Vigília Pascal, 30 de março de 2013 e Páscoa

CRISTO RESSUSCITOU, ALELUIA! VENCEU A MORTE COM AMOR, ALELUIA!

SE MORREMOS COM CRISTO, COM ELE VIVEREMOS

Na madrugada de domingo, Maria Madalena, com Maria, mãe de Tiago, e Salomé, comprou perfumes para ungir o corpo de Jesus. Diziam no caminho: “Quem vai tirar a pedra da entrada do túmulo”? Era uma pedra muito grande. Na chegada perceberam que a pedra já havia sido tirada. Entraram no túmulo e viram um jovem, sentado do lado direito, vestido de branco. Ficaram com medo.

O jovem lhes disse: “Não fiquem assustadas. Estão procurando Jesus de Nazaré que foi crucificado? Ele ressuscitou! Não está aqui! Vejam o lugar onde O puseram. Vão ao encontro de Seus discípulos e de Pedro e digam que Jesus vai para a Galiléia e lá vocês o verão, como ele mesmo disse”. A fé nos faz compreender as palavras de Jesus: “É necessário o Filho do Homem ser entregue nas mãos dos pecadores, ser crucificado, mas ao terceiro dia ressuscitará”.

A liturgia é dividida em 4 momentos solenes:

1) Bênção do Fogo, o fogo Novo e Bênção do Círio, representando a Luz do Cristo, o alfa e ômega, que nos abre o caminho das trevas para a luz. A Ele o tempo e a eternidade, a glória e o poder pelos séculos, Amém; 2) As leituras, mostrando a ação de Deus sobre a humanidade; 3) A cerimônia Batismal, que representa o Sinal de Vida Novo em Jesus Cristo; 4) A celebração Eucarística, a Páscoa de Cristo, onde Ele próprio se dá em alimento.

Primeira Leitura: Gênesis 1,1-2,2

Deus viu tudo quanto havia feito e eis que tudo era muito bom.

Segunda Leitura: Êxodo 14,15-15,1

Os filhos de Israel entraram pelo meio do mar a pé enxuto.

Terceira Leitura: Ezequiel 36,16-17a.18- 28

Derramarei sobre vós uma água pura e dar-vos-ei um coração novo.

Glória Solene: Tocando sinos e sinetas

Quarta Leitura: Romanos, 6,3-11

O Cristo ressuscitado dos mortos não morre mais.

Aclamação: Aleluia, salmo 117

Evangelho: Lucas, 24,1-12 Por que estais procurando entre os mortos aquele que está vivo?

 As mulheres foram ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus, gesto não realizado no sábado, dia sagrado e de repouso pelos judeus. Essas mulheres que seguiram Jesus até a cruz, creram na Ressurreição daquele que fora crucificado e entregue por amor à humanidade. Elas, como discípulas missionárias, assumiram a missão de anunciar a vida nova do Ressuscitado aos irmãos. A palavra de Deus ilumina os seguidores de Jesus a continuar Sua obra de amor.

Nossa missão cristã, pelo batismo, é mergulhar e nos embriagar no mistério pascal: A morte e ressurreição de Cristo.

Nos textos: Deus realiza maravilhas na criação e se revela como fonte de vida a toda criatura. O fiel Abraão segue o projeto de Deus e preserva a vida. A libertação do povo de Deus do Egito os estimula a seguir o caminho em busca da liberdade e da vida plena.

Deus, fiel a sua criação, através do Filho, estabelece uma nova e eterna Aliança com a humanidade. Os profetas nos convidam, como enviados de Deus, a seguir o caminho do Senhor, ouvir suas palavras no cumprimento à missão. Ao celebrar o mistério de Cristo, passando da morte à vida, como filhos, devemos agradecer o Pai pela maravilhosa história da salvação. Que os méritos do Ressuscitado nos guie, nos ilumine, transformando-nos em testemunhas vivas dessa Vida Nova, através de atos e ações de amor solidário. Como noite santa e feliz, que a Ressurreição do Senhor nos faça sentir as maravilhas que se realizam a todos os povos, ontem, hoje e sempre. Ó noite de alegria verdadeira, que une de novo o céu e a terra!

A celebração da noite santa, por meio dos sinais sacramentais da luz, da Palavra, da água, do pão e do vinho, nos faz participar intensamente da realidade da páscoa do Senhor.

Domingo de Páscoa, 31 de março de 2013

A BOA NOTÍCIA DA RESSURREIÇÃO AQUECE OS CORAÇÕES:

ALEGRAI-VOS! JESUS CRISTO RESSUSCITOU! ALELUIA!



“O nosso cordeiro pascal, Cristo, já foi imolado”. Hoje celebramos a festa da vida que venceu a morte: Cristo ressuscitou. Aleluia! Pela ressurreição de Cristo, o sinal da vitória, é prova do amor do Pai, por isso a Páscoa é a maior festa dos cristãos. No relato de Lucas, a decepção dos discípulos era a morte de Cristo na cruz. Desejavam um Messias poderoso. Com a notícia das mulheres, Pedro e João correm ao túmulo. Eles não entenderam na mensagem de Jesus, a Sua ressurreição. A morte será entendida na experiência da fé no Ressuscitado. O discípulo amado, presente ao pé da cruz, na paixão, expressa seu amor exemplar, chegando primeiro ao sepulcro. Ele viu o túmulo vazio e acreditou. 

A vitória de Jesus é o sinal de Deus contra o poder da opressão e os poderes do mal serão destruídos: a esperança que supera todas as esperanças. Como em Emaús, Ele ilumina a nossa caminhada de fé como testemunhas de sua ressurreição. Aleluia! A vida superou a morte. Por isso transbordamos de alegria pascal com a vitória de Cristo sobre o mal, o pecado, o egoísmo, a morte. A Nova Aliança transforma todas as coisas em Aleluias de vida nova. Também nós, pela fé no mesmo Espírito, ressuscitamos à luz dessa nova vida, proclamando com alegria, O Senhor Ressuscitou, Aleluia!

Pedro, o discípulo amado e Madalena, os primeiros a visitar o túmulo procuram entender o significado do sofrimento redentor de Jesus à luz de Seus ensinamentos, sem o Mestre. Diante dos sinais do sepulcro vazio, faixas e sudário, João crê na vitória do Amado. Era necessário entender a vitória sobre a morte. Eles só entenderam a palavra e o sinal do Senhor após sua Ressurreição.

O gesto de Jesus, na instituição da eucaristia, o repartir o pão, é o sinal de vida compartilhada e sinalizado em seu ministério.

Primeira Leitura: Atos 10,34.37-43 Comemos e bebemos com ele depois que ressuscitou dos mortos.

Os discípulos se tornam os testemunhos vivos de Cristo, o Filho de Deus e Redentor que fez o bem, curando a todos. Pedro anuncia e apresenta o exemplo de Cristo com Sua mensagem de Vida Nova que, por amor, deu-Se até a morte, por isso, Deus O ressuscitou. Os discípulos, fiéis às mensagens do Mestre, anunciam este caminho, verdade e vida a todos os homens.  Os Atos dos Apóstolos, obra de Lucas, escritos nos anos 80 e 90, fase em que a igreja, já organizada e estruturada, sofre com a investida dos falsos pregadores, tumultuando as comunidades cristãs.

Era necessário uma pastoral clara sobre a doutrina de Jesus, por isso a Palavra do verdadeiro Mestre, sob o impulso do Espírito Santo, é apresentada como a força libertadora que Deus apresenta aos homens. Lucas mostra o nascimento da Igreja pela Palavra anunciada pelos apóstolos. É o anúncio do kerigma, uma iniciação cristã, onde Pedro faz uma síntese da vida de Jesus, como o ungido de Deus, que veio salva a humanidade. 

A seguir, dá o testemunho de sua morte e ressurreição, concluindo com a conseqüente dimensão salvífica. Disse que Deus escolheu os discípulos e apóstolos que viveram na intimidade com Jesus, comendo e bebendo com Ele, como seguidores designados a pregar que Deus O constituiu Juiz dos vivos e dos mortos. E nós, seus seguidores.

Salmo Responsorial: O Salmista agradece pelas maravilhas da salvação. Este dia o Senhor fez para nós, alegremo-nos e nele exalemos.

Segunda Leitura: Colos 3,1-4 Esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo.

Paulo mostra que a busca das coisas do alto, da vida plena em Deus começa desde já através do amor ao próximo. Ele nos convoca como Igreja a continuar firmes e fiéis na fé. Ressalta que, pelo batismo, o cristão morre para o pecado e renasce para uma vida nova com Ele para participar da vitória sobre a morte.
A catequese de Paulo visa instruir as comunidades sobre o verdadeiro Deus e dos mistérios cristãos, visando uma vida religiosa autêntica,

 sem a falsidade introduzida por sincretismo religioso, trazido por falsos mestres. O texto apresenta Cristo como centro e referência básica da vida cristã, que exige de seus seguidores o “despir-se” do homem velho com humildade e doação total a Deus e aos irmãos. Não é viver alienado do mundo, mas saber escolher os valores e as verdades do Alto. Viver com os pés na terra, com a mente e o coração nos céus: é lá que estão os bens eternos e a nossa meta definitiva.

O Batismo é o caminho que nos leva à comunhão com Cristo ressuscitado.

Evangelho: João 20,1-9 Ele devia ressuscitar dos mortos.

O primeiro dia da semana significa um novo ciclo, o da nova criação, o da Páscoa definitiva. Começa o tempo do homem novo, que nasce a partir do Ressuscitado. O texto apresenta a lição do amor total que não guarda nada para Si, mas faz da Sua vida um dom radical. João nos apresente duas alternativas: crer nesse amor que nos deu vida plena, pela cruz; ou recusá-lo porque, na lógica humana, a cruz não pode ser geradores de vida nova. O discípulo fiel contempla Maria Madalena no túmulo e ouve dela a notícia: "Jesus já não se encontra entre os mortos, mas está vivo no meio de nós!”  Pedro e João viram e acreditaram. Como seguidores de Jesus, a experiência da ressurreição nos leva a proclamar: Vem Senhor Jesus, o mundo precisa de Ti!  Vivemos o Cristo ressuscitado: o túmulo abandonado. Ele está vivo no meio de nós, reparte o pão de sua palavra, o pão de Seu corpo e de Seu sangue e nos convoca a seguir seus passos como sinais de sua páscoa em nossa vida real.

A Ressurreição é o sinal da libertação plena, consagrada na transfiguração como prova desse amor radical. Páscoa é o domingo dos domingos, o dia do Senhor, do qual derivam todos os outros do ano litúrgico. Pedro, ao anunciar a Ressurreição de Cristo, revela que a salvação está aberta a todos. Ela é universal e oferece a todos o perdão dos pecados. 

A missão da Igreja, como a fiel depositária de Cristo, é anunciar que o Cristo crucificado, morto e ressuscitado é a base do cristão e que nEle se realiza a libertação e vida de graça, dando a todos os povos o direito de O conhecer e conquistá-Lo. Toda vez que o mal é vencido, que um gesto revela ao irmão o amor do Pai, que se faz um sacrifício pelo outro, ajudando-o a viver momentos de alegria e paz, realizamos a Páscoa.

A esperança cristã é a Ressurreição da carne: Tudo o que somos, o somos na medida em que acreditamos na Ressurreição. Tertuliano

Revestidos de Cristo pela conversão, nos tornamos novas criaturas até atingir a plenitude, como primícia da nova humanidade.

 

      Wlimar

 

 

  

 

  

 

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Domingo de Ramos , de 24/03/2013

“BENDITO O REI QUE VEM EM NOME DO SENHOR” (Lucas 19,38)

“De fato, este homem era filho de deus”.

No Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição de Jesus, celebramos o centro do ano litúrgico como alimento de nossa vida de fé.

1 - Quinta-feira Santa: na Ceia do Senhor, sentamos com Ele para celebrar a Páscoa. No lava-pés recebemos o mandamento novo: O AMOR. Ele dá de comer e beber o seu corpo e sangue que é entregue por nós.

2 - Sexta-feira Santa: celebramos “o dia em que o esposo nos foi tirado”. Contemplamos Suas chagas que se tornam vivas nos sofrimentos dos injustiçados, nos quais Sua Santa Páscoa continua.

3 - Vigília Pascal: celebramos a Vigília Pascal, “a mãe de todas as vigílias”, noite santa na qual renascemos. Celebramos a escuridão e o resplendor da luz que não se apaga. Celebramos a Ceia do Cordeiro sem mancha, nossa Páscoa, comendo o pão sem fermento e assumindo, comprometidos com a causa do Reino, a ressurreição do Cristo do Homem Novo.

Com o Domingo de Ramos e da Paixão, iniciamos a Semana Santa como momento forte de nossa fé. Dois grandes acontecimentos: Entrada em Jerusalém Jesus é aclamado rei pelo povo: “Bendito o que vem em nome do Senhor! Bendito o Filho de Davi!”, e a memória de sua paixão. Enquanto o povo O eclama: “Hosanas, nos salva!”, vendo em Jesus motivo de liberdade, os poderosos se agitam e sentem em Jesus uma ameaça. A vinda do Rei pobre, sem pompa, nos desafie a uma opção: com Ele ou sem Ele, não existe meio termo. Ficar com o verdadeiro ou com o falso, com o antigo ou aceitar a Nova Aliança. Somos chamados a seguir Seus passos rumo à Páscoa definitiva.

Na quaresma preparamos nosso coração com penitência e caridade. Hoje, unidos à Igreja, seguindos os passos de Jesus em sua cidade para cumprir a vontade do Pai. A liturgia nos convida a contemplar esse Deus amoroso que veio a nosso encontro, viveu nossa humanidade, fez-Se servo, dando sua vida para superar o egoísmo e o pecado. A cruz, no horizonte de Jesus, representa a lição suprema, o último passo desse caminho de vida nova que Deus, na pessoa do Filho, nos propõe: doar a vida por amor.

Primeira Leitura: Isaías 50,4-7

Não desviei meu rosto das bofetadas e cusparadas. Sei que não serei humilhado.

O texto apresenta um Servo sofredor que confia na palavra de Deus e não teme diante dos poderosos e opressores. O Senhor Deus é o meu aliado, por isso nada temerei. Este Servo, chamado por Deus a testemunhar aos homens a Palavra da salvação, sabe que a fidelidade ao mandato é a certeza do sucesso de sua missão. Apesar do sofrimento e da perseguição o profeta concretizou, com teimosa fidelidade, o plano de Deus. Os primeiros cristãos viram neste “Servo de Jahwéh” a figura de Jesus que recebeu de Deus uma missão. O fim da missão, de aparente insucesso, sua dor não foi em vão: Deus O recompensou com o perdão e a expiação dos pecados da humanidade.

Salmo Responsorial: O salmista se manifesta confiante no Deus que salva no sofrimento de Cristo. Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?

Segunda Leitura: Filipenses 2,6-11

Humilhou-se a si mesmo, por isso Deus o exaltou acima de tudo.

O texto é um hino cristológico que mostra o Filho de Deus, como Servo, obediente à vontade do Pai até a morte na cruz. Por isso, ele foi exaltado e proclamado O Senhor (Kyrios) de todos. Humildade e simplicidade não faziam parte dos valores vividos pela comunidade de Felipos, por isso Paulo a exorta a seguir, como exemplo, o trajeto existencial de Cristo. Este hino que mostra o despejamento de Cristo, e O nomeia como princípio, meio e fim, faz parte da celebração litúrgica para mostrar aos cristãos o exemplo de Jesus a ser seguido. O hino define o despojamento de Cristo. Ele, esquecendo Sua divindade, aceitou assumir com humildade a natureza e a condição humana como servo, sem deixar de ser Deus, dando a vida para revelar aos homens o amor do Pai.

A humildade e o dom da vida é o caminho do cristão que deseja seguir os passos do Mestre que fez de Sua vida um dom universal

Evangelho: Lucas, 19,28-40 e Marcos 15,1-39 Bendito O que vem em nome do Senhor! (Procissão) Desejei ardentemente comer convosco esta ceia pascal, antes de sofrer.

A entrada triunfal, montado sobre um jumentinho, evoca a expectativa do povo na investidura de um novo rei. Jesus é recebido com ramos e hinos dedicados a altos mandatários, como Deus: Hosana! Bendito o que vem em nome do Senhor! Mas Jesus se revela um Rei a serviço da vida, não triunfalista. Ele é o Messias, O enviado por Deus para trazer a paz e vida nova como meio de salvação. Passados alguns dias a mesma multidão vocifera: “Crucifica-o! Crucifica-o!” O relato da Paixão começa em torno da mesa da ceia pascal, mostrando Jesus como exemplo de serviço e doação: Eu estou no meio de vós como aquele que serve. Os discípulos dormem e ignoram que a morte e ressurreição do Senhor é o caminho da cruz que eles devem seguir. Jesus, modelo de homem justo, é rejeitado e condenado por pregar o amor, o perdão e a misericórdia.

Marcos nos convida a contemplar a paixão e morte de Jesus (relato da Paixão) como momento supremo de uma vida feito serviço, que inicia sua trajetória na Galiléia para encerrar em Jerusalém, para libertar os homens do egoísmo e da escravidão. O Messias, o Filho de Deus, é envido pelo Pai para anunciar aos homens Seu Reino de amor e de Paz sem fim. Jesus é o divino servo que, renunciando a Si mesmo, assume a condição de escravo, por isso é exaltado por Deus como o Senhor dos senhores, o novo Adão e Senhor do Céu e da terra. Seu destino: cumprir a missão que o Pai lhe confiou, sofrer e morrer na cruz, ressuscitando no terceiro dia.

Os escribas e fariseus, políticos e religiosos, no seu orgulho e vaidade, temem pelo intruso no poder, por isso decidem por fim a Sua trajetória com um plano macabro, incluindo subverter até membros de seus seguidores (Judas). Na cruz Ele revela o amor de Deus, amor que não guarda nada para si, mas que se faz dom total. A morte na cruz expressa sua entrega plena por amor: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito - sinal de salvação que leva à conversão.

O relato da Paixão não é uma simples reportagem da condenação de um cidadão, mas se fundamenta em fatos concretos do Filho de Deus que, assumindo natureza humana, humaniza a natureza divina e eleva a humanidade à liberdade e vida plena de justiça e paz. A catequese de Marcos é um recado aos homens a agir como fez o Centurião romano: “Na verdade, este homem era Filho de Deus!” ao testemunhar a paixão e morte de Jesus. Betânia, Cenáculo, Getsêmani, palácio do sumo sacerdote, pretório romano, Gólgota e o túmulo são os cenários onde se consumou a barbárie, mas que comprovou Jesus Cristo como Filho unigênito do Pai.

 Na cruz aparece o Homem Novo, o protótipo do amor radical na luta contra o egoísmo e o pecado, geradores de injustiça, guerra e morte. Para Marcos, o Filho de Deus é o Homem que sente a fragilidade humana: pavor, angústia, solidão e dor. No alto Ele implora: “MEU DEUS, MEU DEUS, PORQUE ME ABANDONASTE!” A oração de um homem solitário.

Celebrar a paixão de Jesus é espantar-se na contemplação de um Deus que por amor se tornou frágil. Veio a nosso encontro e, ao assumir nossas limitações, sente a angústia e o pavor diante da morte, traído e abandonado, continuou a amar e se doar até o fim dos tempos. O “Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem!” é seu recado de amor sem limites. Olhar para a cruz significa um olhar de denúncia de tudo o que gera ódio, divisão, medo, egoísmo e escravidão, lembrando que o amor gera a vida que nos introduz no dinamismo da ressurreição.

É PRECISO VIGIAR E ORAR COM JESUS PARA REALIZAR A VONTADE DO PAI, POIS É DA ENTREGA COM CRISTO QUE NASCE A FÉ.

A cortina do santuário, que fechava o Santo dos Santos, rasga-se abrindo o caminho para a comunhão com Deus, fechando-se essa barreira.

wlimar@yahoo.com.br,