terça-feira, 18 de junho de 2013


12º Domingo do Tempo Comum ÆAno C â23/06/13
& “SE ALGUÉM QUER ME SEGUIR, RENUNCIE A SI MESMO, TOME SUA CRUZ E SIGA-ME” (Lc 9,23)
“QUEM DIZ O POVO QUE EU SOU?”
A liturgia apresenta o caminho para a salvação: crer e confessar que Jesus é o Cristo de Deus. Seguir seus ensinamentos, é ser discípulo missionário a serviço da vida por amor a Deus e aos irmãos: Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo e tome a sua cruz”. Jesus reza conosco, como fazia com seus apóstolos, num diálogo íntimo e nos principais momentos e acontecimentos de sua vida e missão. Ele sabe de nosso ser e agir que mostre quem Ele é, esperando de nós consciência clara de sua divindade como exemplo às pessoas, à comunidade e para nós mesmos. Deseja de nós como Pedro: “Tu és o Cristo de Deus”.
Ele é o Homem de Deus, ungido pelo Espírito para anunciar a Boa-Nova da salvação a todos os povos.Aos discípulos Ele se revela no sofrimento da Paixão, pedindo segredo até o momento oportuno. Numa sociedade em que valores e promessas ilusórios são oferecidos, somos chamados a professar, em atos e ações, uma fé viva e coerente ao Senhor Jesus. Ser batizado é revestir-se de Jesus, o Cristo de Deus. Que sejamos firmes no caminho da fidelidade ao projeto de Deus, seguindo os passos do Messias que veio nos libertar pelo amor e pelo dom da vida; que nos convida a tomar nossa cruz e fazer da própria vida um dom generoso.
 
A cruz é o foco do convite de Jesus aos seus seguidores. É preciso renunciar a si mesmo e tomar a cruz com Ele: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Primeira Leitura: Zacarias 12,10-11;13       Contemplarão aquele a quem transpassaram
O autor apresenta um profeta ferido de morte que se entrega pela conversão de seu povo. Revela que a entrega não é um caminho de fracasso, mas um caminho que gera vida nova para os outros. João, o autor do Quarto Evangelho, identificará essa misteriosa figura profética como o próprio Cristo. Zacarias, numa linguagem apocalíptica, e tempo da dominação grega, mostra bons tempos para o povo, apontando o caminho de unidade
e de salvação, com a troca da idolatria pela realeza do Senhor Deus, através de uma profunda purificação.
O caminho da conversão virá: pelo reconhecimento de um Deus único e absoluto, o arrependimento dos pecados de idolatria e luta pela permanente purificação, lembrando que em Jerusalém haverá uma fonte de graça e oração. Uma nova vida de graça para a casa de David e os habitantes de Jerusalém, reconhecendo seus erros: “Olharão para mim, a quem traspassaram”.
É Deus quem elege o profeta e sua missão.  Pelo batismo fomos constituídos profetas e eleitos.
Salmo Responsorial: O salmista, no deserto, procura por Deus na imagem da chuva e enche-se de vida. A minha alma tem sede de Vós, como a terra sedenta, ó meu Deus!
Segunda Leitura: 1Gálatas 3,26-29
Vós todos batizados em Cristo, é nEle que vos revestistes.
O texto lembra que o cristão, de fé, é aquele que, revestido de Jesus Cristo, renunciando o egoísmo, o orgulho, para seguir o caminho do amor e do dom da vida.  Esse caminho faz do batizado uma família de irmãos iguais em dignidade e herdeiros da vida em plenitude. O recado de Paulo mostra que a salvação é fruto da promessa de Deus a Abraão, na Aliança, atingindo a plenitude com Jesus Cristo. A lei perdeu seu sentido e a promessa se realizou com a vinda de Jesus que, pelo batismo, nos fez filhos de Deus, como identidade cristã, para formar família de irmãos, sem distinção de raça, classe ou sexo. Somos um só em Jesus Cristo.
Ter comunhão com Deus é testemunhar seus gestos e seus valores divinos.
Evangelho: Lucas 9,18-24 Tu és o Cristo de Deus, O Filho do Homem deve sofrer muito.
A revelação Divina de Jesus foi desabrochando na medida em que Ele se revelava como um homem de Deus. Jesus, após a multiplicação dos pães, recolhe-se para orar e os discípulos O acompanham. Quem dizem as multidões que eu sou?”
Foi uma pergunta surpresa de Jesus, esperando dos discípulos uma resposta pessoal, já que compartilham de sua vida e missão. Pedro salvou a “pátria” e, num gesto iluminado, expressa seu ato de fé ao declarar a verdadeira identidade  de Jesus.  A ordem de silêncio indica que a vida do Messias está associada à cruz, o que os discípulos só foram entender à luz de Sua páscoa.
Jesus sabe que sua missão está no auge, no fim. Em breve iniciará sua caminhada para Jerusalém onde dará a vida pela humanidade. Nesses momentos decisivos de sua vida, Jesus se recolhe para profunda oração. Ele está consciente de sua missão, desejando que os discípulos informem a voz do povo, que espera dEle não um Cristo de Deus, mas um
Messias que venha salvá-los do poder romano, assim como pensam os próprios discípulos. Seus ensinamentos são contrários aos que dominam, discriminam, exploram e excluem. Por isso será perseguido e condenado de morte na cruz. O caminho da cruz revela não um Messias triunfalista, mas solidário com a vida e o sofrimento do povo, por isso a cruz aparece no centro do convite de Jesus aos seus seguidores, como renúncia de si mesmo para poder trilhar esse caminha de serviço ao Reino.
O texto define a existência Cristã com um tomar a cruz e seguir Jesus: “Pois quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la, mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á”. Morrer com Jesus significa também ressuscitar com ele. A multidão O identifica com Elias, o profeta que as lendas judaicas diziam estar junto de Deus para anunciar o momento da libertação do Povo de Deus, como um rei forte e vencedor. “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Conhecer Jesus é segui-lO nesse caminho de entrega, de doação e amor, não como um rei temporal, mas como o Rei dos Reis, o vencedor da morte.
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