Assunção de Nossa Senhora, 21 /8//2011

O TODO-PODEROSO FEZ GRANDES COISAS EM MEU FAVOR E ELEVOU OS HUMILDES

Dia das Vocações Religiosas - Maria perto de nós

Eis que: “Doravante todas as gerações me chamarão bem-aventurada, porque o Todo-Poderoso fez grandes coisas em meu favor”.

Festejamos uma das festas mais populares à Maria, Nossa Senhora da Glória, como sua total glorificação, elevada aos céus, no encerramento da Semana da Família. Lembramos, também, os irmãos e irmãs consagrados que, inspirados na Mãe de Deus e nossa Mãe, doam suas vidas a serviço do Reino. Com Maria proclamamos as maravilhas operadas em nós no amor a seu Filho, por isso, o coração  humano palpita Deus. 

Ela antecipa o que vai acontecer a todos nós no final dos tempos, na ressurreição. Paulo nos diz que Cristo foi o primeiro a ressuscitar, seguindo-O os que a Ele pertencem. Maria canta que o Poderoso fez grandes coisas em seu favor e a Igreja crê, desde o princípio, que a Imaculada Conceição e Assunção ao céu foram duas dessas grandes coisas.

Maria e Isabel ligam duas anunciações com os dois nascimentos: João Batista e Jesus Cristo. Maria, prestativaa, dirige-se à casa de Zacarias e a presença do Salvador em seu seio faz exultar de alegria, chamando o Precursor antes do nascimento, como os profetas antigos. Num louvor profético, Isabel reconhece a felicidade de Maria que acreditou nas palavras do Senhor. Maria, a cheia de graças, engrandece o Senhor, louvando a Deus Salvador por agir na história. Ela dá glórias ao Deus misericordioso que socorre seu povo oprimido, cumprindo as promessas feitas desde o tempo dos patriarcas. É a realização da fé de Abraão no Messias, o filho de Maria e José, n’Aquele que enche de bens os famintos e de esperanças os excluídos. É a vitória do Ressuscitado, anunciado no canto de Magnificat.

Primeira Leitura: Apocalipse 11,19a;12,1.3-6a.10ab - Apareceu no céu um grande sinal.

João revela a visão que teve: uma mulher vestida de sol, com a lua sob seus pés e uma coroa de 12 estrelas, estava para dar à luz ao Filho que veio para governar todas as nações. O texto associa a mulher, a vestida de sol, a todo o povo de Deus, o novo Israel que é a Igreja, Corpo de Cristo. Ambos são vítimas da perseguição do dragão, o demônio, símbolo terrificante. O menino é o Messias. Maria deu à luz e a Igreja é a manifestação do Messias ao mundo. Seu nascimento é o do batismo que deve dar à terra uma nova humanidade. O mistério da Virgem se insere no mistério da Igreja e o ilumina.

A imagem da Arca da Aliança lembra a Vigem. O menino: Estava grávida e gritava dores de parto.  O Dragão é o perseguidor que põe tudo em ação para destruir este recém-nascido. Mas o destruidor não terá a última palavra, pois o poder de Deus veio proteger o seu Filho. O livro do Apocalipse foi escrito em época de perseguições que se abatiam sobre a jovem Igreja, ainda frágil. O Autor evoca estes acontecimentos numa linguagem codificada, em que os animais terríveis designam os perseguidores. As visões do Apocalipse se apresentam em linguagem misteriosa, revelando que Deus tira da morte seus fiéis. Por transposição, a visão, o sinal grandioso pode ser aplicado a Maria. Que lugar ocupa Maria em nossa vida e que sinal Ela representa em nós? Maria deu Jesus à luz do mundo. Nós também damos?

Salmo Responsorial: 45 (44)

O salmo, na tradição judaica e cristã, refere-se às núpcias do Rei Messias com seu povo.

Segunda Leitura: 1Coríntios 15,20- 27ª –

Entregará a realeza a Deus-Pai, para que Deus seja tudo em todos

Paulo proclama que Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram. Como Cristo venceu a morte, também todos os que, pela fé, n’Ele se unem, serão vitoriosos e reviverão. Sua glória resplandece na humanidade redimida que o segue com fidelidade, como fez Maria. A Assunção é uma forma privilegiada de Ressurreição. Tem a sua origem na Páscoa de Jesus e manifesta a emergência de uma nova humanidade, em que Cristo é a cabeça, como novo Adão.

Maria participa da plenitude da glória do Senhor como coroamento de sua fidelidade. Ela nos ensina a confiar e buscar a salvação em seu filho, construindo um mundo novo de amor e solidariedade, libertos da auto-suficiência, do orgulho e de todas as formas de poder e opressão. O capítulo 15 do texto é uma longa tese da ressurreição e a passagem escolhida para a festa da Assunção (não evoca Maria, mas coloca-A em lugar eminente) nos apresenta uma espécie de genealogia da ressurreição e como participar neste grande mistério. O primeiro é Jesus, o princípio da nova humanidade, por isso o apóstolo o designa como o novo Adão, que se distingue do primeiro que levou a humanidade à morte, ao passo que o novo Adão conduz aqueles que o seguem para a vida.

Evangelho:  Lucas 1,39-56
Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha visitar-me?

Dois momentos importantes são ressaltados por Lucas: a) Mostra Maria se dirigindo apressada para socorrer Isabel, passando por caminhos difíceis na região montanhosa da Judéia, o que não serviu de obstáculo para desistir. Maria corajosamente vence todas as barreiras. b) Mostra nas palavras de Maria Seu caráter como num “Raio X” de como é seu coração: “Ele olhou para a humildade de sua serva”.. Maria, obediente e desapegada dos bens materiais é o Modelo de Humildade que é a causa da Sua grandeza. Humilhou-se a ponto de reconhecer sua insignificância e o seu nada, como Ela própria dizia: “Eis a escrava do Senhor!”

Por tudo isso, o Senhor a exaltou a mais alta dignidade, como a bendita entre todas as gerações. Maria sentiu a bondade de Deus e seu imenso amor ao escolhê-la para Mãe de seu próprio Filho. Ela, uma jovem pobre, desconhecida e moradora de lugar desconhecido. Deus poderia ter escolhido uma rainha para mãe de Seu Filho.  Escolheu, sim! Deus deu à Maria uma realeza jamais encontrada em rainhas. O Salvador do mundo e Filho de Deus tinha que ter uma Mãe pura e majestosa. Por isso, Maria é a mais bela e perfeita criatura. A Assunção de Maria é uma prova da misericórdia divina.

Maria, glorificada na Assunção, é a imagem e o modelo da criatura salva, liberta e perfeita. A Assunção da Mãe de Deus, a união entre o céu e a terra, é uma amostra das maravilhas que Deus preparou para seus filhos e é uma pequena amostra do que está reservado para os humildes servos do Senhor. Ela foi elevada aos céus. Alegremo-nos, pois o Senhor, sempre misericordioso, eleva os humildes e sacia de bens os famintos, despedindo os ricos de mãos vazias. Que Ele liberte nosso coração para acolhê-lo e anunciá-lo, sem medo, abrindo o nosso coração às pessoas necessitadas.

O cântico de Maria descreve o programa que Deus realiza desde o começo, prosseguindo n’Ela, e se cumpre agora na Igreja, para todos os tempos. Pela visitação que teve lugar na Judéia, Maria conduzia Jesus pelos caminhos da terra. Pela Assunção, é Jesus que leva sua mãe pelos caminhos celestes, para o templo eterno e definitivo. 

Cumpre-nos proclamar, com Maria, a obra grandiosa de Deus, que chama a humanidade a se juntar a Ele pelo caminho da ressurreição. Em Maria, Ele já completou sua obra “dispersou os soberbos, exaltou os humildes”. Os humildes são aqueles que crêem no cumprimento das palavras de Deus e se põem a caminho; são aqueles que acolhem até ao mais íntimo do seu ser a Vida nova, que é Cristo, para anunciá-lo a seus irmãos, carente dessa boa notícia. Deus se debruça sobre eles e cumpre neles maravilhas.

“A glória dos filhos são seus pais” (Pr 17,6;), por isso, é certo que Deus quis glorificar Seu Filho humanado, também, pelo nascimento de uma Mãe toda pura.

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