EM NOSSAS DIFICULDADES, JESUS ESTENDE A MÃO E NOS AMPARA
“coragem! sou eu! não tenhais medo!”
A liturgia tem como tema fundamental a revelação de Deus, em Jesus Cristo, que aposta percorrer, de mãos dadas com os homens, os caminhos da história. Jesus envia os discípulos aos povos necessitados/famintos do pão e da fé, enquanto vai ao encontro do Pai, mostrando que missão é gêmea da contemplação, que sem oração não se faz a travessia com segurança. Jesus socorre os discípulos na dificuldade da missão, dos ventos e tempestades, revelando sua autoridade sobre as forças adversas. A fé na palavra do Mestre os leva a caminhar confiantes sobre as águas para não afundar e, quem vacila, afunda como Pedro, mas Jesus lhe estende a mão para socorrê-lo e superar a falta de fé.
Primeira Leitura: 1 Reis 19,9a.11-13a Permanece sobre o monte na presença do Senhor
Primeira Leitura: 1 Reis 19,9a.11-13a Permanece sobre o monte na presença do Senhor
Elias faz a experiência de Deus no monte Horeb, onde Ele se revelou a Moisés. Essa revelação de Deus, como uma brisa mansa, é o caminho de fidelidade à aliança, de amor e serviço, sem força ou violência. O povo é convidado voltar às origens da fé e à comunhão com Deus, com humildade e simplicidade, sem espectáculos. Houve no país, por razões comerciais e influência religiosa, aumento de lugares sagrados, mas com deuses estranhos, causando insatisfação a cúpula religiosa de Israel, o que leva Elias a se levantar contra tais desvios de fé, já que, por causa dos profetas de Baal, contra ele paira promessa de morte.
Salmo Responsorial: A salvação está perto de quem teme o Senhor
Segunda Leitura: Romanos 9,1-5 Eu desejaria ser segregado em favor de meus irmãos
O texto apresenta o Deus fiel que vem ao encontro dos homens e revela seu rosto de amor e de bondade, oferecendo a todos uma proposta de salvação.
Paulo nos alerta a ouvir a voz de Deus sem perder de vista a salvação que Ele nos oferece, e que nenhuma força impeça a realização de Seu plano de amor em nós, manifestada em Cristo. Com razão e tristeza, desejando até ser excluído, Paulo fala de sua gente, povo eleito de Deus que, apesar da adoção como filhos, alianças e leis, cultos e tudo que diz respeito ao principal descendente, Cristo, o bendito do Pai, recusou essa salvação. Israel, que foi adotado por Deus, o Povo da Aliança, das promessas e dos que ouviram sua voz, é o Povo do qual nasceu o Messias e que Paulo tem convicção de que a misericórdia de Deus vai se derramar sobre esse Povo.
O texto apresenta o Deus fiel que vem ao encontro dos homens e revela seu rosto de amor e de bondade, oferecendo a todos uma proposta de salvação.
Evangelho: Mateus 14,22-33 – Manda-me ir ter contigo sobre as ondas
O Senhor se recolhe ao diálogo com o Pai, enquanto os discípulos navegam à noite e em mar agitado que os deixam inquietos, com a ausência do Mestre. Mateus se refere à comunidade em transição,
mergulhada em trevas e insegurança, navegando na história sem saber exatamente o roteiro perfeito, somado às ondas de hostilidades a que estão sujeitas, além dos ventos contrários das oposições e rejeições ao projeto de Jesus. Os discípulos, em consequência, se sentem perdidos e desanimados, incapazes de enfrentar as tempestades que se lançam contra eles. É ai que Jesus manifesta sua força, caminhando sobre essas ondas, acalma a tempestade, mostrando o quanto zela pelo seu Povo.
“Sou Eu, coragem, não temais!”, deixa os discípulos tranquilos e a certeza de nada lhes
acontecer com o socorro do Mestre, vencendo as forças da morte e as ondas da opressão que os acompanha na história. Na cena única de Mateus, Pedro, eufórico, implora ao Mestre: “Senhor, se és Tu, manda-me ir ter contigo sobre as águas”. Atendido, anda sobre as ondas, mas, assustado com o vento, afunda e Jesus o socorre, recebendo a censura pela pouca fé. Pedro é o porta-voz do grupo que navega no barco (a Igreja), refletindo fragilidades sempre que enfrentam ondas do mundo hostil, forças opressivas do egoísmo, injustiças e perseguições. Os discípulos oscilam entre a confiança em Jesus e o medo. Jesus, no entanto, está sempre presente, estendendo a mão para que não submirjam e tenham fé.
O “Tu és verdadeiramente o Filho de Deus”, resume a fé que os verdadeiros discípulos sentem, em Jesus, o Deus que vence o mar, como Senhor da vida e da história, acompanhando os seus. Como discípulos, somos chamados a confiar na presença do Senhor, que nos torna aptos a travessia para anunciar a mensagem do Reino na outra margem. E, assim, guiados pela palavra de Jesus, possamos fazer de nossas quedas e fracassos o caminho para crescer na fé, porque o Senhor nos revela a bondade de sua salvação, apesar de nossas fragilidades e temor das ondas.
Ele está no meio de nós! Vamos renovar a nossa fé e, convictos, confessar que Jesus é o Filho de Deus. Fazer da mesa da fraternidade, da Palavra e da Eucaristia a força para enfrentar as tempestades que nos impedem de ver claramente o Senhor da vida.
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