É NO BATISMO DE JESUS QUE O NOSSO BATISMO GANHA O VERDADEIRO
SENTIDO, CONSOLIDADO COM A
MANIFESTAÇÃO DO PAI.
Na festa da
manifestação amorosa do Pai, recordamos o dia do batismo de Jesus que revelou
para nós a sua missão como Filho amado e fiel, e a profundidade de nosso
batismo como filhos de Deus e membros da Igreja. Vamos renovar o nosso
compromisso batismal na esperança de que a luz do Senhor nunca se apague em nossa
vida.
Como servo e Filho amado, Jesus
veio com a missão de salvar e libertar os homens. O povo recebe de João o
batismo de conversão. E o próprio Jesus é batizado por ele nas águas do Jordão,
momento em que
é anunciado pela voz do Pai: “Tu és o meu Filho amado, eu, hoje, te gerei”, como O Messias que batizará
com o verdadeiro Batismo do Espírito Santo e do fogo. O Espírito, ação do Pai, se
manifesta de forma irrevogável na vida de Jesus e Ele age, docilmente, como o
Filho amado que veio resgatar e dignificar o povo sofredor. Fez-Se um de nós, partilhou a nossa
fragilidade e humanidade para nos libertar de todo nosso lado humano pecador. O batismo nos mergulha no
mistério da morte e da ressurreição de Cristo e, assim, renascer para uma vida
nova. Renascidos, somos confirmados como continuadores da missão profética, sacerdotal e régia.
Primeira
Leitura: Isaías 42,1-4.6-7
Eis o meu servo: nele se compraz minh'alma.
O
texto, como num cântico do servo do Senhor, anuncia a vinda do mediador de Deus
para restabelecer a Aliança de Paz e ser a luz das nações e julgador, descrevendo
sua vocação profética, apresentado pelo próprio Pai como o eleito. Sua missão é
restaurar o direito, a justiça, seguindo o plano de Deus, que deseja justiça,
paz e fraternidade entre seus filhos, cabendo-lhe promover o julgamento das
nações.
Jesus é O
predileto de Jahwéh, o instrumento de Deus a quem, pelo dom do Espírito, chamou
e confiou essa missão profética: animado por esse Espírito, o Servo irá levar justiça às nações. É o mesmo Espírito que Deus derrama sobre os chefes carismáticos da Igreja, Povo de Deus de ontem, hoje e sempre.
Os primeiros cristãos, na dificuldade de entender como o
Messias, condenado, foi crucificado pelos homens, explicam que Ele cumpriu
missão e desejo assistido pelo Pai e não fracasso do Filho. O desejo do Pai era transformar o mundo e libertar seus filhos, a humanidade. O batismo é um instrumento de Deus
nessa transformação. Cabe a cada um corresponder ao chamado dispensado por Deus a
todos os homens, lembrando que a missão profética só acontece face à luz de
Deus: Ele escolhe, chama e envia.
Ser batizado, pertencer à Igreja, crer em um só Deus é o caminho,
mas para ser salva é preciso viver do Espírito de Deus, na graça e na verdade.
Salmo
Responsorial: Foi
ungido por Deus com o Espírito Santo. Que o
Senhor abençoe com a paz o seu povo!
Segunda
Leitura: Atos
10,34-38
Agora
nos foi revelado que os pagãos são co-herdeiros das
promessas.
Deus não faz distinção entre as pessoas nem privilegia um povo
ou uma raça, mas aceita a todos e a cada um que O reconhece como Senhor, que O teme
e pratica a justiça: o essencial é a adesão a Jesus, como o Filho amado do Pai, o Messias
Ungido que passou a vida fazendo o bem e curando a todos. O texto é uma catequese sobre a evolução da Igreja, i. é, a difusão do Evangelho. Como deve ser o testemunho que o discípulo deve dar, para que a
salvação que Deus oferece chegue a todos os povos da terra. Pedro, em sua fala, lembra ao povo que a proposta de
salvação oferecida por Deus e trazida por Cristo é universal e se destina a todas as pessoas, sem distinção, “porque Deus estava com Ele”.
Jesus nos seus gestos de bondade, de misericórdia, de perdão, de
solidariedade e amor, os homens encontraram o plano libertador de Deus, através
do Batismo
Evangelho:
Lucas 3,15-16.21-22
Jesus recebeu o batismo. E, enquanto rezava, o céu
se abriu.
Jesus não precisava se submeter ao batismo penitencial de João.
Desde Sua concepção no seio de Maria, Jesus é declarado Messias, como sacerdote,
rei e profeta. Mas para exercer a missão e difundir pela terra o batismo no
Espírito Santo e no fogo, como sacerdote, rei e profeta, Jesus se submeteu, com
humildade, ao batismo de João, momento em que o Espírito Santo declara
Jesus como Filho amado de Deus. Jesus,
a partir dessa unção, inicia sua obra messiânica profetizada por Isaías. Assim
acontece com o cristão que, pelo batismo, torna-se filho adotivo de Deus e,
ungidos pelo óleo do crisma, é santificado para a sua vocação e missão batismal.
O texto apresenta Jesus e João
Batista às margens do rio Jordão. João, como guia carismático, pregava a
chegada do Messias e a conversão, através do rito de purificação pela água,
algo estranho para os judeus. João significava o tempo da antiga aliança como o
último profeta. Jesus representa um novo tempo em que Deus vem ao mundo, como
um de nós, para oferecer aos homens a salvação.
O batismo revela a identidade e a missão
de Jesus (“Ide por todo o mundo...).
Por isso João declara: “Ele é mais forte do que eu”.
“É O filho muito amado”. A abertura do céu significa a união da
terra e do céu, refazendo a comunhão entre Deus e os homens.
A beleza da história está na bondade de Deus em doar seu
filho para partilhar e se solidarizar com as dores e limitações dos homens e levá-los à vida em plenitude.
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