terça-feira, 25 de setembro de 2012


26º Domingo do Tempo Comum-30/09/2012
“QUEM NÃO É CONTRA NÓS, ESTÁ A NOSSO FAVOR.” (Mc 9, 40)
âBÍBLIA – O DIVINO NO HUMANO.
Dia Nacional da Bíblia. O Livro Sagrado, sinal das revelações Divinas, é o grande tesouro e a força dos cristãos e da Igreja de Cristo. Sua palavra é luz para nossos passos e caminho que nos conduz à Vida. É Palavra de Deus e alimento para o coração como guia do povo para um mundo irmão. Memória e história dos povos que buscam fazer mundo novo.
Dia Nacional da Bíblia, em homenagem a São Jerônimo, grande biblista que, a pedido do Papa Dâmaso I, a traduziu do grego e do hebraico para o latim, a língua mais falada no mundo em sua época. Ficou conhecida como “Vulgata”. Era preciso que o acesso às Escrituras fosse aberto e incentivado aos fiéis, pois a Palavra de Deus é o caminho, a verdade e a vida, criando em nós o espírito de Deus que nos faz MISSIONÁRIOS.
“Os católicos celebram o dia da Bíblia em 30 de setembro, dia de São Jerônimo”
&O Tempo Comum nos apresenta temas do cotidiano. Assim, a Igreja nesse domingo nos convoca a seguir os passos de Jesus, mas sem rivalidade. Naquela época era comum alguém pregar em nome de Jesus, os milagreiros, homens simples de fé que rezavam usando o nome de Jesus. Os seguidores do Mestre desejavam proibi-los. A resposta de Jesus: “Se prega em nosso favor, não está contra nós”. ÿEsta é a lição da liturgia desse domingo a nos ensinar que na Igreja sempre surgem novos profetas com mensagens reveladoras que dá vida nova às estruturas eclesiais.
âComo exemplo, lembremos as mudanças do Vaticano II, que mexeu com as estruturas da Igreja; em Teresa de Calcutá, que buscou a Justiça e a defesa dos pobres e a dignidade dos direitos humanos. O Espírito age naqueles que buscam o rosto sereno e radioso de Deus. Por estes bens, por toda a ação libertadora realizada no mundo, devemos dar graças a Deus.
Primeira Leitura: Números 11,25-29 Tens ciúmes de mim? Quem dera que todo o povo do Senhor fosse profeta! 
&O texto lembra a caminhada do povo de Deus pelo deserto, quando os setenta anciãos são investidos com a força do Espírito e se tornam cooperadores de Moisés. Eldad e Medad ausentes, não são atingidos. ðMoisés, recusando o falso zelo dos que acusam este fato, reconhece neles a ação profética, embora não pertençam ao grupo dos anciãos: “Oxalá todo o povo de Deus profetizasse e Deus infundisse em todos o seu espírito!”.
ÿO Espírito de Deus sopra onde quer e sobre quem quer, sem regras e sem interesses pessoais ou por privilégios de grupo. O verdadeiro crente é como Moisés, reconhece a presença de Deus nos gestos proféticos que vê acontecer a sua volta. âEsta efusão geral do Espírito é uma figura do tempo escatológico.
“Na Igreja de Cristo não se faz separado o que se pode fazer unido e fraterno”.
Salmo Responsorial: O salmista ressalta que a lei do Senhor ilumina e enriquece quem a segue.
Segunda Leitura: Tiago 5,1-6 VOSSA RIQUEZA ESTÁ APODRECENDO
A riqueza é um meio e não um fim. &O texto, referindo-se aos bens: a) exorta a partilhá-los com os necessitados, não explorar os trabalhadores, privando-os do salário digno para viver; b) alerta a não colocar neles a confiança e a esperança, pois são valores perecíveis que não asseguram a vida plena para o homem. ðAssegura que as injustiças cometidas por quem faz da acumulação dos bens materiais a finalidade de sua existência não merecem pertencer à comunidade dos eleitos de Deus.
âTiago é objetivo e direto: os que se apegam aos bens, vivendo luxuosamente e entregues à boa vida, são como cegos que ignoram a miséria do pobre, explorado e carente.  
Hoje, muitos cristãos, como no tempo de Jesus, amontoam riquezas sem olhar em sua volta, deixando para mais tarde o momento de acertar sua “conta” com Deus. âPara Deus a caridade está acima das virtudes e nos julgará pelo testemunho de caridade e pelo bem praticado ao mais pobre, ao necessitado, aqui e agora.
Evangelho:  Marcos 9,38-43.45.47-48 Quem não é contra nós é a nosso favor. Se tua mão te leva a pecar, corta-a!
&O texto nos apresenta, numa dialética platônica, alternativas de vida: fazer o bem e falar mal; ser a favor e ser contra; ser discípulo e não pertencer ao grupo; dar um copo de água na terra e receber uma recompensa no céu; recompensa e punição; crer e corromper; aleijado e são; céu e inferno; além de expressões que contradizem a normalidade da vida cotidiana: cortar a mão, cortar o pé, arrancar o olho.
 ÿComo princípio Divino: devemos praticar a caridade com renúncia, humildade, dedicação e respeito à vida e, em especial, com coerência de vida e fé. “Quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, serão recompensados”, é a voz do Senhor.
ðJoão protesta contra aqueles que, embora não engajados no grupo do Mestre, realizam obras meritórias e milagres, imaginando que ser discípulo é uma exclusividade dos escolhidos. âMarcos apresenta a atitude de Jesus que convida os discípulos a constituir uma comunidade que, sem arrogância, sem ciúmes, sem presunção de posse exclusiva do bem e da verdade, procura acolher, apoiar e estimular os que atuam em favor dos irmãos; que os pequenos e os pobres não sejam excluídos da ação comunitária; finalmente convida-os a arrancar da própria vida todos os sentimentos e atitudes que são incompatíveis com a opção pelo Reino.
“É melhor ser jogado no fundo do mar que escandalizar os pequenos e humildes”
É a abertura de coração. O discípulo deve renunciar a si mesmo para seguir a Jesus na docilidade e no serviço. O discípulo age sem esperar recompensa: tudo é gratuidade. O despojamento significa a grandeza da graça Divina que nos convida a abandonar vaidades e, com humildade e esperança, sentir Cristo lançar as redes para edificar o Reino das Bem-aventuranças.
ÿ A ação do Espírito de Deus é sem fronteiras e desperta as pessoas para gestos solidários no mistério da salvação ðChama os menos cultos, mas os mais santos. Abraça os pobres e adverte os ricos para a necessidade de repartir, partilhar e amar. A grande recompensa é a vida eterna. Deus é sempre maior do que qualquer conceito religioso.
âServiço e misericórdia devem orientar nossa caminhada da vida de fé, lembrando que somos todos iguais na procura do rosto radioso de Deus que nos ama. O valor absoluto do Reino é simbolizado pelas imagens do pé, da mão e dos olhos. O ser humano, no seu todo, é chamado a entrar no Reino de Deus, ou seja, na vida plena, assumindo opções coerentes com a mensagem libertadora do Salvador, Jesus Cristo.


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LEITURA ORANTE DA BÍBLIA - Lição 1
OS 4 DEGRAUS: (método CRIADO PELO Monge Guigo em 1150 para orientar os Monges)
1) Leitura: é o estudo assídua e atento de um texto. É mergulhar na história, com a seguinte orientação: a) O QUE ELE DIZ– ler com calma, b) prestando atenção nos LUGARES, PERSONAGENS, COISAS e c) nas AÇÕES E REAÇÕES DAS PESSOAS. Entrar em cena: recordar, memorizar, sentindo cada palavra e o sentido da frase no seu contexto, o que exige silêncio e escuta.
2) Meditação: é entrar em diálogo com o texto, i. é, ruminar, refletir e atualizar o que a PALAVRA nos quer dizer, perguntando: o que o texto quer me dizer, neste momento. É bom relacionar seu conteúdo com outros textos. Bíblicos.
3) Oração: é o falar com Deus e ouvi-LO, num diálogo íntimo e pessoal, respondendo: O que a Palavra me diz ou me faz dizer de Deus. É o momento de louvar, do pedir perdão e da ação de graças. Leia novamente, reze e louve a Deus (o AUTOR DA PALAVRA). Deixar o Espírito falar, sussurrar...
4) Contemplação (compromisso): É ver o mundo com os olhos de Deus. A leitura colocou colírios em nossos olhos, abrindo-os para uma nova visão, nova realidade que nos compromete com essa transformação. Aí devemos pensar não do nosso jeito, de nosso interesse, mas DO JEITO do SENHOR, PENSAR, AGIR COMO DEUS (“Amar como Jesus amou, olhar como Jesus olhou”...). É saborear as alegrias eternas, assumindo um compromisso de vida como prática concreta.
Nem sempre é fácil distinguir um degrau do outro. Trata-se de um processo dinâmico de leitura, seguindo cada etapa - degrau, numa sequência lógica (LEITURA, MEDITAÇÃO,ORAÇÃO E CONTEMPLAÇÃ)  da Lectio Divina. São atitudes sequenciais que seguem uma lógica contemplativa, cada uma com sua intensidade conforme o degrau em que se encontra. As características de cada etapa (degrau) devem ser vividas, seguindo a dinâmica da leitura orante.
Oração: Deus nos fez a sua imagem e semelhança, por isso pedir perdão pela falta de amor;
Contemplação: com o amor de Deus, devemos amar. Ser o rosto, o coração de Deus: somos TEMPLOS DO ESPÍRITO SANTO.
O que a palavra de Deus nos faz VER, ENSINAR e CELEBRAR.






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