11º Domingo do Tempo Comum Æ Ano C Æ 16/06/13
† EU CONFESSEI O MEU PECADO E PERDOASTE, SENHOR,
MINHA FALTA †
A MISERICÓRDIA
DIVINA DIANTE DO PECADOR.
YO AMOR DE DEUS NOS ENSINA A
ACOLHER O MIGRANTE.
O centro da celebração é Cristo. Sua
morte não foi em vão, inocentando-nos das culpas: nada
foge ao perdão de Deus que nos ama. A fé no mistério pascal, a
Eucaristia, nos leva a exclamar como Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu quem vive, é Cristo que vive em
mim”. A liturgia revela o rosto amoroso e misericordioso de Deus, em
Cristo, que nos perdoa e revela a grande graça que Deus nos oferece. Para
tanto, devemos acolher com humildade o perdão gratuito do Deus, imitando a
atitude da mulher pecadora que se doou, foi perdoada e muito amou. Os textos apresentam três figuras libertadas
pela misericórdia de Deus: Davi e seu grande pecado que arrependido e movido
pela bondade de Deus, abriu seu coração; a pecadora que não desperdiça a graça
recebida e, por amor, unge os pés de Jesus; e Paulo que se sente crucificado com Cristo,
não pela Lei, mas pela fé. Está
em nossas mãos a decisão sobre nossa vida: optar pelo caminho certo que nos
liberte do pecado que nos escraviza ou seguir nossos instintos de “liberdade” que
desvia do caminho da graça.
O Deus bondoso e misericordioso
detesta o pecado, mas ama o pecador e oferece salvação. Abraçar esse amor é
viver uma vida nova para integrar a família Divina.
Primeira Leitura: 2Samuel 12,7-10.13
O Senhor perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás!
O texto
apresenta, nos erros de Davi, um Deus que, rejeitando o pecado, não abandona
esse pecador que, reconhecendo a sua falta, aceita o dom da misericórdia. Deus lhe deu o reino de Israel e Judá, bens, mulheres e poderes,
mas Davi usa desse poder em proveito próprio, desrespeitando o Senhor que o
reprova.
Pelas injustiças de Davi contra Urias,
a palavra suscita sua conversão para entrar na dinâmica do amor de Deus e na
prática da justiça.
O abuso que Davi fez do poder se resume no crime e no adultério. Mata Urias
para ficar com sua mulher, violando dois mandamentos de Deus: assassinato
e cobiça da mulher do próximo. À luz da palavra de Deus
que ilumina os fatos da vida, faz com que o rei se conscientize de seus
pecados, enxergue sua pequenez perante a graça e a grandeza do perdão que o
envolve com sua graça: pede perdão de seus pecados. Deus o perdoa.
Catequese: apesar de
nossos pecados, a misericórdia de Deus não nos abandona e nos abre o caminho
para nova vida.
Salmo
Responsorial: O salmista nos convida a louvar o Senhor que perdoa sempre.
Eu
confessei, afinal, meu pecado e perdoastes, Senhor, minha falta.
Segunda Leitura: Gálatas 2,16.19-21 Eu vivo, mas não eu, é Cristo que vive em mim.
Para Paulo a salvação é dom gratuito de
Deus, não conquista humana. Usufruir desse dom não significa cumprir ritos e
viver na observância escrupulosa de leis positivas, mas abraçar a mensagem de
Jesus é identificar-se com o Seu amor e serviço que conduza à vida plena. O texto nos ensina a distinção entre a lei
humana (a de Moisés) e a graça Divina: a Lei é a norma do
mérito de quem a cumpre para se justificar perante os homens, não perante Deus,
cujo único caminho da salvação é a fé em Jesus Cristo, crucificado e morto pela
salvação da humanidade. “Se
a justiça vem pela Lei, Cristo morreu em vão”, sintetiza Paulo que foi um com Cristo. Resumindo: acreditar na salvação por méritos do fiel cumpridor da
Lei é elevar a norma acima dos ensinamentos de Cristo – é
o puro farisaísmoÆA Lei não salva ninguém. Somente Cristo salva:
“Eu sou o caminho, a verdade, a vida”. Somos justificados por Cristo e não pelas
obras da Lei.
O fiel discípulo não deixa de ser um homem
frágil, mas na sua fraqueza experimenta a força de Cristo a serviço do irmão. Cristo é o único essencial.
Evangelho: Lucas 7,36-8,3
Os muitos pecados que ela cometeu estão perdoados
porque ela mostrou muito amor.
Síntese do texto: Um fariseu
(Simão) convida Jesus para uma refeição, omitindo as atenções devidas a um
convidado ilustre: lavar
os pés, beijo de saudação, unção na cabeça. Certa mulher, sabendo do ilustre
visitante, vai até o local e realiza esses gestos de acolhimento e gratidão ao convidado. Simão deseja, apenas, conhecer Jesus e
satisfazer sua curiosidade. A mulher, com sua generosidade e talento
de amor, deseja agradá-LO, experimentando a graça do perdão e do amor de Deus,
que a acolhe e salva gratuitamente através das palavras e gestos de Jesus. Simão ficou pensativo: “Se este homem
fosse profeta, saberia que a mulher que O toca é uma pecadora”. Jesus, lendo seus pensamentos, dá-lhe do devido ensinamento,
através do credor e seus dois devedores.
A
história do credor ilustra a misericórdia de Deus. A dívida dos dois devedores
era inversamente proporcional capacidade de cada um: quinhentos por cinquenta,
digamos o equivalente a um mês de salário de um e do outro 10 meses. O valor alto da
dívida dificultava o pagamento. Simão, fariseu convicto para quem só a
lei salva e, apesar de sua origem arrogante e prepotente, foi coerente na
resposta dada a Jesus: quem ama mais, perdoa mais. Diante do amor infinito do Pai que
envia seu filho ao mundo para salvá-lo, resta ao homem o amor generoso. Jesus volta-se para
a mulher e diz a Simão: ela
mostrou muito amor, você, apenas me recebeu! “Aquele a quem se perdoa pouco mostra pouco amor”. E dirigindo-se à mulher, disse-lhe: Tua fé te salvou. Vai em paz. Saliente-se que: Jesus não tem preconceito contra ninguém, contra a mulher ou
os pecadores, nem contra o fariseu, Simão, pois aceita o convite do jantar em
sua casa. Chama a todos a fazer parte de sua família.
Jesus revela o rosto misericordioso
e amoroso do Pai e oferece o perdão como caminho de libertação. A exclusão, a marginalização afasta, sufoca â O amor, a misericórdia gera vida nova.