QUARESMA: COMVERSÃO PARA A VIDA
Primeira Leitura – Gênesis 2,7-9;3,1-7
O Gênesis, livro histórico e teológico-catequético, de estilo colorido, imagens sugestivas e fortes, foi escrito presumivelmente no tempo do Rei Salomão. Narra a origem do mundo, da vida e do homem em posição privilegiada, de forma simbólica, com conclusões teológicas, para catequizar o Povo de Deus.
O texto mostra a finidade da vida, na sua característica de origem, acrescida do sopro de Deus: a origem, significando o zelo de Deus na criação do homem. ”Pulvis est et in pulveris reverteris” - “És pó e em pó hás de retornar”. É o nosso destino, em consequencia do pecado. No entanto, o homem foi criado e colocado num jardim para ser feliz em comunhão com Deus. Não passou na prova de fidelidade.
Temos consciência de que Deus, nossa origem e fim, nos criou por amor e para viver em comunhão com Ele. Ele respeita nossa liberdade, não exigindo nada de nós. A resposta é nossa, viver a comunhão com Deus ou com os interesses e prazeres oferecidos pelo mundo do egoísmo e da ganância.
Salmo Responsorial - Tende compaixão de nós, Senhor, porque somos pecadores.
Segunda Leitura – Romanos 5,12-19
O apóstolo nos propõe dois exemplos: Adão, o homem que escolhe ignorar a proposta de Deus e decidir por seu caminho da salvação e da vida “plena”; e Jesus Cristo, o homem da proposta de Deus, vivendo em obediência ao Pai. O esquema de Adão gera o egoísmo, sofrimento e morte e o de Jesus gera a vida plena e definitiva. O antagonismo entre a humanidade pecadora e Jesus Cristo nos lembra que onde se multiplica o pecado, a graça transborda, gerando vida em abundância. A carta de Paulo coincide com crises entre os cristãos e judeus, por influência pagã, cada um dando seu “pitaco” sobre a salvação, o que ameaça a unidade da Igreja. O intuito de Paulo é criar a unidade da revelação e da salvação, mostrando que é através de Jesus Cristo que a vida de Deus chega aos homens e que se faz oferta de salvação para todos, bastando o sim de cada um.
O autor, para atingir seu objetivo, utiliza um jogo de oposições entre Adão (que prescinde de Deus - segue o caminho da morte) e Jesus (a luz do Pai – o caminha da vida). É a conseqüência geradora do pecado original, sendo Cristo o portador de um caminho novo de comunhão com Deus e de vida plena.
O mundo, no entanto, nos apresenta outros caminhos, ensinando que só nós nos realizamos e por nós mesmos, definindo nosso destino. Quando o homem tenta construir sua vida à margem de Deus, pelo egoísmo e prepotência, destruindo a natureza e as pessoas humildes, a história mostra sofrimento e morte.
Segunda Leitura – Romanos 5,12-19
O mundo, no entanto, nos apresenta outros caminhos, ensinando que só nós nos realizamos e por nós mesmos, definindo nosso destino. Quando o homem tenta construir sua vida à margem de Deus, pelo egoísmo e prepotência, destruindo a natureza e as pessoas humildes, a história mostra sofrimento e morte.
O Evangelho apresenta o exemplo de Jesus. Ele recusou viver a vida à margem de Deus e de seus projetos. A narrativa das tentações de Jesus, seguida de Seu Batismo, é o prenuncia de Sua vida pública. Jesus recebeu o Espírito Santo para poder afrontar e vencer a tentação que O convida a subverter a proposta do Pai. A cena é cinematográfica, revelando Jesus sendo conduzido pelo Espírito ao deserto para enfrentar o demônio, após 40 dias de jejum e oração.
Jesus poderia ter escolhido três caminhos para seu prestígio pessoal: a prioridade pelo ter, o êxito por grande gesto e ser aclamado, ou o caminho do poder e do domínio. As tentações aqui apresentadas são as três faces de uma única tentação que é a de prescindir de Deus e de escolher o caminho fácil, fugindo dos planos de Deus.
Jesus nos deu o tom de sua opção fundamental de seguir a vontade do Pai. O “nem só de pão vive o homem”, “não tentarás o Senhor, teu Deus” e “adorarás o Senhor teu Deus e só a ele servirás”- resumindo toda a doutrina que combate a ambição humana. Somente o Pai é o absoluto, é o poder e só Ele deve ser adorado.
Para sua meditação e pronunciamento (se desejar):
a) O que é decisivo na minha vida: as propostas de Deus, ou os meus projetos pessoais?
b) O que domina o homem moderno que prescindiu de Deus?
b) O que domina o homem moderno que prescindiu de Deus?
c) Deixar-se seduzir pelos bens materiais, no jeitinho do “ter mais”, é seguir o caminho de Jesus?
d) Zelar pelo próprio conforto, fechar-se à partilha e esbanjar em prazer e supérfluo é uma atitude sadia?
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