A SALVAÇÃO É DOM DE DEUS PARA TODOS
Dia dos Pais e Início da Semana Nacional da Família.
“Como Família, pessoa e sociedade”, os pais são convidados a viver essa vocação como dom de amor que protege e cuida da vida dos filhos, educando-os no caminho do Senhor e para a vida.
A Semana Nacional da Família faz parte do calendário católico do Brasil. Com início em 1992 e resposta a “grita” por solução e desejo de se fazer alguma coisa em defesa e promoção da família, a semana que segue o dia dos pais, em agosto, o mês vocacional, é celebrada a Semana Nacional da Família. O Papa Bento XVI, em sua oração inaugural da V Conferência em Aparecida (2007), rezou pedindo para que as nossas famílias “continuem a ser um berço onde nasce a vida humana abundante e generosa, onde se acolhe, se ama, se respeite a vida desde a sua concepção até ao seu fim natural”
Primeira Leitura: Isaías 56,1.6-7
No contexto da volta do exílio, o povo de Deus passa por um período difícil, não sendo fácil a tarefa de reconstruir. O país arruinado com cidades em ruínas faz com que os mais afortunados se aproveitem dos pobres e humildes. O ambiente é propício a desconfiar dos planos de Deus, levando à prática de idolatrias. A essa comunidade desiludida e decepcionada, o profeta anuncia que está para chegar um novo tempo, convidando o povo de Israel a superar as lembranças amargas do povo que o escravizou e a se voltar para Deus e na reconstrução do Templo. Acrescenta que a casa do Senhor será uma casa de oração para todos os povos, porque Jahwéh garante a seu Povo uma nova era, na qual vai ser revelada a salvação de Deus.
Por outro lado, o egoísmo, medo e conflitos provocam ameaças, racismo e xenofobia que levam a nos fechar desse convívio construtivo e fraterno, no entanto, nosso Deus nos convida a abrir o nosso coração à universalidade, à diferença e que os diferentes, na cor de pele, outras línguas, outros valores ou outra religião, sejam irmãos nossos, que devemos acolher com solidariedade.
Salmo Responsorial: Salmo 67 (66
O salmista, ao contemplar a benevolência de Deus sobre a terra, deseja que todas as nações louvem e reconheçam o dom universal da salvação.
Segunda Leitura: Romanos 11,13-15.29-32
Deus é misericordioso para com todos, por isso Paulo prega a conciliação entre pagãos e judeus. A salvação não é privilégio de uma raça ou nação, mas dom gratuito de Deus e que seu perdão se derrame sobre todos, incluindo Israel que O rejeitou. Deus, no entanto, respeita a opção dos homens, mas não desiste de propor, sempre e a todos os seus filhos, novas oportunidades de acolher essa salvação que Ele oferece. Oportunamente, Paulo retoma a reflexão sobre o Povo da promessa, Israel, que recusou a salvação e que o faz sofrer, mas tem esperança na salvação do povo de sua raça, graças à promessa Divina. Na recusa de seu povo, o evangelho é levado aos gentios, sugerindo que Deus escreve direito por linhas tortas.
Evangelho: Mateus 15,21-28 - Mulher, grande é a tua fé!
A mulher, desejando ser incluída na bênção oferecida por Deus a toda humanidade, implora, de joelhos, pelo socorro do Mestre, reconhecendo sua divindade. Na dura comparação com os cães, a mulher confia na mesa messiânica onde há alimentos, também, para os excluídos. Jesus, vencido pela fé da mulher, derruba as fronteiras do messianismo, e atende seu pedido consciente da existência de muitas ovelhas sem pastor.
O contraste está na recusa da comunidade judaica em ambarcar na aventura do Reino, enquanto a mulher pagã implora sua inclusão neste Reino. Jesus aparenta insensibilidade ao apelo da mulher em “socorre-me, Senhor”, ao dizer que “o pão dos filhos não devem ser lançados aos cães”. Será que Ele deseja cumprir uma missão exclusiva? Jesus deseja, sim, contrariar a atitude ridícula na discriminação dos pagãos e demonstra que eles são bens dignos do Reino, concluindo na fé da cananeia: “Mulher, grande é a tua fé. Faça-se como desejas”, desejando que a salvação seja destinada a quem tem o coração aberto aos dons de Deus. O texto mostra que a proposta de Jesus é para todos e que a comunidade de Jesus, sua Igreja, seja uma comunidade universal, sendo decisiva a fé e adesão a Deus e sua proposta de salvação.
Podemos questionar, quem é o verdadeiro cristão para se tornar membro da Comunidade de Jesus? Está na resposta da cananeia: é quem aceita a proposta salvífica de Jesus, aderindo a seu Evangelho. Comunidade cristã não é elite e independe de raça, cor ou visibilidade social. A única visibilidade exigida é a fé. O contraste da cananeia com a elite judaica está na rejeição ao plano de Deus que eles conhecem, mas o orgulho os afasta pois se consideram o povo santo e eleito de Deus. Assim, o verdadeiro cristão é aquele que, diante de Deus, apresenta-se com humildade e simplicidade, acolhendo Seus Dons e a graça da salvação. Da mesma forma, a Igreja nascida de Jesus deve ser uma porta aberta todos, sem distinção, sob qualquer forma ou pretexto.
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