terça-feira, 11 de junho de 2013


11º Domingo do Tempo Comum Æ Ano C Æ 16/06/13
EU CONFESSEI O MEU PECADO E PERDOASTE, SENHOR, MINHA FALTA
A MISERICÓRDIA DIVINA DIANTE DO PECADOR.
YO AMOR DE DEUS NOS ENSINA A ACOLHER O MIGRANTE.
O centro da celebração é Cristo. Sua morte não foi em vão, inocentando-nos das culpas: nada foge ao perdão de Deus que nos ama. A fé no mistério pascal, a Eucaristia, nos leva a exclamar como Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em mim”. A liturgia revela o rosto amoroso e misericordioso de Deus, em Cristo, que nos perdoa e revela a grande graça que Deus nos oferece. Para tanto, devemos acolher com humildade o perdão gratuito do Deus, imitando a atitude da mulher pecadora que se doou, foi perdoada e muito amou. Os textos apresentam três figuras libertadas pela misericórdia de Deus: Davi e seu grande pecado que arrependido e movido pela bondade de Deus, abriu seu coração; a pecadora que não desperdiça a graça recebida e, por amor, unge os pés de Jesus;  e Paulo que se sente crucificado com Cristo, não pela Lei, mas pela fé. Está em nossas mãos a decisão sobre nossa vida: optar pelo caminho certo que nos liberte do pecado que nos escraviza ou seguir nossos instintos de “liberdade” que desvia do caminho da graça.
O Deus bondoso e misericordioso detesta o pecado, mas ama o pecador e oferece salvação. Abraçar esse amor é viver uma vida nova para integrar a família Divina.
Primeira Leitura: 2Samuel 12,7-10.13  
O Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás!
O texto apresenta, nos erros de Davi, um Deus que, rejeitando o pecado, não abandona esse pecador que, reconhecendo a sua falta, aceita o dom da misericórdia. Deus lhe deu o reino de Israel e Judá, bens, mulheres e poderes, mas Davi usa desse poder em proveito próprio, desrespeitando o Senhor que o reprova. Pelas injustiças de Davi contra Urias, a palavra suscita sua conversão para entrar na dinâmica do amor de Deus e na prática da justiça. O abuso que Davi fez do poder se resume no crime e no adultério. Mata Urias para ficar com sua mulher, violando dois mandamentos de Deus: assassinato e cobiça da mulher do próximo. À luz da palavra de Deus que ilumina os fatos da vida, faz com que o rei se conscientize de seus pecados, enxergue sua pequenez perante a graça e a grandeza do perdão que o envolve com sua graça: pede perdão de seus pecados. Deus o perdoa.
Catequese: apesar de nossos pecados, a misericórdia de Deus não nos abandona e nos abre o caminho para nova vida.
Salmo Responsorial: O salmista nos convida a louvar o Senhor que perdoa sempre. Eu confessei, afinal, meu pecado e perdoastes, Senhor, minha falta.
Segunda Leitura: Gálatas 2,16.19-21 Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim.
Para Paulo a salvação é dom gratuito de Deus, não conquista humana. Usufruir desse dom não significa cumprir ritos e viver na observância escrupulosa de leis positivas, mas abraçar a mensagem de Jesus é identificar-se com o Seu amor e serviço que conduza à vida plena. O texto nos ensina a distinção entre a lei humana (a de Moisés) e a graça Divina: a Lei é a norma do mérito de quem a cumpre para se justificar perante os homens, não perante Deus, cujo único caminho da salvação é a fé em Jesus Cristo, crucificado e morto pela salvação da humanidade. “Se a justiça vem pela Lei, Cristo morreu em vão”, sintetiza Paulo que foi um com Cristo. Resumindo: acreditar na salvação por méritos do fiel cumpridor da Lei é elevar a norma acima dos ensinamentos de Cristo – é o puro farisaísmoÆA Lei não salva ninguém. Somente Cristo salva: “Eu sou o caminho, a verdade, a vida”. Somos justificados por Cristo e não pelas obras da Lei.
O fiel discípulo não deixa de ser um homem frágil, mas na sua fraqueza experimenta a força de Cristo a serviço do irmão. Cristo é o único essencial.
Evangelho: Lucas 7,36-8,3
Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados porque ela mostrou muito amor.
Síntese do texto: Um fariseu (Simão) convida Jesus para uma refeição, omitindo as atenções devidas a um convidado ilustre: lavar os pés, beijo de saudação, unção na cabeça. Certa mulher, sabendo do ilustre visitante, vai até o local e realiza esses gestos de acolhimento e gratidão ao convidado. Simão deseja, apenas, conhecer Jesus e satisfazer sua curiosidade. A mulher, com sua generosidade e talento de amor, deseja agradá-LO, experimentando a graça do perdão e do amor de Deus, que a acolhe e salva gratuitamente através das palavras e gestos de Jesus. Simão ficou pensativo: “Se este homem fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora”. Jesus, lendo seus pensamentos, dá-lhe do devido ensinamento, através do credor e seus dois devedores.
A história do credor ilustra a misericórdia de Deus. A dívida dos dois devedores era inversamente proporcional capacidade de cada um: quinhentos por cinquenta, digamos o equivalente a um mês de salário  de um e do outro 10 meses. O valor alto da dívida dificultava o pagamento. Simão, fariseu convicto para quem só a lei salva e, apesar de sua origem arrogante e prepotente, foi coerente na resposta dada a Jesus: quem ama mais, perdoa mais.  Diante do amor infinito do Pai que envia seu filho ao mundo para salvá-lo, resta ao homem o amor generoso. Jesus volta-se para a mulher e diz a Simão: ela mostrou muito amor, você, apenas me recebeu! “Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor”. E dirigindo-se à mulher, disse-lhe: Tua fé te salvou. Vai em paz. Saliente-se que: Jesus não tem preconceito contra ninguém, contra a mulher ou os pecadores, nem contra o fariseu, Simão, pois aceita o convite do jantar em sua casa. Chama a todos a fazer parte de sua família.
Jesus revela o rosto misericordioso e amoroso do Pai e oferece o perdão como caminho de libertação. A exclusão, a marginalização afasta, sufoca  â O amor, a misericórdia gera vida nova.
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