1º Domingo do Advento - 02/12/2012 – Ano C
O SENHOR VAI CHEGAR: “Levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está
próxima” (Lucas
21, 28)
Na
esperança do novo ano litúrgico, o Ano da Fé, instituído pelo Papa Bento XVI,
vai de outubro de 2012 a outubro de 2013. É tempo visto pela Igreja como propício
para o redescobrimento da fé católica. O Papa deseja que todo o cristão tenha
sua convicção e sua identidade na fé católica num mundo pós-moderno.
Iniciamos
um novo ano litúrgico, ano "C" com o Evangelho de Lucas, e com ele
uma nova caminhada. Advento é tempo de meditação e de oração e, para a Igreja, momento de encontrar na
liturgia sua mística cristã. Momento
que nos aproxima da encarnação de Deus na pessoa de Jesus, criando um clima de
aproximação com Deus e com o irmão. Nesta preparação (de 02 a 16/12) salienta o aspecto escatológico e nos
orienta à espera do Messias. Tempo de espera é como a noiva vigilante à espera do amado. A liturgia nos convida a viver a esperança
na vinda do Senhor: a vinda gloriosa de Jesus, o Senhor da história, e o final dos tempos. A
segunda parte (de 17 a 24/12) nos convoca à alegre
preparação para viver o Natal, a primeira vinda de Jesus.
As
velas simbolizam as etapas da salvação, sendo a primeira, o
verde da esperança. E isso nos confronta: diante dos sofrimentos, catástrofes e guerras que dizimam
populações, a humanidade se pergunta sobre a ação de Deus, mas não se pergunta
sobre a recusa e a ação do homem. ►Sejamos barro nas mãos de Deus, o
Oleiro, para que Ele transforme nossa vida e nos ilumine da certeza da vinda do
salvador e nos
desperte com responsabilidade para a construção de um mundo novo. Como o
patrão ao se ausentar delega poderes a seus súditos, a
Igreja nos exorta à vigilância, com um
apelo aos cristãos pela fidelidade ao Senhor, ávidos por Sua vinda, como tempo especial da graça de Deus revelada em
Cristo: é como uma mulher a espera do filho que vai
nascer.
Primeira
Leitura: Jeremias 33,14-16 Farei brotar de Davi a semente da justiça.
Com a destruição de Jerusalém (587
a.C.) e a deportação para a
Babilônia, Jeremias anuncia a salvação ao povo sofrido. Ele prega o Deus fiel da
Aliança que vai se manifestar através de um descendente da família de Davi. Um
rei que fará justiça, estabelecendo bem-estar e vida em abundância a seu povo.
Jeremias,
em nome de Jahwéh, vendo o povo de Deus abatido, desolado e sem esperança, vem
proclamar a chegada de um tempo novo abundante de paz e esperança.
Desacreditado por tantas promessas, o mensageiro de Deus é acusado de profeta
da inutilidade. Jeremias insiste na fidelidade de
Deus a Davi que prometeu um descendente com poderes de paz e salvação para a casa
de Israel e casa de Judá, garantindo a seu Povo futuro
fecundo, de justiça e de bem-estar.
Como povo de Deus e católicos
comprometidos com nosso batismo, devemos mostrar, em palavras e ações, que “O
Senhor é a nossa justiça”.
Salmo Responsorial: O salmista ora com o desejo de ser
instruído em seus caminhos. Amor, justiça e fidelidade o fazem íntimo com Deus em
sua aliança. (Senhor meu Deus, a vós eleva a minha alma!)
Segunda Leitura: 1Tessalonicenses 3,12-4,2
Que o Senhor confirme os vossos corações na vinda
de Cristo.
Parece estranho a liturgia
começar falando do fim dos tempos, antes do nascimento de Jesus! É preciso, no
entanto, entender que o menino, Filho de Deus, que veio no Natal, virá de novo
e vitorioso no fim dos tempos. O desejo de Paulo
é que Deus nos conceda amor fraterno e santidade a Seus
olhos para estarmos preparados para o dia da vinda do Senhor Jesus. O
texto nos convida a fugir da mediocridade e do
comodismo, e um apelo à vivência de uma
vida cristã, comprometida com os irmãos. O amor mútuo e universal é o caminho
da perfeição, o jeito de ser do filho vigilante na espera do Senhor. Deve despontar nosso testemunho pessoal, comunitário, eclesial a
exemplo dos primeiros cristãos.
Para Paulo a caminhada cristã é uma jornada permanente que
recomeça a cada dia da vida. O cristão é aquele que não se contenta com o que
já fez, nem se acomoda. É nesta atitude que
somos chamados a viver este tempo de espera do Messias. Nessa dimensão cristã está à prática da caridade que nos
identifica com Aquele que partilhou a vida com todos, até a morte na cruz. Vivendo
a caridade podemos, como igreja, construir comunidades de irmãos que partilham juntos o amor,
mostrando o rosto de Deus que ama.
O texto nos apresenta Jesus, o Messias filho de Davi, a anunciar aos que se sentem prisioneiros: “alegrai-vos, a vossa libertação está
próxima. O mundo velho a que estais presos vai cair e, em seu lugar, vai nascer
um mundo novo, onde conhecereis a liberdade e a vida em abundância.
Estai
atentos, a fim de acolher o Filho do Homem que vos traz o projeto desse mundo
novo”. Jesus recomenda prudência por causa da indiferença aos sinais
dos tempos que faz com que a chegada do Filho de Deus caia sobre nós como uma
armadilha, por isso, nos pede vigilância e oração constante para vencer os
vícios e o pecado e permanecer puros e dignos para a presença de Jesus.
O momento dessa catequese aos discípulos acontece no final
do ministério de Cristo e nos últimos dias de Sua vida terrena, após Sua
entrada triunfal em Jerusalém, quando Ele se refere à vinda do Filho do Homem com grande poder e glória para concretizar Seu projeto de salvação e
libertação da humanidade. Suas palavras e gestos são apresentados como o resgate de um povo
prisioneira do egoísmo, do pecado, da morte para
a plenitude de um mundo novo, de alegria e de plena felicidade. Os “sinais” catastróficos apresentados
não são do fim do mundo, mas imagens utilizadas pelos profetas para falar do dia do Senhor e de Sua vinda gloriosa.
O quadro não visa criar terrorismo, mas abrir os corações à esperança,
por isso o Senhor nos convoca a vigilância. E sem essa de destruição ou fim do mundo. É
possível, sim, a destruição do planeta pelo ódio, egoísmo e guerra entre
potências gananciosas que geram miséria e sofrimento, roubando vidas e
dignidades. O alegrai-vos, pois a
vossa libertação está próxima, se cumprirá com a vinda de Jesus com
vida nova e felicidade a Seus fiéis seguidores, como uma realidade
escatológica, plenificada com Sua vitória definitiva.
Estar vigilante e preparado, como o povo
do êxodo, para acolher a salvação de Deus: é viver com os olhos aos Céus e em a oração.
Nossa libertação está próxima:
“Vem, Senhor Jesus”.
Pelo
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