A M O R T E - PORQUE TANTO TEMOR!...
DESTINO FINAL
3ª PARTE – Final
CÉU, PORGATÓRIO OU INFERNO: A morte é o último capítulo de nossa vida. É um caminho sem volta, o que é assustador! Quem não gostaria de uma segunda chance? Mas “Deus criou o homem para a vida e não quer que nenhum se perca“ (Jo.6,39), desejando que no final de seus dias, possa desfrutar da intimidade com Ele (na vida Eterna). No entanto, fez o homem livre e com capacidade para optar entre o bem (a vida) e o mal (a morte). E Deus é fiel a seus desígnios, deixando o homem seguir seu destino, sem deixar de lhe oferecer, sempre, a graça da salvação, cabendo ao homem sua aceitação. O prêmio é o que nós, homens, o construirmos nesta vida.
Sobre a vida depois da morte, nada sabemos. Só temos certeza de uma coisa: é a continuação desta vida, como ela foi vivida. A pergunta que não cala e nos aflige é saber COMO SERÁ ESTA VIDA ETERNA... Jesus nos deixou pistas: “a vida eterna em Deus” (Mt.25,34) ou “a condenação eterna” (Mt. 25,41). Quem pratica o bem, faz a vontade de Deus e ama o próximo, está vivendo a vida e aquele que vive seu egoísmo, sem Deus e promovendo o sofrimento dos irmãos, está vivendo a morte (Mt 25,35-45). Ou, ainda, na linguagem de João: “sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama, permanece na morte” (1Jo 3,14-15).
No seu livro “A Morte de Ivan Ilitch”, Leon Tolstoi, descreve que o médico Ivan Ilitch, no final de sua vida, descobre que foi despido de sentido por causa de suas relações com as pessoas, por sua arrogância e falta de amor, por isso, sentia-se abandonado por todos. O amor é uma via de mão dupla e Ivan não cumpriu sua parte.
Cristo veio ao mundo: “para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. Com sua promessa: “Hoje estarás comigo no paraíso”, mostra que seu Reino não é deste mundo, abrindo a certeza da felicidade, na continuidade desta vida. A vida depois da morte não é outra vida separada desta, por isso, a dificuldade em descrever a vida eterna.
A Bíblia nos apresenta diversas alegorias sobre “vida depois da morte”: no antigo testamento vemos “como o lugar dos mortos” (Ez.31,16-18) “à espera da ressurreição, ressalvando que, justos e injustos, não compartilham do mesmo destino”, “uns para a vida, outros para a rejeição eterna” (Dn 12,2),. No novo testamente, temos a Parábola do Rico Avarento (que morreu e foi levado para “a região dos mortos, no meio de tormentos e chamas”) e o Pobre Lázaro (que após sua morte, “os anjos o levaram para junto de Abraão”).
Quanto ao Céu, temos muitas imagens, como lugar de luz, vida, paz, banquete de núpcias, vinho do reino e,principalmente, Casa doPai, dentre outros, concluindo que: “nem os olhos viram, nem os ouvidos escutaram, nem jamais passou pelo pensamento dos homens, o que Deus preparou aqueles que O amam” (1Cor 2,9). Demonstrando que, os que morrem na graça de Deus, “serão semelhantes a Deus, porque o verão tal como Ele é” (1Jo 3,2), “face a face” (1 Cor 13,12 e Cat 1023). Os demais terão o destino que eles mesmos escolherem nesta vida – longe de Deus e fechados em si, no egoísmo.
Finalmente, Jesus Cristo, por sua Morte e Ressurreição, nos abriu o Céu, por isso, nossa fé afirma que “o céu é o fim último e a realização das aspirações mais desejadas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva” (Cat 1024) junto com a Santíssima Trindade, a Virgem Maria, os Anjos e os Santos, afirmando que “o Céu é a realização humana e sua elevação mais plena de toda bondade que viveu neste mundo”. O Catecismo nos ensina que: “Na glória do Céu, os bem-aventurados continuam a cumprir com alegria a vontade de Deus, em relação aos outros homens e a toda criação”, por que, “já reinam com Cristo” (Cat.1029).
E o Inferno? O que podemos dizer é que ele representa “a separação eterna do homem com Deus” (Cat 1035) – Quem não ama permanece na morte: “sabeis que nenhum homicida tem em si a vida eterna” (1Jo 3,15). Jesus fala do “fogo que não apaga” e “fornalha ardente”, reservado aos que, praticando escândalos e iniqüidades (MT.13,41-41), se negam a aceitar a vida plena da graça e, por isso, o Senhor sentenciará: “Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno” (Mt.25,41).
Por tais razões, o ensinamento da Sagrada Escritura e a Igreja alerta o homem para usar desse precioso dom da liberdade “com responsabilidade” porque dela depende seu destino eterno: “Entrai pela porta estreita, porque o espaçoso é o caminho para a perdição” (Mt.7,13-14). Deus jamais predestina alguém ao Inferno. “Para isso é preciso uma aversão voluntária e persistente a Deus” (Cat 1037), mas a Igreja implora, sempre, a misericórdia de Deus que quer “que ninguém se perca, mas venham a converter-se” (2Pd 3,9).
O Purgatório: São os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora, garantida sua salvação eterna (Cat.1030). A Igreja fala em “fogo purificador”. É um local de sofrimento por não gozar da presença plena de Deus, desejo de toda pessoa humana. Como consolo, a certeza desse encontro futuro e a certeza da salvação. Algumas orações pelos mortos, fazendo referência bíblica: “Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seus pecados” (2Mc 12.46). “A Igreja sempre honrou e recomendou a memória dos defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, com a finalidade de purificá-los” (Cat 1033). Por esta razão rezamos pelos falecidos, que formam a Igreja Padecente.
A GRANDE POLÊMICA: A predestinação é a teoria pela qual o ser humano, por vontade Divina, já teria seu destino final já decidido. A lógica de tal teoria vem do fato de Deus ter conhecimento de tudo, de cada um de nós, e na afirmação de que, “o ser humano não se salva por suas próprias forças, mas pela força de Deus ou pela fé que é um dom de Deus. Resumindo: o ser humano nada pode fazer para mudar seu futuro, salvo, se colocar, com fé e amor, toda confiança nas mãos de Deus. Tal teoria gera muito polêmica de difícil aceitação, por uma razão muito lógica: nega ao ser humano as dimensões fundamentais de sua filiação Divina, que é a vontade e a liberdade para gerir seu futuro.
E Deus é sempre fiel a seus desígnios, respeitando a liberdade dada ao ser humano, razão pela qual, cabe ao homem, com responsabilidade, viver e fazer uso desse dom precioso recebido de Deus: A LIBERDADE.
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FINALIZANDO: quando Deus expulsou nossos primeiros pais do Paraíso, dando-lhes total liberdade de vida, sentenciou-lhes que: “vivam do suor de seu trabalho”, “crescei e multiplicai-vos” e “dominai a terra”. O homem não soube usar este Dom gratuito da liberdade, recebida de Deus, por isso, gerou um alto custo social e o autor da vida vai nos cobrar caro.
A ganância pelo ter, o egoísmo em superar a tudo e a todos, em benefício próprio, levou a criatura humana à destruição dos bens naturais, criados por Deus, para o bem de todos. A pobreza, a miséria e a morte dos injustiçados e crianças indefesas, são conseqüências desse egoísmo. É O SINAL DA MORTE, GRATUÍTA, QUE PODERTIA SER EVITADA.
ORAÇÃO PELAS ALMAS
“Dai-lhes Senhor o descanso eterno e que a luz perpétua as ilumine. Descansem em paz. Amém
A Igreja reza pelas almas em todas as Orações Eucarísticas: "Lembrai-vos também dos nossos irmãos e irmãs que morreram na esperança da ressurreição e de todos os que partiram desta vida: acolhei-os junto a vós na luz da vossa face."
Reza, também, para que ninguém se perca: “Senhor, não permitais que eu jamais seja separado de vós”. Ninguém se salva sozinho e “Deus quer que todos sejam salvos” (1Tm 2,4) e para Ele “tudo é possível” (Mt.10,26).
Como lembrar a morte
“A morte de um homem afeta mais quem fica do que a ele mesmo.” Thomas Mann
“Tudo é vão, exceto a morte!” Gonçalves Dias
“O homem começa a morrer na idade em que perde o entusiasmo.” Honoré de Balzac “Ela sempre chega pontualmente na hora incerta.” Mário Quintana
“Feliz serás e sábio terás sido se a morte, quando vier, não te puder tirar senão a vida.” Francisco Quevedo
“A morte não chega um belo dia com a foice no ombro para nos levar, mas instala-se em nós desde o nascimento. Nascendo, nós começamos a morrer.” Pitigrilli
“A morte está escondida nos relógios.” Giuseppe Belli
“Morrer não é acabar, é a suprema manhã.” Victor Marie Hugo
“O pensamento da morte nos engana, pois nos faz esquecer de viver.” Luc de Clapier
“Às vezes, é pela forma como morre que um homem mostra que era digno de viver.” Francis Ponge
Bibligrafia:
a) Correio Riograndense – Frei Vanildo Luiz Zugno- Mestre emTeólogo
b) Catecismo da Igreja Católica
c) Sagradas Escrituras
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