*O QUE IMPORTA É FAZER E NÃO, APENAS, FALAR!*
(06/03/11) Para ser santo e entrar no Reino dos céus, não basta ser bom orador e dizer palavras bonitas de adesão ao Senhor. O fiel é aquele que une fé e vida na prática, produzindo frutos de boas obras,sendo coerente com o que professa. Jesus nos alerta: “Nem todo aquele que diz ‘Senhor, Senhor’, entrará nos Céus, mas, sim, aquele que faz a vontade de meu Pai”. Nosso desafio é unir teoria com prática e viver uma fé autêntica, amando a Deus e ao próximo.
A liturgia nos convida a construir a vida sobre o alicerce firme da Palavra de Deus. Deus estando no centro da vida, Ele dá forma aos sentimentos e ações do homem que caminha, com segurança, na formação plena de sua vida. É preciso cumprir os preceitos e viver de acordo com os valores propostos nas bem-aventuranças. O grito, Senhor! Senhor! É uma aclamação litúrgica que expressa fé de uma comunidade reunida em oração.
Assim deve ser o exemplo de uma equipe celebrativa, agindo com fidelidade em suas ações e que a fé seja integrada com posições de vida que encante pela alegria transformadora, como as que foram reveladas ao longo da liturgia, demonstrando que a justiça de Deus vem para todos, pela fé em Jesus Cristo.
Primeira Leitura – Deuteronômio 11,18.26-28.32
Ponho diante de vós a bênção e a maldição! Quem diz ter fé na Palavra e não a põe em prática, não é homem de fé. Neste sentido, no Antigo Testamento, a palavra de Deus alertava o povo para a fidelidade ao Senhor e, Moisés, no seu discurso, mandava gravar a palavra do Senhor no coração e diante dos olhos. Assim, o povo acolhe e escolhe o caminho da bênção, seguindo com fidelidade os mandamentos.
O Deuteronómio é o livro da Aliança (622 a.C.) que dita os fundamentos da existência de um só Deus, como ensino teológico, e que Deus elegeu Israel, seu único povo, fazendo uma aliança eterna. Moisés, no seu testamento espiritual, lembra o povo hebreu dos compromissos com Deus e com base no Decálogo. O israelita seguia os ensinamentos com retidão, considerando duas as dimensões da vida humana: teoria e prática, pensamento e ação, com base na palavra de Deus. Os termos bênção e maldição, componentes da aliança, era uma “sugestão” ao Povo de seguir a Lei de Deus, optando pela vida plena ou infelicidade, como conseqüências de seus atos.
O texto propõe que a vida deve ser construída e orientada com base na Palavra de Deus, interiorizada e exteriorizada em ações. Para muitos a Palavra de Deus é um empecilho que tolhe a liberdade de vida, por isso, os orgulhosos e auto-suficientes, seguem seus próprios caminhos. A conseqüência é o mundo que estamos assistindo e vivendo e suas conseqüências deploráveis com injustiças, violência e miséria humana, além do desmando político desenfreado.
Salmo Responsorial – O salmo revela a bondade e a compaixão de Deus, que socorre os oprimidos.
Segunda Leitura – Romanos 3,21-25a.28O homem é justificado pela fé, sem as obras da Lei.
Paulo destaca que o pecado é uma realidade no mundo e nos assegura a salvação como dom gratuito de Deus. A humanidade pecadora é salva, em virtude da redenção em Jesus Cristo que veio libertar o homem do jugo do pecado e da morte, demonstrando que o homem se justifica pela fé e não pelo mero seguimento das Leis de Moisés. Cristo está para o Novo, como Moisés está para o Antigo Testamento, significando que o Antigo preparou o Novo que desabrochou no Messias prometido.
Paulo, sabendo dos problemas entre os romanos – judeus-pagãos-cristãos – no contexto, sublinha que o Evangelho é a força que congrega e salva todo o crente, sem distinguir pessoas, justificando que a justiça de Deus veio para todos. É aqui que, na teologia paulina, entra o conceito de justiça de Deus: apesar dos pecados, todos os homens, judeus, gregos e romanos, foram salvos pela misericórdia Divina.
O termo bíblico “justiça” significa a fidelidade, o amor, próprio de ser de Deus, como a justiça de Jahwéh. Então, para ele, homem justificado é aquele que foi salvo pela misericórdia de Deus que lhe abriu o caminho da salvação, devendo, apenas, acolher com humildade a graça por mérito de Deus. É a fé em Cristo e na força salvadora que faz a diferença na vida do homem
Assim, pelos seus gestos, pelas suas palavras, pelo dom de sua vida, Cristo nos libertou do egoísmo, de nosso fechamento e do pecado, e nos abriu ao amor, ao serviço, à doação em benefício dos irmãos, demonstrando que todos são iguais, sem distinção. Por isso, Paulo nos convida a contemplar um Deus que não desiste dos homens, apesar do orgulho e egoísmo que nos leva ao pecado.
No entanto, a preocupação do homem, hoje, é a cotação da bolsa, do dólar, as novelas, os resultados do futebol, o jeitinho para conseguir uma promoção no emprego, ou seja, como ganhar dinheiro fácil. Aí descobre sua finitudo, nos dramas da vida, na velhice, nas doenças, nas frustrações e falências humanas e, não sabendo onde se agarrar pelo desânimo e vida estressante, se entrega à depressão: É a falta de Deus em sua vida. É preciso ter a consciência de que a salvação é um dom de Deus e não o resultado de nossos problemas ou dos nossos méritos pessoais.
Evangelho – Mateus 7,21-27
Mateus convida sua comunidade e os cristãos de todos os tempos e lugares, a enriquecer a vida na Palavra de Jesus, traduzindo em ações concretas. Para ser cristão não bastam palavras bonitas de adesão, mas é preciso cumprir a vontade de Deus e viver de acordo com os valores de vida propostos em Cristo. No contexto do Sermão da Montanha, o Senhor focaliza a relação entre palavra e ação e pede coerência nas atitudes, cumprindo a vontade do Pai para fazer jus ao Reino dos Céus: “Seja feita a Vossa vontade”.
Somos chamados a ser coerentes com a vontade de Deus. O fundamental é construir nossa casa sobre rocha e fugir da insensatez, escolhendo o caminho da bênção, confiante na providência do Senhor que não falta. O verdadeiro discípulo, o sábio, constrói-se sobre a rocha, sobre Cristo e sua Palavra. É o fecho do Sermão da Montanha onde Jesus oferece ao Novo Povo de Deus, a Lei que deve seguir na sua história de salvação.
Com a destruição de Jerusalém, o povo está triste e desanimado, sua vivência cristã entra em desleixo e sua fé morna e sem comprometimento, além do surgimento de falsos profetas, se dizendo enviados de Deus. O evangelista, preocupado, contempla tais sinais de esfriamento do entusiasmo inicial e a confusão existente. Neste contexto, compõe a reflexão que o Evangelho nos apresenta. O texto dita critérios para identificar falsos pregadores: eles não fazem a vontade de Deus, apesar de suas obras. O verdadeiro é aquele que, além das palavras, faz a vontade do Pai, construindo sua vida de acordo com a proposta de Cristo.
Casa sobre areia é seguir a via do egoísmo e à margem dos ensinamentos do Senhor e, por isso, frágil. O essencial é fazer da proposta de Cristo o alicerce da vida, com palavras e gestos. Não basta ter o registro de batizado e fazer parte de uma comunidade, de um conselho paroquial ou pastoral, aparecendo nos casamentos e funerais, como se, ser cristão, seja um ofício para as horas vagas ou “passatempo”.
Ser cristão não é, apenas, possuir o bilhete da identidade batismal é, sim, ser discípulo missionário, na construção da verdadeira casa na rocha, aderindo às verdades da fé.
►Para sua meditação e pronunciamento (se desejar):
Que importância assume a proposta de Jesus na minha vida?
A minha vida é construída sobre os valores que Jesus me propôs?
Quais são os valores fundamentais que presidem à construção da minha vida?
► Campanha da Fraternidade 2011 ◄
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe a cada ano um itinerário evangelizador fortemente voltado para a conversão pessoal e comunitária, em preparação à Páscoa.
O objetivo da CF decorre da missão evangelizadora que a Igreja recebeu de Jesus Cristo de despertar e nutrir a solidariedade entre os irmãos, visando a promoção e edificação de uma sociedade justa e solidária na busca de um bem comum, propondo em sua 47ª edição:Lema: “A Criação Geme em Dores de parto" (Rm 8,22).
Em 2011 o grito é sobre meio ambiente, a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas – causas e conseqüências. Aquecimento global, mudanças geológicas nada mais é do que reações as nossas ações. É um alerta crucial, convocando toda sociedade para salvar nosso planeta, nossa Casa.
Temos consciência que, a cada catástrofe, o planeta geme e a humanidade sofre as conseqüências.
SE CADA UM FIZER A SUA PARTE, AINDA HÁ TEMPO PARA REVERTER A SITUAÇÃO.
NÃO É, PORTANTO, UMA UTOPIA.
SOMOS RESPONSÁVEIS: eu, tu, nos. . .
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