12º Domingo do Tempo
Comum ÆAno C â23/06/13
& “SE ALGUÉM
QUER ME SEGUIR, RENUNCIE A SI MESMO, TOME SUA CRUZ E SIGA-ME” (Lc 9,23)
“QUEM DIZ O POVO QUE EU SOU?”
A
liturgia apresenta o caminho para a salvação: crer e confessar que Jesus é o Cristo
de Deus. Seguir
seus ensinamentos, é ser discípulo missionário a serviço da vida por amor a
Deus e aos irmãos: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo e tome a
sua cruz”. Jesus reza conosco,
como fazia com seus apóstolos, num diálogo íntimo e nos principais momentos e
acontecimentos de sua vida e missão. Ele sabe de nosso ser e agir que mostre
quem Ele é, esperando de nós consciência clara de sua divindade como exemplo às
pessoas, à comunidade e para nós mesmos. Deseja de nós como Pedro: “Tu
és o Cristo de Deus”.
Ele é o Homem de Deus, ungido pelo Espírito para anunciar a
Boa-Nova da salvação a todos os povos.Aos discípulos Ele se revela no sofrimento da Paixão, pedindo segredo até o momento oportuno. Numa sociedade em que valores e promessas ilusórios são oferecidos, somos chamados a professar, em atos e ações, uma fé viva e coerente ao Senhor Jesus. Ser batizado é revestir-se de Jesus, o Cristo de Deus. Que sejamos firmes no caminho da fidelidade ao projeto de Deus, seguindo os passos do Messias que veio nos libertar pelo amor e pelo dom da vida; que nos convida a tomar nossa cruz e fazer da própria vida um dom generoso.
A cruz é o foco do
convite de Jesus aos seus seguidores. É preciso renunciar a si mesmo e tomar a
cruz com Ele: “E vós, quem dizeis que eu sou?”
Primeira Leitura: Zacarias 12,10-11;13 Contemplarão aquele a quem transpassaram
O autor apresenta um profeta
ferido de morte que se entrega pela conversão de seu povo. Revela que a entrega
não é um caminho de fracasso, mas um caminho que gera vida nova para os outros.
João, o autor do Quarto Evangelho, identificará essa misteriosa figura
profética como o próprio Cristo. Zacarias, numa linguagem
apocalíptica, e tempo da dominação grega, mostra bons tempos para o povo,
apontando o caminho de unidade
e de salvação, com a troca da idolatria pela realeza
do Senhor Deus, através de uma profunda purificação.
O
caminho da conversão virá: pelo reconhecimento
de um Deus único e absoluto, o arrependimento dos pecados de idolatria e luta pela
permanente purificação, lembrando que em Jerusalém haverá uma fonte de graça e
oração. Uma nova vida
de graça para a casa de David e os habitantes de Jerusalém, reconhecendo seus
erros: “Olharão para mim, a quem traspassaram”.
É Deus quem elege o profeta e sua missão. Pelo batismo fomos constituídos profetas e eleitos.
Salmo Responsorial: O salmista, no deserto, procura por Deus na imagem da chuva e enche-se
de vida. A minha alma tem sede de
Vós, como a terra sedenta, ó meu Deus!
Segunda Leitura:
1Gálatas
3,26-29
Vós todos batizados em Cristo, é nEle que vos
revestistes.
O texto lembra que o cristão, de fé, é
aquele que, revestido de Jesus Cristo, renunciando o egoísmo, o orgulho, para seguir
o caminho do amor e do dom da vida. Esse
caminho faz do batizado uma família de irmãos iguais em dignidade e herdeiros
da vida em plenitude. O recado de Paulo mostra que a salvação é
fruto da promessa de Deus a Abraão, na Aliança, atingindo a plenitude com Jesus
Cristo. A lei perdeu seu sentido e a promessa se
realizou com a vinda de Jesus que, pelo batismo, nos fez filhos de Deus, como identidade cristã, para formar família
de irmãos, sem distinção de raça, classe ou sexo. Somos um só em
Jesus Cristo.
Ter comunhão com Deus é testemunhar seus gestos e seus valores divinos.
A revelação Divina de Jesus foi desabrochando na medida em que Ele
se revelava como um homem de Deus. Jesus, após a multiplicação dos pães, recolhe-se para orar e os
discípulos O acompanham. “Quem dizem as multidões que eu sou?”
Foi uma pergunta surpresa de Jesus, esperando dos discípulos uma
resposta pessoal, já que compartilham de sua vida e missão. Pedro salvou a “pátria” e, num gesto
iluminado, expressa seu ato de fé ao declarar a verdadeira identidade de Jesus. A ordem de silêncio indica que a vida do
Messias está associada à cruz, o que os discípulos só foram entender à luz de Sua
páscoa.
Jesus sabe que sua missão está no
auge, no fim. Em breve iniciará sua caminhada para Jerusalém onde dará a vida pela
humanidade.
Nesses momentos decisivos de sua vida, Jesus se
recolhe para profunda oração. Ele está consciente
de sua missão, desejando que os discípulos informem a voz do povo, que espera dEle não um Cristo de Deus, mas um
Messias que venha salvá-los do poder romano,
assim como pensam os próprios discípulos. Seus ensinamentos são
contrários aos que dominam, discriminam, exploram e excluem. Por isso será
perseguido e condenado de morte na cruz. O caminho da cruz revela não um Messias triunfalista, mas
solidário com a vida e o sofrimento do povo, por isso a cruz aparece no centro do convite de Jesus aos seus seguidores, como
renúncia de si mesmo para poder trilhar esse caminha de serviço ao Reino.
O texto define a
existência Cristã com um tomar a cruz e
seguir Jesus: “Pois quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la, mas quem
perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á”. Morrer com Jesus significa também ressuscitar com ele. A multidão O identifica com Elias, o profeta que as
lendas judaicas diziam estar junto de Deus para anunciar o momento da libertação
do Povo de Deus, como um rei forte e vencedor. “E vós, quem dizeis que Eu sou?” Conhecer Jesus é segui-lO nesse caminho de entrega, de doação e amor,
não como um rei temporal, mas
como o Rei dos Reis, o vencedor da morte.
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