reanimá-la na fé no Cordeiro imolado com esperança e força
para superar as tentações e o desânimo diante das perseguições.
O desânimo das comunidades por não alcançar o
sucesso esperado nas iniciativas pastorais é como os discípulos cansados e
desanimados pelo fracasso da pesca. Jesus está sempre conosco até o fim dos
tempos. A fé é a certeza
de que ele continua a se fazer ouvir, falando e nos indicando o caminho a seguir.
O
convite ao banquete oferecido por Jesus, no encerramento da pesca milagrosa, é
a conclusão da história da salvação, quando a comunidade cristã é convocada a
apresentar o fruto (o peixe) de seu trabalho. O pão é oferecido por Jesus. A Eucaristia é o pão que o Ressuscitado deseja que todo o
irmão divida e que cada um de nós faça o mesmo.
Embora o
mundo se oponha ao projeto libertador de Jesus, testemunhado pelos discípulos, o
cristão deve antes obedecer a Deus do que aos homens. Se Jesus morreu, Seus apóstolos e fiéis
não passariam incólumes a seus opositores. Pedro, fiel à missão, mostra que Jesus está vivo e Seu projeto continua e se
realizar. A missão da Igreja é dar seqüência ao mandato missionário,
mostrando a verdadeira face de Cristo recebida no batismo, com gestos de amor e
doação. “Ai de mim se não evangelizar” é o
diagnóstico de Paulo.
A proposta de
Jesus é libertadora, por isso não encontra eco num mundo egoísta, injusto e
opressor.
Salmo
Responsorial: O salmista agradece a salvação recebida do Senhor que transforma
o sofrimento em festa. Eu vos exalto, ó Senhor,
porque me livrastes.
A força
do ressuscitado sustenta a missão da Igreja. Os que seguem o caminho de Cristo,
o Cordeiro imolado, proclamam o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a
honra, a glória e o louvor. Mediante essas
expressões de louvor e adoração, Seus seguidores O glorificam pela obra
redentora realizada em favor da humanidade. É a soberania universal do Cristo Ressuscitado! João nos apresenta os personagens centrais
a intervir na história humana: Deus, transcendente e onipotente, sentado no seu
trono, rodeado pelo Povo de Deus e por todas as criaturas. Jesus, o Cordeiro, é
quem detém todo o poder. Cordeiro: o Servo de Javé (figura do sacrifício), o Cordeiro Pascal (figura de libertação p/sangue) o cordeiro apocalíptico (figura do poder real), é o Cristo que assume a realeza junto ao trono
de Deus para receber poder e glória divina de todo a corte celestial e de todas
as criaturas.
Mensagem apocalíptica: “não tenhais medo,
pois a vossa libertação está chegando”.
Evangelho: João 21,1-14 Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-lhes.
E fez a mesma coisa com o peixe.
O
texto apresenta os discípulos nos passos de Jesus, sabendo que o sucesso da missão
depende de quem se deixa guiar pela sua Palavra. A presença de Cristo sustenta
a ação das
comunidades cristãs, imagem da pesca milagrosa que só produz frutos aos que permanecem
unidos a Ele.
Os discípulos, juntos com Pedro, após a morte do Mestre, retornam
as suas atividades, como que esquecendo as promessas de Jesus. Influenciados por Pedro, todos vão à pesca, mas naquela
noite nada pescaram. A figura central entra em
cena: o Ressuscitado torna a missão fecunda e
piscosa. A
grande pescaria é o sinal que leva o discípulo amado a identificar o Mestre:
Pedro, é o Senhor! Pedro é impulsivo e seu amor por Cristo é maior que sua coragem:
veste sua roupa e nada por mais de 100 metros ao encontro de Jesus. Como líder
arrasta a rede com cento e cinqüenta e três grandes peixes. Esse número simboliza o sucesso da missão e seu caráter universal:
abertura para acolher todos os povos.
Estarei convosco todos os dias até o fim dos tempos.
Movidos pelo Espírito, possamos reconhecer os sinais do ressuscitado e,
como discípulos, sejamos agentes proféticos do evangelho e continuar Seu
projeto de amor e solidariedade, dando louvor, honra e glórias ao Cordeiro
Pascal que permanece para sempre nomeio de nós.
Após a
Ressurreição, os protagonistas passam a ser um grupo de discípulos, dedicados a
ação missionária. João
descreve a relação que este grupo tem com Jesus, mostrando a ação do Senhor em
sua vida missionária (dessa Igreja) e
as condições para que a missão frutifique. O grupo de sete representa a
totalidade da Igreja em missão. A pesca à
noite, tempo de trevas, da escuridão e sem a presença de Jesus, resulta em fracasso:
“Sem Mim, nada podeis fazer!” O nascer do sol coincide com a presença de Jesus: A Luz do Mundo. Ele não participou da pesca e os
pescadores, em seu esforço,
não reconhecem Jesus, estão cansados e decepcionados. Com
a “dica” do “desconhecido”, a pesca se torna fecunda. O êxito da missão acontece pelo sinal vivo
e pela Palavra do Senhor ressuscitado, quando abrem seus corações e o Amor é amado. Pedro, no entanto, deve por três vezes provar seu verdadeiro e
autêntico amor, o amor que se faz serviço, ele que, por três vezes, O negou na noite da Paixão. Momento de glória para Pedro que se
reabilita perante o Mestre.
A figura do discípulo amado (João) nos convida à sensibilidade aos
sinais
de Jesus que geram vida nova de amor e de partilha.