terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

5º Domingo do Tempo Comum, 5/2/2012

A VERDADEIRA FELICIDADE ESTÁ NO SERVIÇO DO REINO!
Todos Te procuram.
Que sentido tem o sofrimento e a dor para a humanidade?  E Deus como reage a esse drama?  A vida é trabalho e provações. A liturgia desse domingo nos faz refletir sobre este dilema, já que o projeto de Deus para o homem é um projeto de vida e felicidade, longe da morte. Jesus tem a ciência e o poder de curar doentes e a Igreja, nos caminhos de Cristo, através da pastoral da saúde e da solidariedade, continua Sua obra. Jesus vem à casa de Pedro, o representante da Igreja, e comprova que, como Mestre, conforta, orienta e também cura. Curar é um desafio de especialista e Jesus, como o Mestre, continua até hoje a curar. A pastoral de Cristo vai além da cura física: ela nasce da sede de Deus que plenifica e dá sentido à vida, cabendo a nós fazer memória da ação de Jesus junto aos doentes.
Primeira Leitura: Jó 7,1-4.6-7; Agito-me angustiado até ao crepúsculo!
O livro de Jó é um clássico de beleza literária e apresenta reflexões sobre as questões da vida humana neste mundo e sua relação com Deus, com reflexo no sentido da vida de cada um.  O texto retrata a vida atribulada de Jó frente às provações que a vida lhe prepara. Como herói da história é um homem piedoso, com família numerosa, bom e generoso. Com doença grave, perde tudo, mas não perde a fé e a solidariedade. Para ele sofrimento é castigo de Deus, mesmo assim procura entender o sentido da vida e clama ao Deus da aliança, lembrando que sua vida é um sopro. Cristo, que por amor carregou as dores da humanidade até a morte, é a resposta ao mistério desse sofrimento.
O drama de Jó é uma catequese aos israelitas, mostrando a justiça de Deus em relação à conduta do homem: Jahwéh recompensa as boas obras e castiga os maus pela prática da injustiça e arbitrariedade com seus irmãos. O povo viva a ilusão de que o rico, vive em abundância, com vida longa e feliz, enquanto o pobre que sofria injustiças e violência dos poderosos, vive uma vida miserável, embora justo e piedoso. É essa a justiça de Deus. Jó se rebela contra essa teologia tradicional, rejeitando essa falsa imagem de Deus. Deus não é calculista e respeita a liberdade de cada um. Ele encontra a face do verdadeiro Deus e Pai no sofrimento e da dor. Dá como exemplo a vida de soldado, a de escravo e a do trabalho assalariado, como estado de vida sofredora, julgando-se o pior sofredor.
Salmo Responsorial:  O salmo ensina a confiar em Deus que conforta e cura os corações esmagados pela dor.
Segunda Leitura: 1Coríntios 9,16-19-22-23 Ai de mim se não evangelizar!
Paulo, a exemplo do Mestre, se fez servo, sabendo que evangelizar é uma obrigação e não escolhe. Tal determinação exige entrega e doação a serviço do evangelho. Apóstolo é aquele que vivencia experiências humanas na convivência fraterna, buscando o verdadeiro sentido da acolhida, indo ao encontro do outro. Por causa da Boa Notícia de Cristo, o batizado se torna livre para o serviço de todos. Paulo é o exemplo do apóstolo escolhido por Deus, sem nada exigir em troca. O texto sublima a obrigação assumida pelos discípulos em levar ao homem a proposta libertadora de Jesus por amor a Deus e ao irmão, como uma oferta gratuita, sem interesse pessoal ou título de glória.
Anunciar o evangelho, na catequese de Paulo, é obrigação e privilégio, pois quem se apaixona por Cristo, enfrenta o desafio, tornando-se paixão levar ao homem a Boa Novo do Mestre.  O “Ai de mim se não anunciar o Evangelho” traduz esse imperativo que Paulo sente e que brota do seu amor a Cristo, ao Evangelho e aos homens. Evangelizar, portanto, por iniciativa própria sem o ímpeto evangélico do “pescador de homens”, é buscar interesses, contrapondo o evangelizar por amor e renúncia de si mesmo. A síntese de Paulo é o amor a Cristo e renúncia dos próprios direitos, fazendo-se servo: Tudo para todos, sem acomodação.
 Evangelho: Marcos 1,29-39 Curou muitas pessoas, atormentadas por várias doenças.
Jesus, acompanhado de Tiago e João, visita André e Simão cuja sogra se encontra enferma. O texto sintetiza o espírito de Jesus diante do sofrimento e da doença. Os que sofrem nesse mundo esperam de nós coerência com a Boa Nova de Cristo. A mulher prostrada representa as vítimas do pecada e de situações desumanas. Jesus nos mostra o caminho da solidariedade ao se aproximar de cada um, estendendo-lhes Sua mão misericordiosa. Ele proclama a salvação, curando e libertando pessoas de todos os males e aflições, mesmo os que se opõem ao seu plano de amor. Os incrédulos discípulos vão se familiarizando e crendo no Envidado de Deus, fazendo com que a comunidade do Reino seja aos poucos formada.
Marcos apresenta Jesus como o Messias que proclama uma nova realidade no mundo, o Reino de Deus. Jesus, em comunhão com o Pai, vence mal e a dor que escraviza o homem e anuncia mundo novo de liberdade e paz. Cura com simplicidade e sem fazer teatro, oferecendo vida definitiva. Ele, cumprindo a missão do Pai, toma a iniciativa de livrar as pessoas de sofrimento e do que lhe rouba a vida. Jesus revela a presença amorosa de Deus, carregando nossas dores e sofrimentos, ensinando-nos a continuar a construção de um mundo novo.  O exemplo de Jesus mostra que o Novo Reino está ligado a uma vida em comunhão e de diálogo com Deus.
Viver em comunhão com Deus, não é fugir do mundo ou alienar-se dos problemas do mundo e dos dramas dos homens.  É, sim, tomar consciência de que o projeto de Deus para o mundo é um ponto de partida para o compromisso com o Reino. É na comunhão e no diálogo íntimo com Deus que percebemos seus desígnios e percebemos a força de Deus para nosso empenho na transformação do mundo. É preciso, portanto, que o discípulo encontre espaço, na sua vida, para a oração, para o diálogo com Deus para “encarar” o mundo.

A MISSÃO DO CRISTÃO É DE SEGUIR OS GESTOS DO MESTRE: APROXIMAR-SE DAQUELES QUE NÃO TÊM FORÇAS PARA MANTER-SE EM PÉ E ERGUÊ-LOS DA CONDIÇÃO DESUMANA NA QUAL SE ENCONTRAM E SER SERVOS DO IRMÃO E DO EVANGELHO. PERCEBEMOS NAS AÇÕES DE JESUS GESTOS DE QUEM ESTÁ PREOCUPADO NÃO SÓ EM RECUPERAR A SAÚDE, MAS PROMOVER O SER HUMANO PARA UMA VIDA DIGNA, SAUDÁVEL E REINTEGRADA À SOCIEDADE. É MISSÃO DA IGREJA É CONTINUAR A AÇÃO DE JESUS NA HISTÓRIA. POR ISSO, ELA PROPÕE A SAÚDE COMO REFLEXÃO PARA A CAMPANHA DA FRATERNIDADE DESTE ANO, TRAZENDO COMO TEMA: FRATERNIDADE E SAÚDE PÚBLICA, E COMO LEMA: QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA.  O PROPÓSITO É SENSIBILIZAR A SOCIEDADE SOBRE A REALIDADE DE IRMÃOS E IRMÃS QUE NÃO TÊM ACESSO A SAÚDE PÚBLICA, CLAMANDO POR AÇÕES TRANSFORMADORAS.


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