O SINAL VEM DA CRUZ: AMAR OS INIMIGOS e orar pelos PERSEGUIDORES
(20/02/11)
Na sequência do Sermão da Montanha, é o convite à santidade e à perfeição: Sede santos, porque Eu, o Senhor vosso Deus, sou santo, justificando que o dia-a-dia do cristão é um caminho de conversão, exigindo compromisso radical com o Reino, onde o Senhor nos espera no final dessa jornada.
Tornar-se discípulo de Cristo é enfrentar desafios que vão além da mera utopia, mas de doações, de sacrifícios e de relações saudáveis entre irmãos. É uma caminhada de crescimento à santidade de coração, santuário vivo de Deus. Viver no amor é o meio de conviver na harmonia. Viver é conviver, por isso viver bem é gastar nossas energias no amor. Primeira Leitura – Leviticos 19, 1-2.17-18
O texto é um apelo à santidade: viver na comunhão com Deus exige perfeição que passa, também, pelo amor ao próximo, o irmão. O Levítico é um livro voltado ao culto sacerdotal, da tribo de Levi, além de preceitos e ritos a ser praticado pelo Povo e sua relação com Deus. A Lei da Santidade prescreve normas que leva o povo a ser santo e perfeito como Deus.
Santo é aquele que vive o bem no coração, sem ódio, sem rancor, cumprindo a máxima fraterna: “Amarás teu próximo como a ti mesmo”.A santidade soa estranho para os homens, como se fosse algo extraterreno. Alguém que não se mistura com os irmãos, vivendo longe dos prazeres da vida e preocupado em conquistar o seu céu à custa de renúncias e sacrifícios.
Ledo engano! Santidade exige cumprimento dos preceitos evangélicos em união com o irmão, seguindo os passos do Senhor, num compromisso fraterno. Santidade não é uma miragem, mas contínuo processo de conversão e harmonia, eliminando do coração as raízes do mal que geram ganância, egoísmo, ódio e injustiça. Salmo Responsorial - Eclesiástico 15,16-21
Bendize ò minh’alma, ao Senhor, pois ele é bondoso e compassivo!
Segunda Leitura - 1 Coríntios 3, 16-23
Paulo convida os cristãos de Corinto e de todos os lugares, a ser morada de Deus, como fonte de revelação aos homens. Convida-os a renuncia das coisas do mundo pela sabedoria Divina como dom de vida e de amor gratuito. O texto destaca a pedra fundamental do novo templo onde Cristo mantém unida a comunidade eclesial. Paulo refere-se ao Templo da nova aliança como fonte e origem da salvação.
Somos templo do Espírito Santo e morada de Deus que é Santa. Sendo santuários de Deus, cabe a nós resguardar e santificar este precioso tesouro, evitando sua destruição e o castigo Divino: “Se alguém destruir o templo de Deus, Ele o destruirá”. O autor destaca a insensatez de alguém se julgar sábio perante os homens, uma fraqueza humana, esquecendo que, diante Deus, é loucura, porque somos de Cristo e a Sabedoria é de Deus. Não significa que devemos renunciar à ciência ou ao conhecimento, mas saber ser sábios, usando os conhecimento para o bem e o engrandecimento da vida em que vivemos, seguindo os passos e desígnios do Criador. 
É dever do Cristão, como templo do Espírito Santo, ser sinal e testemunha viva de salvação diante dos homens, revelando a misericórdia amorosa desse Deus no projeto salvífico. O grupo da pastoral em que convive deve representar, na comunidade, espírito fraterno e solidário, dando testemunho de fidelidade, com gestos de amor, partilha e serviço, sem divisões ou contradições, fazendo a diferença no seu meio eclesial. Evangelho – Mateus 5, 38-48
Jesus, em sua proposta aos discípulos, os convida à santidade e à perfeição, afirmando que não veio abolir a Lei, mas levá-la à plenitude. Seu deseja é a inversão da lógica da violência e do ódio, que gera egoísmo, sofrimento e morte, pelo amor que une e não discrimina até mesmo os inimigos. O caminho do Reino é a lógica da santidade e, a lei da retribuição equitativa do “olho por olho”, por uma nova justiça e de amor solidário. 
Dignidade ou igualdade não significa submissão passiva, porque o cristão não deve ser um ingênuo, mas um sábio que sabe agir nos momentos certos. A Lei do talião pela lei do perdão, gerando amor sem distinção que reproduz, na terra, a bondade do Pai, que faz nascer o sol sobre maus e bons e cair chuva sobre justos e injustos. 
Como discípulos de Cristo, somos chamados a manifestar, em vida, a perfeição do amor que não discrimina e faz a experiência de filhos de Deus, mostrando sua bondade. Mateus se preocupa é com leis e prescrições, cumpridas mecanicamente, mas que não toca o coração e a vida.
A norma tem que expressar compromisso de intimidade com Deus. Seguir a voz de Deus, ouvindo a o coração, é trilhar o caminho da perfeição que leva à santidade. “Sede santos porque Eu, o vosso Deus, sou santo”. 
A proposta de Jesus Cristo de nunca responder na mesma “moeda” e amar até os inimigos, exige nova mentalidade de vida. Amar quem está próximo, os amigos, a pessoa íntima que nos bajula, familiar que nos rodeia, é fácil. Difícil é amar o marginal, a criança manhosa e imunda, ou aquele que nos contraria! Deus rejeita discriminação e ensina que o amor é ilimitado, universal, atingindo a todos, sem exceção, sem barreiras, sem discriminação.
Filho de Deus significa ser o Seu rosto e se parecer com Ele no modo de ser e agir, testemunhando Seu amor.
O grupo de Liturgia, como exemplo da comunidade nas celebrações, deve ser sinal de acolhida que encanta pelo encanto de servir e conviver no amor.Para sua meditação e pronunciamento:
1) A santidade é parte de minha vida: cumpro ritos e leis, participo das celebrações, faço minhas preces e participo da eucaristia, sentindo-me satisfeito. Estou correto?
2 Tenho consciência que não posso ser santo quando o amor em palavras não representar em gestos?
3 Tenho consciência que posso ser perfeito, vivendo minha vida, na indiferença com os irmãos, mas cumprindo fielmente os mandamentos?
4. No ambiente familiar, no trabalho, no círculo de amigos, na comunidade, como posso ser o rosto acolhedor e alegre de Cristo com gestos fraternos?
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Dos quesitos do 6º Domingo – algumas soluções:
A) 1) Batismo, Crisma, Ordem e Matrimônio são sacramentos de caráter indelével, portanto, indissolúveis. O adultério é uma quebra da fidelidade, conciliável.
2) Todo ato contra alguém é violar o 5º mandamento: não matar. Devemos ser solidários com o irmão, procurando amenizar seus problemas, jamais cúmplices.
3) Somos a imagem e semelhança de Deus, onde a solidariedade deve primar entre irmãos. Estender a mão e acolher o necessitado é dever mútuo.
B) 1- Reconciliação acima de tudo, separação, em último caso. (!?).
2-Claro que estas coisas negativas ferem ou matam a dignidade do irmão. Atitude certa é ajudar o irmão a vencer os problemas.
3-Sim, está ajudando a prolongar o sofrimento do irmão. Um sorriso, uma palavra amiga ou, simplesmente escutar, é um bálsamo para o irmão.
C) 1) Todo casal tem problemas de convivência que só se supera pelo diálogo. O adultério, quebra de fidelidade, cria indiferença no casal. Sem essa de alternativa!
2) A intolerância, a fofoca, o egoísmo e a calúnia é “matar”, SIM, um pouco a dignidade do irmão. Ser solidários com o irmão é dever, é obrigação.
3) Não posso ignorar o sofrimento de alguém NEM ficar indiferente a quem necessita de um gesto de bondade, de reconciliação, JAMAIS conivente com seu sofrimento..
